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O Itaú BBA atualizou os números para as adquirentes PagBank (BDR: PAGS34) e Stone (BDR: STOC31), reiterando a recomendação de desempenho em linha com o mercado (market perform) para ambas. Após uma onda de revisões positivas no início do ano, impulsionadas por reajustes de preços e volumes de transações, o banco prevê uma fase menos favorável para o setor. A expectativa é de que os volumes comecem a desacelerar, reflexo de efeitos retardatários de churn causados pelos aumentos de preços e de uma economia que vem enfraquecendo gradualmente.
Segundo o BBA, essa nova fase pode gerar perda de participação de mercado e queda nas margens, dado o esforço comercial necessário para reter clientes. A concorrência segue intensa, com destaque para players que oferecem serviços mais amplos, como os bancos tradicionais e o Mercado Pago.

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O preço-alvo definido pelo Itaú BBA é de US$ 14 por papel para a Stone e US$ 11 para a PagBank, ambos com potencial limitado de valorização. Os múltiplos atuais são semelhantes aos de grandes bancos, que têm perfil de lucro semelhante e maior diversificação. Por isso, o banco vê melhor oportunidade no setor de mercados de capitais para capturar os benefícios de um possível ciclo de queda dos juros.
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Interchange
Embora a discussão sobre o teto de interchange (taxa que uma instituição financeira que processa o pagamento paga ao banco emissor do cartão) em cartões de crédito possa representar um alívio de custos para o setor, o BBA pondera que esse tema ainda envolve muitas incertezas e variáveis, tornando precipitado incorporá-lo aos modelos de projeção.
Como exercício de sensibilidade, o banco estima que uma redução de 10 pontos-base nas taxas de interchange poderia melhorar o lucro da Stone e da Pag em cerca de 8%, assumindo que não haja repasse ao cliente.
As estimativas do BBA seguem praticamente inalteradas, com expectativa de crescimento de lucro em dois dígitos neste ano, em linha com o guidance das empresas e o consenso de mercado. Para 2025, o banco vê as ações da Stone negociando a 8 vezes Preço/Lucro e as da PagBank a 6 vezes P/L, patamares considerados justos. Na visão do banco, o setor de mercados de capitais oferece uma melhor relação risco-retorno em um cenário de queda de juros.
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Reajustes começam a pesar
O banco observa que, nos próximos trimestres, as receitas devem ser impactadas por duas forças opostas. De um lado, o efeito positivo da aplicação completa dos novos preços à base de clientes; de outro, o impacto negativo da perda gradual de volume — à medida que clientes testam alternativas e reduzem uso de maquininhas antes de fazer a troca definitiva.
A PagBank tende a sofrer uma desaceleração maior nos volumes, com crescimento estimado em um dígito médio, enquanto a Stone deve apresentar crescimento em um dígito alto. Embora o aumento dos take rates impulsione a receita no curto prazo, as ações para ganhar mercado devem pressionar as margens adiante.