Azul (AZUL4) tem prejuízo ajustado de R$ 610,5 milhões no quarto trimestre, 40% maior na base anual

Companhia aérea projeta geração de fluxo de caixa positivo em 2024 e nos anos seguintes

Felipe Moreira

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A Azul (AZUL4) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 610,5 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), montante 40% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2021, informou a companhia nesta manhã de segunda-feira (6).

O consenso Refinitiv previa prejuízo ajustado de R$ 562,81 milhões para o período entre outubro e dezembro de 2022.

Sem ser em termos ajustados, a companhia teve lucro líquido de R$ 231,2 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o cenário de perda registrado no mesmo período de 2021, quando teve prejuízo de R$ 954,7 milhões.

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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 1,097 bilhão no 4T22, um crescimento de 6,9% em relação ao 4T21 e abaixo dos R$ 1,112 bilhão esperados pelo consenso Refinitiv.

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A receita líquida somou R$ 4,453 bilhões no quarto trimestre deste ano, crescimento de 19,4% na comparação com igual etapa de 2021, mas abaixo do consenso Refinitiv, que previa R$ 4,584 bilhões.

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A receita de passageiros atingiu um recorde histórico, aumentando 21,3% em uma capacidade 10,3% maior em comparação com o mesmo período do ano passado.

A margem Ebitda atingiu 24,6% entre outubro e dezembro, baixa de 2,9 pontos percentuais (p.p)  frente a margem registrada em 4T21.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 293,5 milhões no quarto trimestre de 2022, uma redução de 80% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2021.

O Custo Operacional por Assento (CASK) no 4T22 foi de R$ 37,68 centavos, 11,1% acima do 4T21, principalmente devido ao aumento de 42,5% nos combustíveis. O CASK excluindo combustível reduziu 3,9% em relação ao 4T21, impulsionado pela transformação da frota, iniciativas de redução de custos, ganhos de produtividade e aumento de capacidade.

O consumo de combustível por ASK reduziu 3,7% no mesmo período contra 4T21 e 8,2% em comparação com 4T19, como resultado do maior número de aeronaves de última geração na frota da Azul.

Em 31 de dezembro de 2022, a Azul tinha uma frota operacional de 177 aeronaves e uma frota contratual de 194 aeronaves, com uma idade média de 7,1 anos, excluindo aeronaves Cessna.

Liquidez e endividamento

A liquidez imediata foi de R$ 2,5 bilhões. No trimestre, as entradas de caixa operacional superaram as saídas em mais de R$ 1,1 bilhão e a companhia deu continuidade ao seu processo de desalavancagem com R$ 1,4 bilhão em pagamentos de arrendamentos recorrentes e diferidos e amortizações de dívidas, resultando em uma redução de R$ 408,3 milhões de liquidez imediata comparado com 4T19.

Como resultado de negociações bem-sucedidas com arrendadores e fabricantes, a necessidade de caixa originalmente projetada pela Azul para 2023 será eliminada, e o fluxo de caixa deverá ser positivo em 2024 e nos anos seguintes.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de R$ 21,8 bilhões, diminuindo R$ 1,2 bilhão na comparação com a mesma etapa de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 5,7 vezes em dezembro de 2022, queda de 5,5 p.p. em relação ao mesmo período de 2021.

Os investimentos líquidos totalizaram R$426,9 milhões no 4T22, relacionados principalmente com a capitalização de eventos de manutenção de motores e a aquisição de peças de reposição no trimestre.