Ata do Copom, Relatório Trimestral de Inflação e dados de emprego: o que acompanhar nesta semana

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano, e do IPCA-15 acima do esperado, os próximos passos da política monetária seguem sendo destaque nos próximos dias na agenda econômica brasileira.

Na terça (28) e quinta feira (30), o Banco Central divulgará a ata da reunião do Copom e o Relatório de Inflação, respectivamente. Esta última divulgação é referente ao terceiro trimestre e será particularmente importante para reunir mais informações sobre a visão da autoridade monetária sobre as perspectivas da inflação e, normalmente, apresenta atualizações de previsões mais amplas e estudos sobre a economia brasileira.

Na terça, também serão divulgados os dados de criação de vagas no mercado de trabalho pelo Caged de agosto, enquanto os dados da Pnad Contínua de agosto, apresentados pelo IBGE, serão revelados na quinta e, segundo o Bradesco, deverão seguir apontando melhora do mercado de trabalho.

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Atenção ainda para o IGP-M de setembro, que deverá mostrar deflação na comparação mensal. A estimativa dos economistas do Itaú é de que uma queda de 0,45%, levando a uma alta anual da taxa de 25,09% (ante avanço de 31,12% em agosto).

“O principal fator deve ser uma deflação significativa nos preços do minério de ferro. Por outro lado, os preços agrícolas no atacado seguirão pressionando a inflação, ainda puxada principalmente pelos grãos e preços in natura, embora com alguma desaceleração na margem. Os preços ao consumidor também devem seguir pressionados por tarifas de energia elétrica mais altas”, avaliam os economistas do banco.

Atenção ainda para os dados fiscais: será divulgado na terça o resultado do governo central de agosto, para o qual o Itaú espera déficit de R$ 16,4 bilhões. As contas públicas consolidadas, também de agosto, sairão no dia seguinte, para as quais os especialistas projetam déficit de R$ 12,3 bilhões.

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Já o relatório de crédito do Banco Central para agosto será divulgado na segunda-feira, com informações detalhadas sobre os empréstimos pendentes, taxas de inadimplência e outras informações detalhadas sobre o mercado.

Na sexta, será revelada a balança comercial de setembro, com o Itaú estimando um superávit de US$ 3,5 bilhões, inferior ao superávit de US$ 5,1 bilhões registrado um ano atrás. “Esperamos que as exportações diminuam 10,7% em relação ao mês anterior e as importações aumentem 0,4% em relação ao mês anterior. Apesar do resultado mais fraco, as exportações seguem em patamares historicamente elevados e significativamente acima das importações, sustentando saldo comercial positivo”, avaliam.

Já no plano político, será importante acompanhar de perto o desenvolvimento das discussões fiscais no Congresso para encontrar uma solução para os pagamentos de precatórios, bem como sobre os desdobramentos da reforma administrativa e da reforma do Imposto de Renda.

Cabe ressaltar que, em entrevista à CBN, o senador Ângelo Coronel, relator da reforma do IR, disse que a votação só deve ficar para 2022. “É um projeto muito complexo. Eu não tenho condições de fazer um relatório, estamos já para entrar em outubro, em dezembro, daqui a 60 e poucos dias começa o recesso. Eu não posso apresentar um relatório sem estar bem embasado”, afirmou para a rádio.

Já a bandeira da energia de outubro será decidida pela Aneel nesta sexta-feira.

Agenda externa

No exterior, na sexta-feira, os Estados Unidos divulgarão os dados do PCE, ou índice de preços dos gastos com consumo referente a agosto. Já na quinta, atenção para o PIB dos EUA do segundo trimestre (final), com expectativa do consenso de mercado de alta de 6,8% no trimestre em termos anualizados.

Ainda, ao longo da semana, haverá a divulgação dos índices PMI da Área do Euro (sexta) e da China (quarta), referentes a setembro.

Atenção ainda para as declarações de diversos dirigentes de BCs. A fala do presidente do Fed, Jerome Powell, após o Fomc esta semana foi vista como moderada, mas não eliminou as dúvidas sobre os juros nos EUA. Incertezas sobre as políticas dos principais bancos centrais ainda foram ampliadas depois que o Banco da Inglaterra sinalizou alta de sua taxa.

Vários dirigentes do BC americano falam na próxima semana, incluindo Powell, que estará no Senado no dia 28. Na Europa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, fala nos dias 27 e 28. Ela estará ainda com os colegas Powell, Andrew Bailey, do BOE, e Haruhiko Kuroda, do BOJ, em evento do BCE dia 29.

Sobre a China, os investidores seguem monitorando o desdobramento da crise da Evergrande. A incorporadora mais endividada do mundo não deu sinais de ter efetuado o pagamento do cupom de US$ 83,5 milhões, que tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado, o que afetou os mercados na última sexta-feira e deve seguir no radar dos investidores.

(com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.