Bitcoin salta 20% desde início da tensão entre EUA e Irã e supera US$ 8 mil

Maior criptomoeda do mundo tem sido cada vez mais usada como reserva de valor, ganhando força em momentos de estresse do mercado tradicional

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Desde o dia 3 de janeiro os mercados financeiros globais estão em clima de tensão, atentos ao que ocorre entre Estados Unidos e Irã e a chance de uma nova guerra no Oriente Médio.

Porém, se de um lado algumas ações e bolsas recuam, o Bitcoin e outras criptomoedas estão em um forte movimento de alta, com o maior ativo digital do mundo acumulando ganhos de cerca de 20% desde o ataque americano que matou o general iraniano Qasem Soleimani.

Nos últimos anos, entusiastas passaram a chamar o Bitcoin de “ouro digital”, reforçando o potencial uso do criptoativo como reserva de valor. O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, também registra alta, cerca de 3%, desde o início da crise no Oriente Médio.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Logo que saíram as primeiras notícias sobre o ataque americano, o Bitcoin deu um forte salto, passando da casa de US$ 6.900 para cerca de US$ 7.300, se mantendo neste patamar até a noite de segunda-feira (6), quando passou para US$ 7.900, mostrando resistência para superar os US$ 8 mil, o que não acontecia desde o fim de novembro.

A quebra da barreira veio na noite de ontem, após a notícia de que o Irã atacou bases no Iraque onde estão as tropas americanas. No início da tarde desta quarta-feira (8), o Bitcoin operava com alta de 5%, aos US$ 8.315. No Brasil, os ganhos foram amenizados nas últimas horas, ficando em 1,5% no acumulado de 24 horas, para R$ 32.960.

Em relatório, analistas do Credit Suisse destacaram que o “cisne negro” geopolítico entre EUA e Irã teve implicações claras para algumas commodities, como ouro, petróleo e o próprio Bitcoin, mas que no caso das moedas fiat, como o dólar, ainda não está claro o impacto deste evento.

Continua depois da publicidade

Esta não é a primeira vez que se vê uma alta no preço do Bitcoin em meio ao aumento da tensão no mercado. Em casos mais particulares, alguns países em crise como Venezuela e Argentina mostraram uma forte alta no valor da moeda digital recentemente, indicando seu uso por investidores para fugir das incertezas econômicas.

Especialistas e criptoativos destacam ainda que, diferente do que já aconteceu em outros momentos, este movimento de alta se concentrou principalmente no Bitcoin, que, com isso, aumentou sua dominância para cerca de 69%.

Vale ressaltar ainda que o mercado vem de um momento positivo há alguns meses diante da expectativa do chamado “halving”, evento em que a recompensa dos mineradores cai pela metade. A expectativa é que isso ocorre em meados de maio deste ano.

Atualmente, para cada bloco minerado, o prêmio é de 12,5 bitcoins, valor que cairá pela metade em breve. Com isso, mesmo que a demanda pelo Bitcoin continue igual, haverá uma pressão de alta sobre o preço.

Domine o ativo que mais valorizou na última década: baixe o ebook Bitcoin – A Moeda na Era Digital – é de graça!

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.