BDRs das varejistas GAP e Macy’s saltam mais de 11% e lideram altas na B3 nesta quinta

SÃO PAULO — No primeiro dia em que os investidores brasileiros não qualificados (com menos de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) puderam negociar recibos de ações estrangeiras na B3, os BDRs das varejistas GAP e Macy’s encabeçaram as maiores altas do pregão.

Eles subiram 13,44% e 11,68%, nesta ordem, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica. Considerando apenas os BDRs com volume financeiro negociado acima de R$ 100 mil no dia, as maiores altas foram, além da GAP, da Sterling Bancorp (+6,69%) e da Delta Airlines (+6,54%).

BDRs são certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas que são negociados aqui, no pregão da B3 (veja mais clicando aqui). É como se fossem valores mobiliários lastreados em papéis de companhias estrangeiras.

Do outro lado da bolsa, os BDRs que mais caíram na sessão foram os da Union Pacific Corp, com baixa de 9,72% nesta quinta-feira, e os da Tractor Supply Co, que tiveram perda de 8,49% no dia. Ambos os papéis tiveram volume de negócios acima de R$ 200 mil hoje.

Veja abaixo quais foram as maiores altas entre os BDRs negociados na B3 hoje, considerando apenas os papéis com volume de negócios acima de R$ 100 mil.

Veja abaixo quais foram as maiores baixas entre os BDRs negociados na B3 hoje, considerando apenas os papéis com volume de negócios acima de R$ 100 mil.

No acumulado de 2020, o BDR que mais sobe na B3, considerando apenas os papéis com volume diário de negócios médio acima de R$ 100 mil, é o da Tesla, de Elon Musk, com alta de 621,3%.

Em seguida, a multinacional de tecnologia Nvidia Corp vê seu papel subir 216,4% neste ano na bolsa brasileira. A terceira posição é do BDR da argentina Mercado Libre, com valorização acumulada de 207,6%.

Na ponta oposta, as três maiores quedas entre os BDRs da B3 em 2020 são do banco Wells Fargo & Company (-38,13%), da Exxon Mobil (-27,68%) e da AT&T Inc (-0,11%) — isso considerando apenas os papéis com mais de R$ 100 mil de volume médio diário negociado.

Nova regra

Com negociação até então restrita a investidores qualificados, com ao menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras, os certificados negociados na B3 que representam ações de empresas estrangeiras ou ETFs negociados em um “mercado reconhecido” agora estão disponíveis de forma ampla, conforme comunicado divulgado pela B3 nesta semana.

As alterações nas regras foram anunciadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em agosto e entraram em vigor em 1º de setembro, mas ainda dependiam da definição dos chamados “mercados reconhecidos” pela B3, com aprovação final da CVM, para de fato serem implementadas — o que aconteceu anteontem.

Assim, qualquer investidor pessoa física na B3 agora pode ter ações e ser sócio de grandes empresas como Google, Facebook, Netflix, Amazon, Microsoft, Nike, Alibaba, entre outras.

Novos BDRs

Existem hoje 671 alternativas de BDRs na Bolsa brasileira. Ao longo de outubro, foram anunciados cerca de 120 novos programas, com destaque para os de empresas não americanas.

BHP, Ryanair, Weibo, AstraZeneca, Novartis, Unilever, Credit Suisse, HSBC, Royal Dutch Shell e Mitsubishi UFJ Financial Group estão entre os principais nomes anunciados na nova leva de BDRs pela B3.

O tamanho do lote padrão de negociação dos BDRs no mercado secundário foi reduzido em setembro para apenas uma unidade. Confira a lista completa de BDRs disponíveis para negociação aqui.

Carteira recomendada

A XP Investimentos lançou uma carteira recomendada de BDRs para auxiliar os investidores que querem ter recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira. Veja a lista abaixo e clique aqui para ler as perspectivas para cada companhia.

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