Atualização “Shanghai” do Ethereum deve ficar só para abril, apontam desenvolvedores

Último teste da atualização deverá ser realizado em 14 de março, empurrando a versão final para o próximo mês

Paulo Barros CoinDesk

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A próxima atualização do Ethereum (ETH), chamada de “Shanghai”, deverá ficar apenas para o mês de abril, indicaram desenvolvedores responsáveis pelo projeto em conferência realizada na quinta-feira (2). A mudança era prevista para o final de março, mas foi adiada em alguns dias em meio a testes realizados na tecnologia.

Os desenvolvedores do Ethereum estão mirando em 14 de março para o lançamento da atualização Shanghai na rede de testes Goerli.

O teste na Goerli será altamente observado, visto que é a maior rede pública de testes do Ethereum e a última chance para os provedores de staking garantirem que o ETH bloqueado possa de fato ser retirado antes que a mudança chegue à rede principal.

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O consenso entre desenvolvedores é de que a atualização seja lançada na rede principal entre três a quatro semanas após o teste na rede Goerli, o que adiaria a atualização para a primeira ou segunda semana de abril.

As retiradas de ETH travado no protocolo são a principal mudança trazida pela atualização Shanghai. Os ativos foram bloqueados desde dezembro de 2020 por investidores interessados a se tornar validadores de dados da rede e, em troca, receber remuneração em ETH. O processo é conhecido como staking.

Ethereum pode cair após atualização?

A disponibilização de ETH após a liberação dos saques do staking gerou temores entre investidores de que a atualização pode gerar um efeito negativo sobre o preço do ativo. Há atualmente cerca de 17,5 milhões de ETH em staking, no valor de US$ 28 bilhões.

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Analistas, no entanto, dizem que o medo é infundado, já que o volume de resgates de ETH será menos significativo do que alguns preveem.

“Acredito que as retiradas e entradas de novas partes interessadas serão compensadas”, diz Nick Hotz, vice-presidente de pesquisa da empresa de investimento em ativos digitais Arca, ao CoinDesk.

Para Hotz, o impacto não será imediato porque as retiradas obedecerão uma fila. “Isso significa que apenas 10% da quantidade total de ETH em staking pode ser removida do pool em um mês”, ressalta.

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John Lo, head de ativos digitais da empresa de investimentos Recharge Capital, avalia ainda que as pessoas não vão se apressar para sair do staking, pois precisarão de tempo para entender como a versão Shanghai do Ethereum vai funcionar. “Haverá um período em que os investidores irão digerir como os saques funcionam”, disse ele.

Rich Falk-Wallace, executivo-chefe da plataforma institucional de dados cripto Arcana, aponta que o principal impulsionador do preço do ETH será a narrativa que o mercado criar sobre as perspectivas de longo prazo com base no comportamento de curto prazo.

“Se as partes interessadas se retirarem constantemente e não demonstrarem interesse em validar a rede, isso seria pessimista”, disse ele. “Se a porcentagem de participação de ETH [em staking] continuar a crescer após a Shanghai, será positivo”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos