Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro ajustado de R$ 8,79 bi no 3º tri, alta de 4,5%, e anuncia R$ 2,25 bi em dividendos e JCP

Instituição registra aumento da inadimplência

Ana Paula Ribeiro

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O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), montante 4,5% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022, informou a companhia nesta quarta-feira (8).

Analistas, em média, esperavam lucro de R$ 8,98 bilhões, com base em dados da LSEG.

Já o retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL ou ROE, na sigla em inglês) ficou em 21,3% entre julho e agosto de 2023, uma queda de 0,6 ponto percentual na comparação com igual período de 2022.

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O maior avanço ocorreu no segmento de agronegócio, com a carteira chegando a R$ 339,937 bilhões, alta de 18,9%. A carteira de pessoa física subiu 7,9%, para R$ 304,147 bilhões, e a de empresas, para R$ 371,447 bilhões, variação positiva de 4,7%.

O crescimento da carteira de crédito veio acompanhado de um aumento da inadimplência e das provisões para lidar com eventuais calotes.

A taxa de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) chegou a 2,81% no terceiro trimestre, alta de 0,47 ponto percentual em um ano. Já na comparação com o trimestre anterior, foi registrada uma leve alta de 0,8 ponto.

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Já as provisões para devedores duvidosos totalizou R$ 7,5 bilhões no segundo trimestre, alta de 66,4% na comparação com o terceiro trimestre de 2022. Em relação ao segundo trimestre, a alta foi de 4,7%.

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Essa alta da inadimplência, segundo o BB, é explicada por um efeito extraordinário na carteira de “large corporate” decorrente de um evento anunciado em janeiro. Sem citar nomes, a instituição está se referindo à recuperação judicial da Lojas Americanas.

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“Sem considerar este evento, o INAD+90d seria de 2,63% em setembro/23 (de 2,81%) e 2,65% (de 2,73%) em junho/23. O saldo das operações com o referido cliente já encontram-se refletidas no indicador de inadimplência acima de 90 dias, bem como estão 100% provisionadas”, explicou o banco. 

Dividendos e JCP

O Banco do Brasil ainda anunciou a distribuição de R$ 291 milhões de remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e R$ 1,958 bilhão sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), ambos relativos ao terceiro trimestre de 2023. No total, o valor dos proventos é de R$ 2,25 bilhões.

O valor por ação na forma de dividendos é R$ 0,10198860740 e em JCP é de R$ 0,68622202551.
Os valores serão pagos em 30 de novembro de 2023, tendo como base a posição acionária de 21 de novembro, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 22 deste mês.

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Receitas com tarifas

Diferente da carteira de crédito, as receitas com prestação de serviços do BB tiveram um crescimento tímido no terceiro trimestre. A alta foi de 1,7%, para R$ 8,67 bilhões.

O crescimento mais expressivo foi registrado nos serviços relacionados a administração de consórcios. As receitas desse segmento totalizaram R$ 658 milhões no terceiro trimestre, alta de 25,5% na comparação com igual período de 2022. Já as receitas relacionadas às operações de crédito subiram 12,2%, para R$ 642,1 milhões. No caso dos cartões, a alta foi de 8,9%, para R$ 705 milhões.

No entanto, os maiores sementos de receitas registraram queda. No caso da administração de fundos, a queda foid e 2,5%, para R$ 2,15 bilhões. As receitas de contas correntes caiu 1,1%, para R$ 1,673 bilhão.

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Em relação às projeções (guidance), o BB não fez alterações em relação ao divulgado no trimestre anterior. A expectativa é que o crescimento da carteira de crédito fique entre 9% e 13%. Para a margem financeira bruta, o guidance vai de 22% a 26%, mas atualmente está em 30,4%.

A projeção para o lucro liquido ajustado está entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões. De janeiro a setembro, já está em R$ 26,1 bilhões.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney