Após 2023 ruim, Casas Bahia (BHIA3) defende que melhoras aparecerão no 1º tri de 2024

Companhia passa por reestruturação que foi implementada em agosto do ano passado e, segundo executivos, balanço do 4º tri está "contaminado"

Vitor Azevedo

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As ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) caem forte nesta terça-feira (26), após a companhia, na véspera, ter divulgado um resultado com prejuízo histórico de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), reportando perdas de R$ 2,6 bilhões em todo o ano passado. Os executivos da varejista, no entanto, defenderam durante a teleconferência que o mercado deve olhar para o próximo balanço a ser divulgado, do primeiro trimestre de 2024, para entender a nova situação da empresa.

Em agosto do ano passado, o Grupo Casas Bahia anunciou uma série de mudanças para reformular o seu negócio, com o fechamento de mais de 100 lojas e descontinuidade de categorias. As movimentações, de acordo com os executivos, por enquanto poluem o balanço da empresa.

“Não vemos tantos impactos mais da reestruturação no primeiro trimestre de 2024. O mercado terá de olhar para ele para entender como estamos. Falo com convicção, olhando para targets do terceiro e quarto trimestre, que entregaremos melhora” diz o CEO, Renato Franklin, que assumiu para tocar as mudanças.

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Em parte, o resultado do quarto trimestre veio com o peso, por exemplo, dos gastos da empresa com demissões de funcionários, em meio ao encerramento de lojas. Neste ano, segundo o CEO, o Grupo Casas Bahia já não deve mais encerrar unidades como fez em 2023. “Não espero fechamento de lojas. Há 20 unidades que não estão muito bem, mas estamos trabalhando em recuperá-las, em torná-las rentáveis, com tudo que já aplicamos na reestruturação. Mas são pequenas. É algo pontual e um movimento normal de mercado”, acrescenta. 

Do lado dos ganhos, os diretores veem que o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) deve avançar, conforme as mudanças implementadas forem trazendo benefícios. 

A varejista agora está focada mais em produtos de ticket mais alto, como eletrodomésticos, que trazem prêmios melhores. Fora isso, ela também vem tentando destacar o seu marketplace (3P), oferecendo mais serviços para os parceiros, o que também é visto como um potencial impulsionador da lucratividade. “Estamos focando em categorias core, que são de ticket mais alto. Vamos ter um GMV (volume bruto de vendas, na sigla em inglês) menor do que esperávamos, mas a receita dos serviços está crescendo”, fala Franklin.

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A rentabilidade, segundo eles, deve melhorar também com o maior uso do PIX, que vem sendo estimulado. A empresa, de acordo com os executivos, tende a ter menos gastos financeiros, principalmente com a antecipação de recebíveis.

Tudo isso, para o Grupo Casas Bahia, deve trazer também melhoras em relação à alavancagem. “Vamos ter um processo de melhora que começa pelo aumento do Ebitda da companhia, à medida que o plano de transformação for trazendo seus benefícios, de forma gradual”, disse o CFO, Elcio Ito. 

Eles defenderam, por fim, que as implementações – tanto no operacional como no caixa, com a empresa tendo mudado o perfil da sua dívida -, devem ajudar ainda a varejista a ganhar mais confiança no mercado. “Voltamos a ver a venda de ativos não essenciais como algo possível, conforme melhoramos nossa estrutura de capital”, expôs o CEO.  

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A empresa, em seu plano de reestruturação apresentado ano passado, anunciou a intenção de vender parte da sua carteira de crediário através de um FIDC, de olho no fortalecimento da sua posição de liquidez. Sobre o assunto, no entanto, o CEO falou que a varejista está em período de silêncio. 

Por fim, os diretores também mencionaram a existência de um foco grande para monetizar créditos tributários e enxergam que os ganhos com capital de giro vistos nos últimos trimestres de 2023 devem se manter. “O fluxo de caixa livre, quando falamos em processos trabalhistas e créditos fiscais, está dentro do plano para 2024” fala o CEO.