Banco do Brasil (BBAS3) aumenta exposição ao risco para obter margens maiores

Objetivo do banco é alcançar margens compatíveis com outros "players" do mercado

Mitchel Diniz

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Na teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre de 2022, os executivos do Banco do Brasil (BBAS3) reafirmaram um compromisso de elevar as margens financeiras para concorrer com outros players do mercado. “Tínhamos um gap e corremos atrás, entregando compatibilidade com os melhores desempenhos dessa indústria”, afirmou Ricardo Forni, CFO da companhia.

Assim, o BB demonstra um maior apetite por risco. Segundo Fausto Ribeiro, CEO do banco, o objetivo é crescer em linhas que tem maior risco, porém margens maiores também. “É um aprendizado contínuo, para ir ajustando os modelos de crédito altamente qualificados que temos ao longo desse processo”, disse ele.

A vice-presidente de gestão de risco do banco, Paula Teixeira, destacou a qualidade da originação da carteira de crédito do banco. “Nossa carteira é classificada em 93,13% nos melhores níveis de risco”, explicou.

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O cartão de crédito, segundo os executivos, é o carro-chefe da mudança de mix do Banco do Brasil. A base de cartões do banco chegou a 13 milhões no segundo trimestre, alta de 21,5% em relação a um ano antes. O faturamento saltou de R$ 46,1 bilhões para R$ 66,2 bilhões entre os períodos. A inadimplência do cartão de crédito, por sua vez, saltou de 4,41% para 8% em um ano.

“Inadimplência no cartão é reflexo de estratégia de buscar linhas mais rentáveis. É natural que ela ocorra em relação a demais produtos, mas estamos avaliando todo o mercado”, disse a VP de gestão de risco.

Fausto Ribeiro, CEO do Banco do Brasil, apontou que índice de cobertura do banco, que terminou junho em 271%, continua “bem elevado”. “Isso nos dá uma gordura adicional para que possamos ampliar estratégia mais forte em linhas com maior rentabilidade”, disse ele.

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Mais dividendos?

Junto com o resultado do segundo trimestre, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de mais de R$ 2 bilhões em proventos (dividendos e juros sobre o capital próprio). No teleconferência, os executivos foram questionados se o banco pensa em aumentar o seu payout.

“Nosso payout garante a preservação de capital e garante crescimento dos ativos”, disse Fausto Ribeiro. “60% de retenção é, nesse momento, o modelo de mix mais adequado. O incentivo a um payout maior existe, sempre vamos avaliar”, complementou Ricardo Forni.

Ribeiro afirmou que os resultados foram resultado da nova gestão, focada em linhas que o banco tinha “deixado de ser protagonista” – comércio exterior, agronegócio, pequenas e médias empresas.

“Esse resultado é suportado por modelos de crédito robustos e conservadores. O banco sempre teve exposição de portfólio mais defensivo e estamos dando um passo de cada vez, buscando melhorar margens financeiras, para oferecer ROE [retorno sobre capital] maior”, complementou, dizendo que resultado forte “veio para ficar”.

O CEO admitiu que o BB deve observar um crescimento de inadimplência, mas espera que os retornos sejam compensatórios.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados