OceanPact chega a acordo coletivo de R$ 2,7 mi mensais e ação despenca 27%; analistas destacam impacto no Ebitda

O BBI destaca que, como o setor é intensivo em mão de obra, o impacto será significativo.

Equipe InfoMoney

(Divulgação/Imprensa OceanPact)

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SÃO PAULO – A OceanPact (OPCT3), companhia de serviços marítimos, informou ao mercado nesta segunda-feira (26) que ela e suas controladas celebraram acordo coletivo de trabalho (ACT) com o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) abrangendo os oficiais e eletricistas que trabalham em suas embarcações.

A empresa estima que o impacto deste ACT, em conjunto com outros acordos coletivos ainda em negociação, seja da ordem de R$ 2,7 milhões no custo mensal de pessoal.

A notícia levou a uma forte queda dos papéis. Os ativos OPCT3 fecharam em queda de 27,22%, a R$ 5,24, na mínima do dia.

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Este é o primeiro acordo que a OceanPact negocia diretamente com o Sindmar. A companhia é filiada ao Syndarma/Abeam, que, até então, negociava os acordos em nome das empresas filiadas.

O ACT, que terá vigência de dois anos, confere um reajuste salarial aos trabalhadores por ele abrangidos considerando a correção integral da inflação (medida pelo INPC) entre fevereiro de 2016 e janeiro 2021, correspondente a 36,28%, que incidirá sobre as tabelas do acordo coletivo de trabalho anterior (referente a 2014/2016) – retroagindo a fevereiro
de 2021 –, ficando ainda assegurada, para o segundo ano de vigência, a correção pelo INPC apurado no primeiro ano.

O Bradesco BBI destaca que, após 5 anos com salários acordados subindo abaixo da inflação, o sindicato dos trabalhadores Sindmar ameaçou a associação com greves, que culminaram com o reajuste salarial de 36,3% para compensar a defasagem acumulada.

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O BBI destaca que, como o setor é intensivo em mão de obra, o impacto será significativo. O impacto de curto prazo no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) anual da OPCT deve ser de R$ 40 milhões, com base nas estimativas dos analistas, o que deve crescer ainda mais à medida que assumam que a empresa aumentará as operações até 2030.

Assim, os analistas apontam que a notícia é negativa para o Oceanpact e estão colocando as estimativas e recomendação em revisão. “Uma estimativa inicial mostra que o acordo coletivo de trabalho teria um impacto de 10% negativos em nossa estimativa de Ebitda para 2022 para a empresa”, apontam os analistas.

O Itaú BBA também destaca que a notícia é negativa, mas neste momento já precificada. Os analistas possuem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 16, um potencial de alta de 122% em relação ao fechamento de R$ 7,50 na sexta-feira.

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“Considerando os R$ 32,4 milhões sendo reajustados pelo INPC a cada ano daqui para frente, nosso valor justo seria impactado em aproximadamente R$ 300 milhões – com o preço-alvo caindo de R$ 16 para R$ 15 por ação. Embora ainda houvesse um potencial de alta significativo implícito em nossos números, vemos a notícia como negativa porque: i) os resultados da OceanPact após-IPO foram fracos e sequencialmente ficaram aquém das expectativas; ii) o impacto do acordo coletivo de trabalho impulsiona ainda mais o ímpeto negativo na história de investimento da empresa e nas expectativas futuras”, avaliam os analistas.

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