Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4): o que esperar para os balanços do terceiro trimestre das aéreas?

Números devem mostrar recuperação no 3º trimestre; resultados serão apresentados em 6 de novembro (Gol) e 14 de novembro (Azul)

Camille Bocanegra

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Um trimestre positivo, com bons resultados para Azul (AZUL4) e mostrando recuperação para Gol (GOLL4). Essa é a visão dos principais analistas sobre os resultados que serão apresentados pelas aéreas na temporada de balanços que se inicia hoje.

A Gol reportará seus números em 6 de novembro, enquanto o balanço da Azul será apresentado em 14 de novembro, antes da abertura dos mercados.

Recuperação para Gol e otimismo com Azul

Para a Gol, a XP espera que seja “um trimestre de recuperação”. A corretora considera que os resultados do 3T23 estão em linha com o consenso do ano fiscal de 2023.

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“Vemos um sólido desempenho RASK (receita por assento por ocupado por quilômetro) de mais de 10% na comparação anual, devido a (i) crescimento de 3% comparado com o ano anterior do yield; (ii) 2,4 pontos percentuais (p.p.) diminuição da taxa de carga; e (iii) crescimento de 80% na comparação anual de outras receitas. Além disso, vemos uma redução da pressão do CASK (custo por assento disponível por quilômetro) de -7% na comparação anual, principalmente decorrente da diminuição dos preços dos combustíveis (CASK Fuel -22% em relação ao ano anterior), com um aumento de 6% no CASK Ex-Fuel (sem considerar combustível) devido (a) maiores despesas relacionadas com peças e (b) custos associados à reentrega de aeronaves”, entende a XP.

Para a Azul, os analistas da casa esperam resultados positivos, ainda que a receita por passageiro por quilômetro (RASK) se apresente decrescente em relação ao ano anterior.

A expectativa do BTG Pactual é de Ebitda em R$ 1,2 bilhão (com aumento de 33% na comparação anual e 7% na comparação com o trimestre anterior).

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Na análise, o banco destaca que o destaque para Azul foi o chamado “negócio de cargas”, que apresentou desempenho sólido e demanda resiliente. Os volumes mais altos foram sustentados pelas novas rotas de comércio eletrônico desenvolvidas ainda na pandemia e que seguem.

“Apesar da melhoria gradual nas operações, ainda vemos a volatilidade cambial e o preço do combustível de aviação como as principais preocupações de curto prazo. Por outro lado, gostamos da conclusão da reestruturação de sua dívida, o que representa uma grande redução do passivo”, diz o banco.

Os desafios também se apresentam para a Gol, na análise do BTG, somados à alavancagem financeira.

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“Com base em melhores números operacionais, esperamos que as margens da Gol permaneçam saudáveis, enquanto os yields devem se manter estáveis na comparação trimestral (o ambiente de precificação doméstica continua favorável)”, considera o relatório.

Há destaque também para os volumes preliminares já divulgados pela companhia, com demanda resiliente demostrada por ASK (assentos oferecidos por quilômetro) 5% maior que no trimestre anterior, em 10,8 bilhões e RPK (receita por passageiro por quilômetro) em 9,0 bilhões (com aumento de 14% em relação ao trimestre anterior) e taxa de ocupação em 84% (+6,8 p.p. na comparação trimestral).

O banco estima que a receita líquida terá crescimento de 16% na comparação anual e 12% na comparação trimestral, em R$ 4,6 bilhões. Para projeção de Ebitda, o BTG considera R$ 1,2 bilhão (comparados com os R$ 474 milhões no terceiro trimestre de 2022 e R$ 900 milhões no segundo trimestre de 2023). “Nossas estimativas apontam para um lucro líquido de R$ 186 milhões, ainda beneficiado pela variação cambial”, destacam.

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As reestruturações de dívidas são parte da análise da Genial para os dois nomes, que espera que ambas reportem aumento de margens nas comparações anuais e trimestrais. O aumento viria por fatores como diminuição do preço do combustível, sazonalidade mais favorável (o que foi observado nas prévias divulgadas, de acordo com a corretora) e yields em patamares ainda elevados.

“Com a conclusão das renegociações de dívidas, enxergamos uma redução drástica das necessidades de caixa, o que alivia os balanços das companhias no curto/médio prazo. No entanto, seguimos cautelosos com o setor devido a uma probabilidade relativamente alta de aumento nos preços de insumos devido ao petróleo e componentes cambiais”, analisa a Genial.

A recomendação para as companhias é neutra, com preço alvo de R$ 22,00 para Azul e de R$ 8,20 para Gol.