BB dispara 6%, Vale salta 8% e Petrobras sobe 3% em meio a rumor e reviravolta do petróleo

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

(Bloomberg)

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve mais uma sessão de fortes ganhos nesta terça-feira (1), em meio à maior chance de impeachment e bom humor externo. Ações da Petrobras, Vale e bancos contribuíram para a continuidade do rali que levou o índice de volta ao patamar dos 44.000 pontos – no seu maior fechamento do ano. 

Veja mais: Vendo Petrobras a R$ 6, analista monta estratégia com opções buscando ganho de 230%

Além dessas empresas, chamou atenção os papéis da Smiles, que dispararam 7% após balanço do quarto trimestre, com analistas ressaltando que a receita financeira líquida do período, que veio muito melhor que o esperado, mais do que compensou a deterioração no desempenho do custo.

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Na ponta negativa, apenas 7 ações das 61 que compõem o Ibovespa caíram hoje, lideradas pelas empresas com perfil exportador Fibria, Suzano e Embraer, que sofreram com a queda do dólar frente ao real nesta sessão. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira:

Vale (VALE3, R$ 12,81, +8,47%; VALE5, R$ 9,24, +7,94%)
Seguindo a apetite ao risco do mercado, as ações da Vale seguiram em disparada nesta sessão, fechando próximas da máxima dia, guiadas ainda pela forte alta do minério de ferro. Em 2 pregões, os papéis preferenciais da mineradora acumulam ganhos de 14%. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 4,31, +6,95%), holding que detém participação na mineradora. Nesta sessão, o minério de ferro disparou 3,7% no porto de Qingdao, na China, indo para US$ 51,44 a tonelada, segundo dados compilados pela Metal Bulletin.  

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Além disso, o acordo entre Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, e as autoridades brasileiras foi adiado para 4ª feira à espera de documento das sócias, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto à Bloomberg.

Petrobras (PETR3, R$ 7,57, +2,99%; PETR4, R$ 5,31, +3,31%)
As ações da Petrobras voltaram a subir forte nesta tarde, com reviravolta dos preços do petróleo e rumor sobre corte no plano de investimentos. Depois de passar para queda, o petróleo retomou alta nesta tarde, em meio às expectativas de uma ação coordenada dos grandes produtores de petróleo para dar suporte aos preços. O petróleo Brent subiu 0,77%, a US$ 36,85 o barril. 

Além disso, nesta tarde, fontes disseram à Reuters que a Petrobras poderá cortar no próximo mês seu plano de investimentos de 5 anos em 20%, para aproximadamente US$ 80 bilhões, em meio a preços mais baixos do petróleo, alto endividamento e investigações de corrupção. Se confirmado, esse seria o menor programa de investimentos de 5 anos para a companhia desde 2006

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Os papéis da petroleira acompanham também o bom humor da Bovespa, o empréstimo chinês de US$ 10 bilhões e a votação do pré-sal. De acordo com informações da Bloomberg, a Petrobras pode deixar mercado de títulos de lado após empréstimo chinês de US$ 10 bilhões, anunciado na sexta-feira. Segundo a XP Investimentos, isso ajuda a companhia no curto prazo, 2016, mas não resolve o problema de alavancagem e elevado endividamento da companhia. 

Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou a criação de comissões especiais para viabilizar a votação em Plenário, no primeiro semestre de 2016, das propostas sobre exploração do petróleo do pré-sal. A comissão sobre o pré-sal terá como texto principal o projeto do Senado – o PL 4567/16, que libera a Petrobras de ter uma participação de pelo menos 30% em todos os consórcios de exploração do pré-sal — e os da Câmara como apensados, o que não impedirá os líderes partidários de pedirem preferência para a votação de projetos específicos.

Além disso, na segunda-feira, a PetroRio (PRIO3, R$ 1,83, -1,08%) rescindiu o contrato de compra e venda para aquisição de 20% da participação nos Campos de Bijupirá e Salema com a Petrobras, disse a companhia em comunicado ao mercado. A decisão decorreu da rescisão, pela Shell Brasil, do contrato de compra e venda de 80% de participação nos campos, anunciado em 16 de fevereiro. Com a decisão tomada pela Shell, a PetroRio não seria mais a operadora dos campos e, dessa forma, a aquisição da participação de 20% nesses campos não faria sentido para a execução da estratégia da empresa, afirmou.

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Bancos
Os bancos também seguiram a euforia do mercado e dispararam nesta sessão, com o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 14,32,+5,76%) liderando a alta, como a ação do setor que tende a se beneficiar mais em cenário de impeachment. Na sequência, apareceram os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,58, +4,71%), Bradesco (BBDC4, R$ 21,94, +2,81%) e Santander (SANB11, R$ 15,64, +4,62%). 

Smiles (SMLE3, R$ 31,20, +7,14%)
As ações da Smiles dispararam pelo segundo dia, reagindo ao resultado do 4° trimestre. Nesses dois pregões, os papéis da companhia subiram 14%. A empresa, que divulgou seu balanço ontem à noite, informou lucro líquido de R$ 112,3 milhões no período, alta de 37,2% na comparação anual. No ano, o lucro líquido chegou a R$ 369,9 milhões, alta de 30,3% sobre 2014. No quarto trimestre, a receita líquida cresceu 43,1%, a R$ 349 milhões, com aumento de 21,6% do acúmulo de milhas e de 18,2% do resgate. Na comparação com o terceiro trimestre, no entanto, o acúmulo de milhas cresceu 1,8% e o resgate caiu 6,8%. O lucro operacional da companhia atingiu R$ 109,2 milhões, avanço de 23,4% ano a ano.

Após balanço, o Itaú BBA disse que receita financeira líquida muito melhor que o esperado compensou totalmente a deterioração no desempenho do custo. A análise veio em linha com os comentários do Credit Suisse, que classificou os números como “fortes”, justificando que as margens contraíram por causa dos resgates internacionais, mas que foram compensadas por ganhos em dólar no resultado financeiro. Já o Bradesco BBI destacou as vendas de milhas para bancos que ainda estão impulsionando o crescimento robusto do faturamento. 

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Na última sexta-feira, a companhia acertou a compra antecipada de até um bilhão de reais em passagens de sua controladora, a companhia aérea Gol (GOLL4), até o fim de junho de 2017. Em relatório nesta segunda-feira, a corretora do UBS afirmou que o acordo é benéfico para ambas. Ontem, a Gol admitiu em comunicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que o acordo anunciado na sexta sobre a venda antecipada de R$ 1 bilhão em bilhetes para a Smiles pode ter vazado antes da hora. Segundo a companhia, esta poderia ser uma das explicações para a forte oscilação das ações durante aquele pregão.

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 38,95, +2,24%)
As ações da Telefônica Brasil subiram em dia que os papéis ficam “ex-juros sobre capital próprio”. Ontem, a companhia informou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,111072 por ação ordinária e R$ 0,122179 por ação preferencial, com o pagamento desse provento a ser realizado até o final do exercício social de 2017.  

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 46,40, -0,64%)
A transmissora de energia Cteep espera começar a receber ainda em 2016 uma indenização de R$ 3,9 bilhões devida pela União pela renovação antecipada de suas concessões no fim de 2012, sendo que o pagamento seria feito em entre 8 e 10 anos, afirmou o presidente da companhia, Reynaldo Passanezi, em teleconferência nesta terça-feira. A intenção de acertar o pagamento teria sido sinalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que tem tratado do assunto com o Ministério de Minas e Energia.

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“A gente espera uma definição rápida do Poder Concedente… Há muitas discussões ainda, mas diria que está bastante avançado. A recomendação (da Aneel) é fazer um pagamento em entre 8 e 10 anos”, disse Passanezi

Segundo ele, poderia haver uma definição sobre o tema ainda no primeiro trimestre, e o período de pagamento iria variar de empresa para empresa, de acordo com a vida útil dos equipamentos atrelados à concessão.

As transmissoras brasileiras somam bilhões de reais em pleitos de indenizações por essa renovação antecipada dos contratos, feita no âmbito de um plano do governo federal para reduzir as contas de luz a partir de 2013.

