Bitcoin: por que a nova alta para US$ 50 mil pode ser diferente desta vez

Volta de institucionais dá nova esperança a investidores, mas especialistas alertam para volatilidade

Paulo Barros

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SÃO PAULO – O Bitcoin (BTC) voltou a ser negociado acima de US$ 50 mil nesta terça-feira (5) após cerca de um mês, quando o preço não conseguiu se sustentar nesse patamar e caiu ao longo de setembro, chegando a atingir, momentaneamente, menos de US$ 40 mil. No entanto, há elementos que fazem crer que dessa vez poderá ser diferente.

Um deles está ligado à volta do capital institucional ao Bitcoin, visto por especialistas como principal motor da alta que levou o ativo de US$ 10 mil para quase US$ 65 mil em cerca de seis meses.

Na semana passada, a criptomoeda recebeu injeção de capital de, em média, US$ 1,75 bilhão por dia de grandes investidores. Segundo levantamento da casa de análise Glassnode, houve dominância de transações de grande volume, a partir de US$ 10 milhões cada, o que seria indicativo de nova adesão institucional.

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Outro fator positivo é o sentimento de investidores de longo prazo, que ainda não mostram sinais de que estão dispostos a vender suas criptomoedas pelos preços atuais. Como consequência, a circulação de BTC comprado recentemente domina as estatísticas e está em seu nível mais alto, impulsionado pela entrada de novos compradores.

“O mercado está bem aquecido, a gente tem visto adoção institucional”, destaca Alex Buelau, CTO da Parfin. O executivo pondera que as discussões sobre mais regulação que se acenderam nas últimas semanas são vistas com bons olhos por esse público, que acaba se beneficiando de um mercado mais regulado.

Buelau aponta que existe uma resistência forte na região dos US$ 50 mil e não descarta novas quedas no curto prazo. No entanto, a tese macro da criptomoeda permanece intacta, na sua opinião. “No longo prazo continuamos bem confiantes”.

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Outro sinal de otimismo é a reduzida correlação do preço do Bitcoin com o mercado de ações. O movimento positivo na semana até aqui, por exemplo, vai na contramão dos papeis de tecnologia, que sofreram abalo após a pane nos serviços do Facebook (FBOK34) ontem.

Enquanto o Bitcoin acumula recuperação de 66% das mínimas registradas em julho, o índice S&P 500 começou a cair no mês passado e acumula perdas de 5,2% desde a máxima histórica de 4.536,95 pontos realizada em 2 de setembro.

Além disso, o comportamento de compradores voltou a mostrar agressividade no patamar atual em possível tentativa de eliminar do caminho os traders mais pessimistas. Segundo o analista Minkyu Woo, da casa de análise on-chain CryptoQuant, o gráfico semanal do Bitcoin acaba de emitir o mesmo sinal de compra visto antes de o preço saltar de US$ 29 mil para US$ 42 mil em julho.

“Compradores estão enxergando oportunidade de ganho com mais use case, mais regulamentação”, observa Henrique Teixeira, novo country manager no Brasil da plataforma de criptomoedas Ripio.

Ele menciona também a recente aprovação do Projeto de Lei 2303/15, de autoria do deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), aprovado na semana passada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. “É uma regulamentação que vai ajudar bastante a desenvolver esse mercado”.

Por outro lado, analistas alertam que o bom momento não deve afastar o cuidado com o inesperado, especialmente considerando a conhecida volatilidade do mercado de criptomoedas.

“Quem acompanha o mercado de criptoativos está acostumado a essas oscilações de preço e a notícias inesperadas. Portanto, não se pode descartar novos recuos de preço. O mês passado foi muito marcado por eventos regulatórios e o patamar dos US$ 50 mil não se sustentou. Veremos o que outubro nos reserva”, avalia João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex.

O mês de outubro é visto com esperança pelos investidores mais otimistas de Bitcoin, apoiados pelo histórico de valorização da criptomoeda no terço final do ano durante ciclos de alta. Além disso, a aprovação de um ETF de Bitcoin nos Estados Unidos é considerada um possível catalisador para uma nova leva de institucionais. A decisão sobre o produto, que era esperada para este mês, foi adiada para novembro.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos