Ameaça de Cunha pesa e Ibovespa cai apesar de aprovação de acordo grego; dólar sobe

Crise política pesa mais do que acordo grego e medidas a favor do mercado na China e dia é de pessimismo no mercado brasileiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa vira para queda nesta sexta-feira (17), com as tensões políticas no Brasil ofuscando a melhora no cenário externo com a aprovação do acordo grego no parlamento da Alemanha. Por aqui, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ameaçou sair da base do governo depois de ter sido citado em denúncia na delação premiada de Julio Camargo, da Toyo SettalO nome de Cunha, assim como o do presidente do Senado, Renan Calheiros, já era citado como um dos investigados do STF (Supremo Tribunal Federal), porém, nunca havia aparecido tão abertamente quanto nesta denúncia.

Às 11h15 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha baixa de 0,49%, a 52.811 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,76%, a R$ 3,1814 na compra e a R$ 3,1822 na venda. 

Ainda no radar, hoje o parlamento alemão aprovou por 439 votos a 119 o acordo de resgate de três anos para a Grécia, que deve rondar em torno de 86 bilhões de euros. Além disso, a China aprovou medidas para o mercado que resultaram em uma alta de 3,5% da bolsa de Xangai. No entanto, 

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Dia de queda para blue chips
Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 12,88, -2,94%; PETR4, R$ 11,65, -2,27%) puxam a queda na sessão. A estatal pagou na quinta-feira R$ 1,6 bilhão à Receita Federal, sendo R$ 1,2 bilhão à vista e o restante em prejuízos fiscais, por conta de uma autuação relativa a operações com controladas no exterior. “Esse pagamento será reconhecido nas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2015 com impacto negativo de R$ 1,4 bilhão, líquido de impostos”, disse a estatal em fato relevante divulgado na quinta-feira.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 FIBR3 FIBRIA ON 40,20 -3,99
 SBSP3 SABESP ON 18,35 -3,27
 PETR3 PETROBRAS ON 12,88 -2,94
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 14,40 -2,77
 HGTX3 CIA HERING ON 12,30 -2,30

As ações da Vale (VALE3, R$ 17,37, -1,53%; VALE5, R$ 14,65, -1,21%) operam em queda apesar da alta do minério de ferro. A commodity spot no porto de Qingdao subiu 0,22% a US$ 50,66 nesta sexta. 

As ações das exportadoras do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 14,40, -2,77%) e Fibria (FIBR3, R$ 40,25, -3,87%) também caem na Bolsa apesar da alta do dólar. Essas ações tendem a acompanhar a variação da moeda americana já que suas receitas são atreladas ao dólar. No entanto, essa é a oitava queda em nove sessões da Suzano, sendo que na única que não caiu encerrou estável. No período, os papéis desabam 14,5%, no menor patamar desde 28 de abril deste ano. Nesses últimos nove pregões, a Fibria, por sua vez, recuou 5,8%.   

Os papéis da Sabesp (SBSP3, R$ 18,35, -3,27%) recuam depois que a companhia negou em comunicado publicado no final da noite de quinta-feira que esteja negociando com a prefeitura da capital paulista repassar a consumidores receitas que atualmente remetem ao Fundo de Saneamento Ambiental da cidade. A negativa foi divulgada ao mercado em referência à notícia publicada na quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, que afirma que a empresa estaria negociando com a prefeitura de São Paulo o repasse aos consumidores dos 7,5% da receita que é obrigada a enviar ao fundo. Ontem, as ações da Sabesp subiram 5,1% com a notícia. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRPR3 BR PROPERT ON 11,43 +1,60
 MULT3 MULTIPLAN ON N2 47,74 +1,57
 JBSS3 JBS ON 16,10 +1,45
 MRVE3 MRV ON 8,25 +1,35
 CCRO3 CCR SA ON 15,94 +1,27

Do lado das altas, os papéis da construtora MRV (MRVE3, R$ 8,25, +1,35%) sobem. A construtora e incorporadora mineira divulgou ontem à noite sua prévia operacional do segundo trimestre. A companhia viu suas vendas contratadas entre abril e junho caírem 5,6% ano a ano, mas aumentarem 4,9% na comparação trimestral, encerrando o período em R$ 1,434 bilhão. Segundo o BTG Pactual, os números de vendas e volumes foram fortes no segundo trimestre, apesar dos desafios que vêm sendo enfrentados pelo setor. 

No segundo trimestre, a MRV alcançou a marca de 92,3% das unidades vendidas no projeto “venda simultânea”, que necessita da aprovação de crédito pelo banco antes da conclusão da venda. Normalmente, o banco avalia a possibilidade de financiamento no momento do repasse do imóvel ao cliente. No mesmo período do ano passado esta fatia era de 16,5%, disse o diretor executivo de finanças e relações com investidores, Leonardo Corrêa.

Bolsas entre perdas e ganhos
As bolsas asiáticas subiram nesta sexta-feira com os mercados chineses ampliando sua recuperação, depois de uma séria de medidas de apoio do governo ao mercado. Os papéis subiram com notícia de que agência governamental tem até US$ 483 bilhões para dar suporte à liquidez no mercado.

“Também acreditamos que a ‘equipe nacional’ continuou a comprar ações hoje para evitar que o mercado caia,” disse o analista de ações na Haitong Secreteis de Xangai, Zhang Qi. “Equipe nacional” se tornou um termo coletivo frequentemente adotado na China para designar as agências governamentais, bancos, corretoras e fundos mútuos que estão comprometidos a comprar no mercado até que a confiança dos investidores seja totalmente restabelecida.

Apesar da aprovação na Alemanha do acordo de resgate grego, os índices europeus operam entre perdas e ganhos. Com uma esmagadora maioria de 439 votos a favor e 119 contra, os legisladores do parlamento alemão aprovaram o acordo da Grécia com seus credores internacionais para o início das negociações de um novo pacote de ajuda aos gregos. No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, viu diversos parlamentares do seu próprio partido votarem contra o acordo. Pelo menos 50 membros da União Democrata-Cristã, ou um em cada seis, se opuseram ao resgate.