Eternit (ETER3, R$ 1,70, -5,56%)
As ações da Eternit caíram pelo segundo pregão seguido, acumulando perdas de 8% no período, em meio à notícia de que a companhia foi condenada a pagar mais de R$ 400 milhões de indenizações por expor trabalhadores ao amianto, segundo informações do jornal O Globo. A indenização foi determinada na sexta-feira pela juíza Raquel Gabbai de Oliveira, da 9ª Vara do Trabalho de São Paulo, é a maior já imposta à empresa que explora amianto no Brasil.

A decisão foi tomada na união de duas ações: uma do Ministério Público do Trabalho pedindo indenização por dano moral coletivo e acompanhamento médico e outra, da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), pedindo indenização para cada ex-trabalhador exposto à fibra cancerígena que é proibida em mais de 60 países, inclusive nos vizinhos Argentina e Uruguai. Segundo o jornal, a Eternit não comentou a decisão e afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente da sentença.

Cosan (CSAN3, R$ 27,40, +2,43%)
As ações da Cosan subiram pelo 8° pregão seguido, com ganhos de 15% no período, atingindo seu maior patamar desde maio de 2015. Ontem, em entrevista ao InfoMoney, o gestor André Vainer, da Athena Capital, explicou que o rali da companhia vem acompanhado de melhores preços do açúcar, que beneficiaram o resultados da Raízen (subsidiária da Cosan), melhor comunicação por parte da área de relações com investidores da companhia e, por fim, os dividendos anunciados pela Comgás (controlada da Cosan) em meados de fevereiro. 

Veja mais: Atraídos pelo açúcar, investidores aumentam apostas em ação que dispara 60% em 6 meses

Gol (GOLL4, R$ 2,33, +0,87%)
As ações da Gol viraram para queda depois de subirem 28% nos últimos três pregões, considerando a máxima registrada hoje, entre expectativa por aumento de participação de estrangeiros em aéreas brasileiras e compra antecipada de bilhetes pela Smiles no montante de R$ 1 bilhão. Nessas três sessões, os papéis da companhia já disparam 26%. 

Na última sexta-feira, a Smiles acertou a compra antecipada de até R$ 1 bilhão em passagens de sua controladora, a companhia aérea Gol (GOLL4), até o fim de junho de 2017. Em relatório nesta segunda-feira, a corretora do UBS afirmou que o acordo é benéfico para ambas. Ontem, a Gol admitiu em comunicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que o acordo anunciado na sexta sobre a venda antecipada de R$ 1 bilhão em bilhetes para a Smiles pode ter vazado antes da hora. Segundo a companhia, esta poderia ser uma das explicações para a forte oscilação das ações durante aquele pregão.

Sabesp (SBSP3, R$ 22,91, +1,33%)
Após um ano em vigor, a multa para quem aumentou o consumo de água durante a crise hídrica já rendeu R$ 549,3 milhões para a Sabesp, segundo o Estadão. O valor arrecadado com a medida desde fevereiro de 2015 corresponde a quase 100% do custo total da obra de transposição de água da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira – R$ 555 milhões -, iniciada neste mês e prevista para abril de 2017.

A sobretaxa de até 50% na conta de quem não reduziu o gasto com água na Grande São Paulo em relação à média de consumo antes da seca entrou em vigor em janeiro de 2015, auge da crise hídrica, com reflexo sobre as faturas de fevereiro. Em janeiro passado, segundo a Sabesp, 23% dos clientes elevaram o consumo. Destes, 14% pagaram uma sobretaxa que chegou a R$ 49,6 milhões de receita. Os outros 9 pontos porcentuais não foram multados porque consumiram menos de 10 mil litros no mês ou pagam tarifa social. Os dados de fevereiro serão divulgados neste mês. O valor arrecadado em janeiro com a multa para os chamados “gastões” foi o quarto maior em 12 meses de vigência da medida.

