As ações que devem pagar dividendos superiores à Selic

A equipe de análise da XP destaca papéis de empresas elétricas como boas pagadoras de dividendos; confira lista com 10 ações

Lara Rizério

(Shutterstock)

SÃO PAULO – Uma opção para os investidores que querem (ou precisam) diversificar suas aplicações em busca de retornos maiores são as ações que pagam dividendos elevados.

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Com a queda dos juros, ficou relativamente mais fácil conseguir um rendimento com dividendos superior à rentabilidade proporcionada por uma aplicação conservadora de renda fixa, que acompanhe o CDI ou a taxa Selic.

Quais são as ações mais promissoras?

A equipe de análise da XP listou dez ações que devem entregar aos acionistas um retorno via dividendos superior à taxa de juros. Elas têm estimativa de um dividend yield (divisão do valor esperado em dividendos pelo preço das ações) acima da Selica nos próximos dois anos, e são indicadas em razão das boas perspectivas para seus negócios. Confira o relatório completo.

Na lista, estão principalmente as tradicionais empresas do setor elétrico, consideradas “defensivas” pela maior previsibilidade dos resultados por conta da receita já contratada. Os setores de saneamento, de distribuição e de siderurgia também constam do levantamento.

Já para um futuro próximo, a equipe de análise aponta duas blue chips, a Petrobras (PETR4) e a Vale (VALE3) como possíveis bons pagadores de dividendos.

Confira as razões para esperar bons pagamentos de dividendos com estas ações:

AES Tietê (TIET11)

No caso da AES Tietê, os analistas da XP destacam que o segmento de geração de energia possui margens elevadas e um certo grau de previsibilidade, levando em consideração que parte da receita é contratada. A companhia, desta forma, tem lucros consistentes, embora possa haver certo grau de volatilidade dependendo da incidência de chuvas.

Taesa (TAEE11)

A transmissão de energia elétrica, setor de atuação da Taesa, é baseada em receitas fixas corrigidas pela inflação e margens elevadas, levando a um fluxo estável de dividendos. A XP ainda reforça que a Taesa alia dividendos à busca contínua por crescimento com leilão de novas linhas e aquisição de projetos de outras empresas.

Transmissão Paulista (TRPL4)

Além da previsibilidade e margem elevada por conta do segmento de atuação, os analistas não descartam o pagamento de dividendos extraordinários pela Transmissão Paulista por conta do baixo endividamento da companhia.

Cemig (CMIG4

A estatal mineira de energia tem política de dividendos que prevê distribuir 50% do lucro líquido aos acionistas. A prioridade é para os preferenciais, com dividendo mínimo igual ao maior dos seguintes valores (i) 10% de seu valor nominal de R$ 5,00/ação (valor do balanço patrimonial) ou (ii) 3% do valor do patrimônio líquido das ações.

Engie (EGIE3

Outra geradora de energia com margens elevadas e um certo grau de previsibilidade, a Engie apresenta lucros consistentes, além de se destacar pela capacidade diferenciada de se proteger dos efeitos de baixa incidência das chuvas. Ela também tem expandido sua atuação para os setores de transmissão de energia e transporte de gás.

Sanepar (SAPR11)

A estatal paranaense de saneamento distribui dividendos elevados por conta de sua política de proventos. Ela prevê a distribuição do dividendo mínimo de 25% do lucro, além de 25% adicionais caso a situação financeira da empresa o permita (o que acontece desde 2012).

Copasa (CSMG3)

A estatal mineira de saneamento Copasa também possui uma política que permite bom pagamento de dividendos ao prever uma distribuição de no mínimo 25% e no máximo 50% do lucro como proventos. Além disso, há a possibilidade de distribuições extraordinárias caso certas condições de endividamento sejam cumpridas. “Acreditamos que a Copasa deve cumprir tais condições sem dificuldades”, destaca a equipe de análise.

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora tem baixo endividamento e, além disso, conta com relevantes recursos por conta de um acordo com a Eletrobras anunciado em 2018. Os analistas também destacam a antecipação dos recebíveis da Amazonas Energia R$ 1,4 bilhão em setembro de 2019.

Gerdau (GGBR4)

A XP destaca que a Gerdau tem como um de seus diferencias sua exposição geográfica diversificada, dado que a empresa possui operações relevantes fora do Brasil, com destaque para os Estados Unidos. “Tal diversificação é positiva e permite à Gerdau um certo grau de consistência nos lucros e, consequentemente, na distribuição de dividendos aos acionistas”, avalia a equipe de análise. A política de dividendos da empresa define o pagamento de proventos de, no mínimo, 30% do lucro líquido, com distribuições trimestrais.

Klabin (KLBN11)

A Klabin possui como um dos diferenciais a sua flexibilidade, aponta a XP, uma vez que atua tanto nos segmentos de papel e embalagens quanto de celulose. A política de dividendos da empresa prevê a distribuição de, no mínimo, 25% sobre o lucro líquido ajustado. “Vale notar que é prática comum da Klabin pagar um valor superior, na forma de 20% do Ebitda ajustado, em periodicidade trimestral”, aponta a equipe de análise.

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Futuras boas pagadoras de dividendos

A XP destaca a Petrobras e a Vale como nomes para monitorar como bons pagadores de dividendos no futuro.

No caso da Petrobras, segundo a nova política de remuneração dos acionistas, caso a empresa atinja um patamar de endividamento bruto inferior a US$ 60 bilhões, poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.

A expectativa da XP é de que esse cenário passe a acontecer a partir de 2022, o que aumenta a atratividade da Petrobras como pagadora de dividendos, com um dividend yield potencial de 8,4%.

Já no caso da Vale, a política de dividendos implementada em 2018 foi definida em 30% da diferença entre o lucro antes de juros, investimentos, depreciações e amortizações (Ebitda) e o investimento corrente, apurados no resultado do primeiro semestre, para a parcela de setembro, e no resultado do segundo semestre, para a parcela de março. Contudo, o pagamento foi suspenso no começo do ano por conta da tragédia de Brumadinho.

De qualquer forma, ressalta a XP, ainda que os desembolsos referentes à tragédia estejam sendo feitos, a Vale vem apresentando forte geração de caixa, levando ao nível de alavancagem mais baixo desde 2008, de 0,5 vez a relação entre dívida líquida e Ebitda. Assim, com as operações se normalizando e a ausência de proventos em 2019, a estimativa é, ainda conservadora, de um dividend yield entre 7% e 8% para 2020, “aquém da capacidade máxima de pagamento da empresa, mas em consonância com o legado de Brumadinho”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.