Autorização do WhatsApp Pay é notícia positiva para Cielo, dizem analistas; ações sobem 3,91%

Ainda que a passos lentos, notícia coloca a Cielo como a adquirente potencialmente beneficiada com a adoção do WhatsApp Pay no país

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Banco Central autorizou na última terça-feira arranjos das bandeiras de cartões Visa e Mastercard a usarem o WhatsApp para transferências de recursos, cerca de nove meses após ter limitado a parceria a um período de testes antes de ser lançada em larga escala. A notícia tem potencial de ser positiva para os ativos da Cielo (CIEL3). Em suas primeiras operações na sessão desta quarta-feira (31), os papéis chegaram a subir 9,78%, a R$ 3,93. Ainda que amenizando fortemente os ganhos na reta final, a ação CIEL3 fechou em alta de 3,91%, a R$ 3,72.

Anunciada em junho do ano passado, a parceria que também envolvia a Cielo foi logo barrada tanto pelo BC quanto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que alegaram tanto riscos ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) quanto à concorrência, dada a posição dominante de mercado da Cielo e do Facebook.

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Posteriormente, BC e Cade pediram esclarecimentos sobre a estrutura de remuneração dos serviços e a autoridade monetária autorizou a retomada da parceria em fase de testes, enquanto avançava com o sistema instantâneo de transferência de valores, PIX, lançado em novembro. Ao anunciar a autorização na noite de ontem, o BC disse acreditar que os arranjos “poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”.

Em nota após o anúncio do BC, um porta-voz do WhatsApp afirmou ter recebido a decisão do BC “com muita satisfação” e que está em preparativos finais para disponibilizar a funcionalidade no Brasil. “Agora, mais do que nunca, pagamentos digitais seguros e convenientes oferecem uma solução vital para transferir dinheiro rapidamente para pessoas que necessitam e auxiliar empresas em sua recuperação econômica”, diz trecho da nota do WhatsApp.

Já a Visa afirmou que recebeu “com satisfação a decisão do Banco Central e espera continuar seu trabalho com emissores e o WhatsApp para habilitar os pagamentos pelo aplicativo, tornando-o disponível para todos no Brasil”. E a Mastercard afirmou que continuará “a trabalhar com o WhatsApp e outros parceiros para oferecer opções de pagamento inovadoras e seguras aos consumidores e empresas brasileiras”.

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Conforme destaca o Credit Suisse, o Banco Central do Brasil aprovou os serviços de WhatsApp Pay inicialmente apenas para transações P2P (person to person, interpessoal). Os pagamentos P2B (person to business, para compras em lojas) continuam em análise. As transações serão possíveis entre usuários do WhatsApp que registrarem um cartão de débito ou cartão pré-pago Visa ou MasterCard no aplicativo. Inicialmente, apenas cartões emitidos por alguns emissores selecionados, como Banco do Brasil, Nubank e Sicredi, são aceitos, mas parceiros adicionais podem eventualmente se associar. As transações P2P devem ser gratuitas, pelo menos por enquanto. Por fim, o WhatsApp Pay vai usar os trilhos das tecnologias Visa Direct e MasterCard Send, enquanto uma integração com o PIX é esperada para um futuro próximo.

A possível autorização do WhatsApp Pay foi um dos temas da entrevista com Paulo Caffarelli, CEO da Cielo, em live da série Por Dentro dos Resultados, do InfoMoney. Confira na íntegra pelo vídeo abaixo: 

O Bradesco BBI ressalta essas transações serão gratuitas e capturadas pela Cielo, a adquirente que trabalhou com o Facebook e as bandeiras de cartão para viabilizar o sistema. Dados os custos existentes por trás das transações P2P semelhantes às transações de débito, espera-se que o Facebook subsidie as transferências.

A ideia também é que, em breve, as transações P2M sejam autorizadas, estas cobradas. Para a Cielo, a contribuição positiva deve vir mais materialmente das transações P2M. Isso, no entanto, vai depender do ritmo de adoção e, obviamente, da aprovação do BC, avaliam os analistas. “Já é uma boa notícia, pois coloca a Cielo como a adquirente potencialmente beneficiada com a adoção do WhatsApp Pay no país. Teria sido melhor lançá-lo antes do Pix, mas tê-lo finalmente aprovado já é algo positivo para todos os envolvidos”, avaliam os analistas.

A equipe da Genial Investimentos também destacou que a Cielo deve processar as transações, mas ressaltou que a principal avenida de faturamento para a maior empresa de meios de pagamentos do país nesse arranjo ainda está sob análise. “O pagamento entre pessoas e empresas (P2M) caso aprovado deve alegrar as receitas da Cielo”, afirmou.

(com Reuters)

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