As criptomoedas com maiores altas e baixas de outubro; Dogecoin dispara 100% e BTC descola das bolsas

Especialistas apontam como promissor movimento do Bitcoin de se mexer sem correlação com mercado de ações

Paulo Barros

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Outubro não foi o mês de alta que alguns esperavam pelo histórico de alta do Bitcoin (BTC) neste mês em oito dos últimos 12 anos, mas trouxe ganhos bem-vindos ao setor como um todo. Além do próprio BTC, que subiu 5,5%, o Ethereum (ETH) voltou a mostrar força e avançou 18% no período.

No entanto, o verdadeiro destaque foi a criptomoeda meme Dogecoin (DOGE), novamente impulsionada por Elon Musk, um conhecido apoiador da moeda que ganhou o noticiário em outubro em meio à novela em torno da aquisição do Twitter, concluída nos últimos dias do mês.

Nesse período, investidores viram as criptos retomarem alta com mais confiança, aumentando as esperanças de que o mercado já tenha passado pelo fundo do poço. O cenário macro também continuou contribuindo, com analistas apostando que a curva de juros está próxima de virar. No entanto, os ativos digitais mostraram certa independência e registraram vários dias de alta mesmo com baixa nas bolsas.

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“O que a gente tem visto neste terceiro trimestre de 2022 foi a volta da descorrelação do BTC contra o mercado tradicional, o S&P e o NASDAQ, que na verdade nos 12 primeiros anos da existência do BTC, ele tinha uma correlação com o S&P de somente 0.08%”, explica Lendel Lucas, CEO da empresa de investimentos quantitativos iVi Tech.

Segundo o especialista, o momento do Bitcoin é marcado pela volta da narrativa de proteção contra a inflação, o que aumentaria as chances do ativo digital de ter um desempenho melhor mesmo em meio a uma eventual recessão nos Estados Unidos no próximo ano.

“Depois da mínima de US$ 17 mil em junho, a expectativa para novembro e dezembro é positiva, podendo chegar na faixa de US$ 30 mil até o final do ano”, aposta.

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Para isso se concretizar, investidores precisam dar sequência a um movimento de compra que segue crescendo, segundo dados apontados por Israel Buzaym, executivo da corretora brasileira BitPreço.

“Indicadores on-chain, isto é, insights retirados a partir de dados da rede Bitcoin, mostram que as conhecidas wallets de baleias continuam acumulando a criptomoeda. Além disso, métricas públicas das corretoras internacionais têm mostrado um intenso fluxo de capital de compra (moeda corrente e stablecoins) entrando nas exchanges”, explica.

Ainda assim, outubro ficou também marcado pela queda forte do Ethereum ([ativo=ETHW]), ativo que surgiu em meados de setembro como suposto substituto do Ethereum.

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Confira, a seguir, como foi o desempenho das criptomoedas no último mês.

Confira o desempenho das principais criptomoedas em outubro:

Criptomoeda Preço Variação 
Bitcoin (BTC) US$ 20.495 +5,47%
Ethereum (ETH) US$ 1.572 +18,37%
Binance Coin (BNB) US$ 326,36 +14,80%
XRP (XRP) US$ 0,4659 -2,89%
Cardano (ADA) US$ 0,4063 -6,46%

Maiores altas de outubro

A Dogecoin (DOGE) teve o melhor desempenho de outubro após uma disparada na última semana do mês – novamente por causa de Elon Musk, não por publicações no Twitter, mas por de fato ter, enfim, fechado a aquisição da rede social.

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Investidores de DOGE apostam na ideia de que o CEO da Tesla poderá promover algum tipo de integração da criptomoeda meme com a plataforma de microblog. Atualmente, o Twitter já oferece pagamentos em BTC e ETH, por exemplo. Nessa toada, a cripto disparou de US$ 0,06 no dia 26 para US$ 0,127 no dia 31, uma valorização de 106%.

Logo atrás aparece o Huobi Token (HT), token da corretora de mesmo nome que já foi uma das maiores do mundo, mas entrou em crise e quase fecha as portas. No entanto, ela acabou sendo vendida para a About Capital, uma gestora de fundos com sede em Hong Kong. Após profundas perdas, a cripto da exchange retomou ímpeto e fechou o mês com alta de 97%.

A terceira cripto com o maior retorno foi a Osmosis (OSMO), que alimenta uma exchange descentralizada (que funciona com smart contracts em vez de livro de ordens controlado pela corretora) compatível com múltiplas redes. Além de atrair cada vez mais usuários, o projeto se beneficiou por ter seu token listado no cardápio disponível na Binance, a maior corretora cripto do mundo. Em outubro, o OSMO registrou alta de 43%.

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As criptomoedas com as maiores altas de outubro:

Criptomoeda Fechamento do mês Variação
Dogecoin (DOGE) US$ 0,127 +106,00%
Huobi Token (HT) US$ 8,75 +97,51%
Osmosis (OSMO) US$ 1,58 +43,63%
Casper (CSPR) US$ 0,04105 +38,72
Trust Wallet Token (TWT) US$ 1,23 +37,16%

Maiores baixas de outubro

Após surgir de uma dissidência entre mineradores de Ethereum em meados de setembro e ser distribuída gratuitamente para quem tinha ETH, a Ethereum PoW (ETHW) cumpriu as baixas expectativas de quem já apontava que o projeto era insustentável e amargou o posto de criptomoeda com o pior desempenho de outubro.

Alguns analistas apontavam que a rede poderia ter sobrevida se alguns mineradores de Ethereum optassem pela nova versão, mas essa migração parece ter acontecido apenas por um breve momento. Segundo um levantamento do CoinDesk, mineradores de fato abandonaram a atividade, ou passaram a dedicar esforços para projetos considerados mais promissores, como a Ravencoin (RVN). O ETHW, assim, terminou outubro em queda de 44,5%.

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O segundo pior resultado é da Helium (HNT), que caiu 32% em meio a uma crise que já dura pelo menos cinco meses pela falta de sustentabilidade do modelo de negócios de Internet descentralizada que o projeto pretende criar. Com a queda do mercado em maio, os investidores remunerados em tokens HNT passaram a sair da rede de roteadores, tornando o funcionamento mais complicado e gerando um efeito negativo em cascata.

Em seguida aparece a Axie Infinity (AXS), que passou por forte sell-off antes do fim do período de vesting de milhões de dólares em tokens detidos por investidores desde meados de 2020. O desbloqueio acabou acontecendo e gerou pressão de venda no ativo que já estava fragilizado, fazendo-o ceder quase 27% no mês.

As criptomoedas com as maiores baixas de outubro:

Criptomoeda Fechamento do mês Variação
Ethereum ([ativo=ETHW]) US$ 6,62 -44,46%
Helium (HNT) US$ 4,00 -32,00%
Axie Infinity (AXS) US$ 9,22 -26,65%
Terra Classic (LUNC) US$ 0,0002418 -20,25%
Compound (COMP) US$ 50,29 -17,50%

Paulo Barros

Editor de Investimentos