Azul: ações sobem 4,13% após 4T positivo, mas analistas seguem neutros com AZUL4

XP, Goldman e JPMorgan reiteraram recomendação neutra para os papéis

Lara Rizério

Funcionária em loja da Azul no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo  (REUTERS/Rahel Patrasso)
Funcionária em loja da Azul no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (REUTERS/Rahel Patrasso)

Publicidade

As ações da Azul (AZUL4) registraram fortes ganhos na esteira dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) na manhã desta segunda-feira (24). Nesta segunda-feira (24), os ativos subiram 4,13%, a R$ 3,78.

Em relatório, a XP Investimentos destaca que a Azul registrou resultados operacionais positivos, com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 1,951 bilhão (+33% na base anual; em linha com a projeções da XP e com o guidance da empresa de R$ 6 bilhões para 2024).

Os principais fatores para o trimestre foram um desempenho estável do RASK (receita por assento-quilômetro disponível, -1% na base anual) e uma dinâmica positiva do CASK (custo por assento, -6% ano a ano), com o aumento de 18% na base anual no câmbio sendo compensado por menores preços de combustível (-17% ano a ano), a transição para aeronaves de última geração mais eficientes e iniciativas de redução de custos.

Continua depois da publicidade

A XP reitera recomendação neutra em um cenário macro ainda desafiador e com potencial de diluição relevante.

O Goldman Sachs também tem recomendação neutra para a Azul e continua a preferir Copa e LATAM dentro da cobertura de companhias aéreas, destacando que os números divulgados ficaram linha com o que esperava para o trimestre.

O JPMorgan, por sua vez, vê que, na frente operacional, o fator de carga surpreendeu positivamente em 84% (+4,4 pontos percentuais ano a ano), enquanto custos de combustível de aviação menores do que o previsto compensaram uma um CASK menor.

Continua depois da publicidade

Saiba mais:

A empresa gerou um fluxo de caixa livre positivo de R$ 128 milhões, embora isso tenha sido reforçado por cerca de R$ 275 milhões em nova dívida líquida. “No geral, vemos os resultados de hoje como neutros (já que o Ebitda estava em linha) a ligeiramente negativos (devido à perda nos rendimentos). Em nossa opinião, o desempenho das ações da Azul continuará a ser influenciado por seus esforços contínuos de gestão de passivos, o que poderia levar a uma diluição de mais de 80% do patrimônio líquido se totalmente executado”, avalia o JPMorgan, que também possuem recomendação neutra para as ações.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.