Apesar de notícia negativa para OceanPact, analistas seguem com recomendação de compra; ações caem 35,4% em dois dias

Bradesco BBI e Itaú BBA têm recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo estimado de R$ 13 e R$ 16, respectivamente

Mariana Zonta d'Ávila

(Divulgação/Imprensa OceanPact)

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SÃO PAULO – A OceanPact (OPCT3), companhia de serviços marítimos, informou na última segunda-feira (26) que chegou a um acordo coletivo de trabalho (ACT) com o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) abrangendo os oficiais e eletricistas que trabalham em suas embarcações.

Com isso, o impacto estimado pela companhia, em conjunto com outros acordos coletivos ainda em negociação, é da ordem de R$ 2,7 milhões no custo mensal de pessoal.

A notícia levou a uma forte queda dos papéis, que fecharam o pregão de segunda (26) em baixa de 27,22%, a R$ 5,24, na mínima do dia. Nesta terça-feira (27), as ações também recuaram, com queda de 11,3%, a R$ 4,65. Nos últimos dois dias, os papéis OPCT3 acumularam queda de 35,42% na Bolsa.

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Em relatório, o Bradesco BBI destaca que o reajuste acordado de 36,3% nos salários é negativo para a companhia, dado que a indústria exige muita mão de obra.

Neste cenário, o banco revisou suas estimativas para os papéis da OceanPact, incorporando o novo acordo coletivo de trabalho, bem como atrasos de navios no curto prazo. Também foram incluídas taxas de utilização de longo prazo mais conservadoras.

Com isso, o Bradesco BBI introduziu um novo preço-alvo para 2022 de R$ 13, abaixo dos R$ 20 estimados anteriormente para 2021, mas ainda implicando potencial de alta de 148,1% em relação ao fechamento do último pregão (26).

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Apesar do evento negativo, o banco manteve sua recomendação de compra para os papéis OPCT3. A avaliação dos analistas é de que, embora em um ritmo mais lento, a companhia deve continuar entregando crescimento de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

O time de análise vê agora um Ebitda de R$ 317 milhões para o próximo ano, ante projeção anterior de R$ 450 milhões, o que representa um crescimento de 76% em relação aos R$ 180 milhões estimados agora para 2021.

“Vemos as ações sendo negociadas a 4,5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda para 2022, um desconto de 30% em relação ao seu par mais próximo, Tidewater. No preço-alvo de R$ 13, as ações seriam negociadas a 9,4 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda, em linha com a Tidewater”, escrevem os analistas.

Já na avaliação do Itaú BBA, a notícia é negativa para a companhia, mas é algo que, neste momento, já está no preço dos papéis.

Segundo os analistas, considerando os R$ 32,4 milhões que serão reajustados pela correção integral da inflação (medida pelo INPC) todos os anos daqui para frente, o valor tido como justo pelo banco seria impactado em aproximadamente R$ 300 milhões – impactando o preço-alvo, que passaria de R$ 16 para R$ 15 por ação.

“Embora ainda haja um potencial de upside significativo implícito em nossos números, vemos as notícias como negativas dado que os resultados da companhia pós-IPO foram fracos e sequencialmente ficaram aquém das expectativas. Vemos ainda que o impacto do acordo coletivo impulsiona ainda mais o momento negativo na história de investimento e futuro da companhia.”

Até o momento, contudo, o Itaú segue com recomendação de outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis da OceanPact, e preço-alvo de R$ 16 para 2021 – o que implica upside de 205,3% em relação ao último pregão.

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