Antes “esquecidas”, ações da Telebras e Eternit disparam na bolsa; Saraiva tem reviravolta e cai 20%

Papéis da Telebras registram o movimento de alta mais forte, com ganhos de mais de 1.000% em menos de uma semana com previsão de privatização

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ultimamente esquecidas na bolsa, tendo raramente pregões em que o volume negociado passasse dos R$ 100 mil, três ações da bolsa brasileira estão registrando um forte movimento nas últimas sessões. 

O grande destaque fica para as ações da Telebras (TELB3;TELB4) que, em menos de uma semana, veem seus papéis multiplicarem de valor. Ou seja, desde que a companhia entrou no pacote de privatizações do governo federal, anunciado na última quarta-feira. 

Os ativos ON da companhia sobem no acumulado destas sessões mais de 1.000% – considerando apenas até o fechamento de segunda, o salto é ainda maior, de 1193% (na terça-feira, os papéis caem cerca de 21%). Os papéis PN, com maior volume negociado, registram ganhos mais tímidos, mas ainda assim bastante expressivos, de 210% em somente cinco sessões, passando de R$ 22,78 para R$ 70,58. 

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O giro financeiro para os papéis TELB3 nesta terça foi de R$ 29 milhões, enquanto os ativos TELB4 negociaram R$ 74 milhões, diferindo e muito do volume de poucas centenas de milhares de reais de antes do anúncio. 

Também em uma forte alta, mas mais concentrada nesta sessão, está a Eternit (ETER3). A complicada empresa, que entrou em recuperação judicial em março de 2018 e passou por um longo processo de substituição do amianto em sua produção, vê seus papéis saltarem 72,25%, a R$ 3,60. 

A companhia informou, em comunicado ao mercado, ter lançado produtos voltados para o segmento de energia solar, em linha com sua estratégia de diversificação de portfólio. Ela disse ter feito pesquisas dentro e fora do país no sentido de buscar tecnologias que possam ser aplicadas em novas soluções para a construção civil.

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“Neste sentido, informamos o lançamento da telha de concreto fotovoltaica, homologada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)”, afirmou. A companhia informou ainda que será concluído nos próximos meses o desenvolvimento do processo de produção industrial na fábrica da Eternit em Atibaia-SP e será iniciada a comercialização das telhas para clientes selecionados, antes de ser liberada a venda em todo o país. 

Também entre as companhias que negociam com volume baixo, mas ganharam destaque nas últimas sessões, está a ação da rede de livrarias Saraiva (SLED3;SLED4). Ontem, os papéis ON da companhia saltaram 226,63%, com volume de R$ 2,18 milhões, enquanto os ativos PN subiram 64,24%, com giro financeiro de R$ 10 milhões. 

Na véspera, o Valor destacou que a empresa decidiu retirar da presidência, de forma definitiva, o executivo Jorge Saraiva Neto, como parte do plano de recuperação judicial. Segundo a publicação, está em discussão a formação de um conselho de administração formado por cinco membros – atualmente são seis –, que indicará um novo CEO. 

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Na manhã desta terça, tudo caminhava para ser uma sessão de novos ganhos para ambos os papéis. Os ativos ON chegaram a saltar 136,92%, enquanto os papéis PN chegaram a subir 56,05%. Contudo, as ações tiveram uma reviravolta, com os ativos SLED3 caindo 19,69% e os SLED4 fechando em baixa de 12,90%, com boa parte dos investidores embolsando os lucros após a forte alta na sessão anterior. 

Desta forma, é possível destacar semelhanças entre os papéis destas três empresas: apesar de, no curto prazo, representarem uma boa oportunidade de ganhos, dada a sua forte volatilidade, é preciso também ficar atento e não investir uma grande parte do capital nos ativos. Afinal, eles também representam um grande risco à carteira e prometem emoções aos investidores com reviravoltas durante os pregões. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.