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Análise técnica: S&P 500 e Nasdaq surpreendem com forte alta, mas e agora?

Forte entrada de volume comprador anima os mercados após semanas de queda

Rodrigo Paz Bruno Nadai

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As bolsas de Nova York tiveram na última sessão sua maior alta em cinco anos, impulsionadas por uma mudança inesperada na política comercial dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump anunciou o adiamento de parte das tarifas que seriam impostas à China, reduzindo as tensões em torno da guerra comercial e proporcionando alívio imediato aos mercados. O S&P 500 avançou 9,52%, registrando sua terceira maior valorização diária desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto o Nasdaq saltou mais de 12,00%, sua maior alta desde janeiro de 2001.

O movimento foi liderado por ações de tecnologia, com destaque para a Tesla, que disparou 22,6% no dia. Gigantes como Apple, Amazon, Meta, Microsoft, Alphabet e Nvidia também tiveram fortes ganhos, contribuindo para o rali expressivo. A leitura do mercado é de que o recuo nas tarifas pode representar uma trégua temporária nas tensões geopolíticas, aumentando o apetite por risco e abrindo espaço para uma possível reversão técnica no curto prazo.

Para entender até onde o preço de Nasdaq e S&P 500 podem ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

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Análise técnica do S&P 500

No gráfico diário, a pressão vendedora ganhou força após o rompimento de uma linha de tendência de alta (LTA) de curto prazo. A quebra técnica levou o S&P 500 a testar o suporte em 4.920 pontos, que já foi defendido por três sessões consecutivas — um sinal de que os compradores seguem ativos nessa faixa.

Esse nível, junto à região entre 4.920 e 5.115 pontos, representa o principal ponto de atenção no curto prazo. Um rompimento para baixo pode acelerar o movimento corretivo, levando o índice a testar os suportes seguintes em 4.680, 4.530 e, em um cenário mais negativo, até 4.100 pontos.

Se, por outro lado, os compradores conseguirem manter o índice acima dessa faixa, a perspectiva de retomada ganha força. As resistências mais imediatas estão em 5.680, 5.880 e, posteriormente, em 6.050 pontos. O topo histórico em 6.150 permanece como a principal barreira para o início de uma nova perna de alta.

Fonte: TradingView. Gráfico diário. Elaboração: Bruno Nadai

Análise de médio prazo

No gráfico semanal, o S&P 500 está testando uma zona de suporte altamente relevante na faixa dos 5.835 pontos. O nível coincide com uma importante linha de tendência de alta (LTA) e também com um antigo topo rompido — ponto técnico que costuma se transformar em suporte (bipolaridade).

Enquanto o índice respeitar essa faixa, o cenário segue construtivo. Um repique a partir daqui pode levar o mercado de volta às resistências em 5.680 e 5.880 pontos, com alvo potencial no topo histórico, em 6.150 pontos.

Por outro lado, a perda definitiva da LTA e desse suporte pode abrir espaço para uma correção mais profunda. Nesse cenário, os próximos suportes estariam em 4.100, 3.790 e até 3.500 pontos, indicando uma mudança relevante no panorama de médio prazo.

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Fonte: TradingView. Gráfico semanal. Elaboração: Bruno Nadai

Confira nossas análises:

Análise técnica da Nasdaq

O gráfico diário mostra com nitidez a força da última sessão, marcada por um volume comprador expressivo, muito acima da média recente. A questão agora é saber se esse movimento terá continuidade ou se foi apenas um alívio técnico.

Para seguir em alta, a Nasdaq precisa se firmar acima das médias móveis e superar resistências importantes nas regiões de 19.152, 20.292 e 21.350 pontos. Se isso ocorrer, a porta se abre para um novo teste no topo histórico.

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Já do lado negativo, a atenção se volta para o suporte em 18.520/18.000 pontos. A perda dessa região pode reacender a pressão vendedora, com alvos nos 17.000 e na mínima do ano, em 16.542 pontos. Se esses níveis forem rompidos, o índice pode buscar patamares mais baixos, como os 15.700 pontos.

Fonte: TradingView. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Análise de médio prazo

No gráfico semanal, a leitura é clara: a Nasdaq vinha sustentando uma tendência de alta até atingir seu topo histórico. A partir dali, o fluxo vendedor se intensificou e o índice rompeu uma linha de tendência de alta (LTA), além de passar a negociar abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos — sinais clássicos de enfraquecimento da tendência principal.

A mínima nos 16.542 pontos marcou um ponto de inflexão, e a forte recuperação da última sessão pode ser o início de uma tentativa de reversão. No entanto, o cenário segue desafiador: para consolidar uma retomada, o índice precisa superar as resistências nas regiões de 19.650 e 20.775 pontos. Acima disso, o alvo natural passa a ser o topo histórico em 22.222 pontos.

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Por outro lado, se a recuperação falhar, o mercado pode voltar a sentir pressão na faixa de 18.400 pontos. A perda dos suportes entre 17.000 e 16.542 tende a acelerar o fluxo vendedor, com potencial de levar o índice até os 14.000 pontos.

Fonte: TradingView. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo PAz

(Rodrigo Paz é analista técnico)

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