As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de agosto

Enquanto a Kroton registrou a maior baixa do benchmark da bolsa, a Qualicorp teve a maior valorização; fora do índice, a "menção honrosa" fica com a Telebras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou agosto com uma queda de 0,67%, desempenho final que não faz jus à forte volatilidade registrada pelo benchmark da bolsa. O índice fechou com ganhos de mais de 1% em 5 pregões do período e em queda de mais de 1% em 7 das 22 sessões do mês, sinalizando as fortes emoções que os investidores enfrentaram no período.

Para os acionistas de alguns papéis, as emoções foram ainda maiores.

Do lado negativo, uma das maiores baixas ficou com a Gol (GOLL4, R$ 33,20, -18,97%), que registrou forte baixa impactado principalmente pela forte alta do dólar, que saltou 8,5% no mês, a R$ 4,14, em meio à guerra comercial, temores sobre a recessão global, além de “peculiaridades” no Brasil (confira mais clicando aqui). Os papéis da Gol sofrem na bolsa com a alta do dólar. 

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Apesar de contar com uma pequena parcela de sua receita na moeda norte-americana, mais de 50% dos seus custos também são denominados em dólar, oriundo da compra de combustível (insumo essencial do negócio da companhia), que também tem sua cotação na divisa estrangeira.

Além disso, cerca de metade de seu endividamento está exposto a variações cambiais. Ou seja, a situação financeira da companhia piora quanto mais o dólar vale em relação ao real. 

As outras três companhias do ranking de queda do Ibovespa registraram esse fraco desempenho no mês principalmente por conta dos resultados fracos apresentados no segundo trimestre. 

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Kroton (KROT3, R$ 10,08, -19,53%) teve a maior baixa do índice em agosto, com os dados do segundo trimestre considerados fracos por questões macroeconômicas, aumento da concorrência com ensino à distância e pressão de todos os lados (volume, preços, recebíveis e geração de caixa). Na sessão pós-balanço, do dia 14 de agosto, os papéis KROT3 caíram 11%. 

Em seguida, a Braskem (BRKM5, R$ 28,22, -17,10%) teve fortes baixas após apresentar uma forte queda de 76% do seu lucro em seus números do segundo trimestre apresentados no último dia 7. 

A análise geral é de que a Braskem reportou números fracos, com a entrada em operação de novos empreendimentos nos Estados Unidos e na Ásia pressionando os spreads de resinas e químicos básicos. Além disso, a petroquímica segue as voltas com os problemas da sua controladora Odebrecht, em recuperação judicial, e com questões judiciais com a extração de sal-gema em bairros de Maceió (AL).

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Ultrapar (UGPA3, R$ 16,42, -16,30%) foi a quarta maior baixa depois de mostrar dados ruins, com a Ipiranga mais uma vez decepcionando. Aliás, de acordo com o Credit Suisse, o setor de distribuição de combustíveis teve o pior desempenho entre todos os que são cobertos pela equipe do banco.

A CSN (CSNA3, R$ 14,36, -13,13%), por sua vez, sofreu o forte impacto da queda de 23% do minério de ferro no mês (segundo cotação do contrato futuro negociado em Dalian), em meio à guerra comercial entre EUA e China e os temores de desaceleração da economia global. 

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Confira as maiores baixas do Ibovespa em agosto: 

Empresa Ticker Cotação Variação no mês
Kroton KROT3 R$ 10,08 -19,53%
Gol GOLL4 R$ 33,20 -18,97%
Braskem BRKM5 R$ 28,22 -17,10%
Ultrapar UGPA3 R$ 16,42 -16,30%
CSN CSNA3 R$ 14,36 -13,13%

 

Destaques de alta

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O maior destaque de alta, por sua vez, ficou com as ações da Qualicorp (QUAL3, R$ 28,59, +28,67%), com ganhos de quase 30%.

Os ganhos foram registrados principalmente na sessão do dia 9, após o CEO da empresa, José Seripieri Filho, concordar em vender uma fatia de 10% para a Rede D’Or São Luiz e, posteriormente, deixar o cargo de presidente da empresa, permanecendo como um acionista indireto, elevando as expectativas de uma melhora da governança corporativa da companhia. 

Além disso, os resultados do segundo trimestre também levaram a surpresas positivas. A B2W (BTOW3, R$ 47,00, +26,04%)  viu seus papéis saltarem mesmo após registrar um prejuízo de R$ 127,6 milhões no segundo trimestre, 15,1% superior às perdas no resultado líquido de R$ 110,9 milhões de igual período do ano passado.

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Em recente relatório, a XP Research destacou manter recomendação de compra para o papel: “com a conclusão da migração de algumas categorias do modelo de e-commerce próprio para o marketplace e impacto reduzido do fim da Lei do Bem nos resultados a partir do segundo semestre, acreditamos que a empresa está bem posicionada para capturar a melhora, ainda que gradual, no ambiente macroeconômico e crescimento online”.

A XP destaca ver a B2W como uma história que envolve a combinação de aceleração do crescimento de vendas com expansão de margem e melhora na dinâmica de geração de caixa. 

Em seguida, Marfrig (MRFG3, R$ 8,35, +25,94%) e JBS (JBSS3, R$ 29,64, +19,04%), com mais um mês positivo guiado pelas expectativas de alta nas vendas com a gripe suína na China. Além disso, a JBS anunciou na última semana a compra pela sua controlada, a Pilgrim’s Pride, da Tulip, atrás da liderança na Europa. 

Em quinto lugar, estiveram os ativos PNB (ELET6, R$ 46,95, +18,56%), com os avanços no plano de privatização (veja mais clicando aqui). 

Fora do Ibovespa, vale fazer uma menção honrosa para as ações da Telebras (TELB3, R$ 150,00, +476,92%; TELB4, R$ 45,50, +66,06%) após a companhia entrar no pacote do governo para as privatizações. 

Confira as maiores altas do Ibovespa em agosto: 

Empresa Ticker Cotação Variação no mês
Qualicorp QUAL3 R$ 28,59 +28,67%
B2W Digital BTOW3 R$ 47,00 +26,04%
Marfrig MRFG3 R$ 8,35 +25,94%
JBS JBSS3 R$ 29,64 +19,04%
Eletrobras ELET6 R$ 46,95 +18,56%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.