Embraer (EMBR3) registra margens e fluxo de caixa acima das expectativas dos analistas; ação fecha em alta de 5,48%

Companhia teve avanços de eficiência nos últimos anos e uma mudança de foco pela gestão dos volumes à rentabilidade, destaca o Morgan

Felipe Moreira

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A Embraer (EMBR3) relatou seus resultados referentes ao segundo trimestre nesta manhã de quinta-feira (4) com receita abaixo das estimativas, mas margens e fluxo de caixa acima consenso.

A fabricante de jatos entregou lucro antes dos juros e tributos (Ebit, na sigla em inglês) de US$ 81 milhões no 2T22 , superando a estimativa do Morgan Stanley de US$ 47 milhões e consenso de US$ 32 milhões, enquanto também gerou fluxo de caixa significativo (apesar dos níveis de entrega), levando a uma reação positiva das ações no pregão de hoje. Os ativos EMBR3 subiram 5,48%, a R$ 13,28.

“As reservas voltaram a ser fortes no trimestre, com a empresa citando um índice de pedidos recebidos (book-to-bill) acima de 2,5 vezes na aviação Executiva”, escreveu Goldman Sachs, em relatório.

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Já a margem Ebit (Ebit sobre receita) de 8% em um cenário de baixo nível de entregas destaca os “avanços de eficiência da Embraer nos últimos anos e uma mudança de foco pela gestão dos volumes à rentabilidade”, comentam analistas do Morgan. “Além disso, os resultados do 2T22 colocaram a fabricante de jatos no caminho certo para entregar margens Ebit em 2022 no topo da faixa de seu guidance para 2022.”

O fluxo de caixa livre ajustado de US$ 91 milhões também veio bem acima das estimativas do Goldman Sachs e do consenso de mercado.

Assim como ocorreu no último trimestre, a empresa não fez nenhuma alteração em seu guidance (projeção) para o ano de 2022, e analistas do Morgan Stanley continuam a ver sua estimativa de fluxo de caixa de US$ 50 milhões como sendo conservadora (mesmo excluindo o efeito da venda de ativos), pelo menos assumindo uma melhoria em cadeia de suprimentos e redução dos níveis de estoque no 2S22.

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Morgan Stanley mantém avaliação overweight (equivalente à compra) para ADRs da Embraer, preço-alvo de US$ 14 frente a cotação de fechamento da véspera de US$ 9,55, o que representa potencial de valorização de 46,6%. O Goldman Sachs também tem recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 19, um potencial de alta de 99%.

Destaques da teleconferência

Em teleconferência com analistas, Antonio Carlos Garcia, CFO da Embraer, apontou que o segundo trimestre foi um período impulsionado por uma combinação de fatores positivos, com participação muito alta de serviços na receita, bem como um mix da área comercial favorável, por conta de contratos antigos.

“No segundo semestre, isso muda. Não achamos que veremos cair as margens cair muito, mas teremos um mix de receita diferente, com um pouco mais de defesa e aviação comercial”, explica o Carlos. “De maneira geral, temos uma melhora. A companhia está aprendendo a ganhar mais com menos”.

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Segundo Francisco Gomes Neto, CEO da companhia, a empresa vem percebendo um aquecimento das vendas, com destaque para a aviação executiva e para o setor de defesas – após a assinatura recente de contrato com a Holanda.

Entre os entraves, a Embraer destaca que a falta de pilotos nos Estados Unidos vem atrasando a recuperação.

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