Ambev (ABEV3, R$ 18,25, +3,46%)
A euforia do mercado interno ofuscou dados ruins do setor de bebidas que poderiam abalar as ações da Ambev hoje. Dados do Sicobe de fevereiro apontaram para outro mês fraco de produção de cerveja, que caiu 2,9% no na comparação anual. No acumulado do ano, a queda ficou em 1,8% em relação ao ano anterior. Para o BTG Pactual, os dados vieram ruins, sem motivos para ficar otimista com Ambev e restante do setor, que segue com visão mais cautelosa. 

JHSF (JHSF3, R$ 1,24, +6,90%)
A JHSF acertou a venda de cinco sociedades no exterior para a JHSF Global, sociedade controlada por José Auriemo Neto, segundo comunicado ao mercado. O valor do negócio será de US$ 200 milhões, menos as dívidas e acrescido dos investimentos realizados entre 8 de outubro de 2015 e a data de fechamento da transação.

Cielo (CIEL3, R$ 32,20, +3,84%)
A Cielo teve sua recomendação rebaixada de compra para manutenção pelo Santander, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 47,00 para R$ 36,00 por ativo. Os analistas Henrique Navarro e Renata Cabral destacam que o fraco crescimento do volume de cartões, o opex mais alto e as dúvidas sobre a contribuição da Cateno no lucro da companhia levaram à redução do preço-alvo e à redução da recomendação dos ativos.  

Exportadoras
Entre as seis quedas do Ibovespa hoje, as ações do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 43,20, -1,82%), Suzano (SUZB5, R$ 16,28, -1,33%) e Klabin (KLBN11, R$ 21,37, -0,60%) lideram as perdas do índice em meio à queda do dólar nesta sessão. As empresas, com perfil exportador, são penalizadas pelo movimento dado que suas receitas são atreladas à moeda americana. O dólar registrava queda de 0,35%, a R$ 3,99.  

Nesta terça-feira, a ABPO (Associação Brasileira de Papelão Ondulado) informou que as vendas de papelão ondulado – caixas, acessórios e chapas – tiveram uma queda de 6,96% em janeiro de 2016 na comparação com o mesmo período de 2015, para 257,828 mil toneladas. No dia 12 de fevereiro, a ABPO havia divulgado os dados prévios referentes ao mês de janeiro, no qual a queda apurada havia sido superior, de 7,88%, com 255,260 mil toneladas. Na comparação com o mês exatamente anterior, dezembro, houve recuo de 2,84%. Em todo o ano de 2015, as vendas acumularam um recuo de 3,08% na comparação com 2014, com 3,321 milhões de toneladas.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 19,56, -0,71%)
A Magazine Luiza teve prejuízo líquido de R$ 52,4 milhões no quarto trimestre de 2015, revertendo assim o lucro líquido de R$ 39,3 milhões no mesmo trimestre de 2014. No ano de 2015, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 65,6 milhões, ante lucro líquido de R$ 128,6 milhões do ano anterior. A receita líquida da empresa no trimestre totalizou R$ 2,536 bilhões, em queda de 8,7% ante os R$ 2,777 bilhões no quarto trimestre de 2014. A queda foi de 8,2% no ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos últimos três meses do ano foi de R$ 100,4 milhões, 42,8% menor ante o Ebitda de R$ 175,4 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda somou R$ 464,7 milhões em 2015, em queda de 23,2% ante 2014. 

CSN (CSNA3, R$ 5,40, +3,85%)
As ações da CSN dispararam em meio à euforia do mercado diante da notícia de que a companhia voltou a considerar a possibilidade de fazer uma parceria ao invés de vender integralmente o Sepetiba Tecon, o terminal de contêineres arrendado que explora no porto de Itaguaí (RJ), segundo apurou o Valor EconômicoDesde o dia 15 de fevereiro, as ações da CSN disparam 75% na Bolsa, renovando hoje a máxima registrada no intraday desde 1° de dezembro de 2015. 

Além da expectativa com a venda de ativos, os papéis da siderúrgica seguiram o bom humor generalizado do mercado. As demais siderúrgicas da Bovespa encerraram a sessão em alta mais amena: Usiminas (USIM5, R$ 0,91, +1,11%), Gerdau (GGBR4, R$ 3,60, +1,98%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,26, +4,13%).  

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