Ambev e BRF aderem ao novo refis; Itaú BBA revisa setor de bancos e mais recomendações são destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (2)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Petrobras e Braskem são os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (2), assim como o anúncio da Ambev de aderir ao Refis e a visão positiva do BTG Pactual sobre B2W. Confira os destaques da sessão desta segunda:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anuncia pré-pagamento de dívidas e novos financiamentos no total de US$ 6,3 bilhões. Em operações de pré-pagamento de financiamentos são US$ 2,6 bilhões, com os bancos BNP Paribas (US$ 1, bi), Bank of China (US$ 1 bilhão) e HSBC (US$ 666 milhões). Originalmente, os vencimentos dos dois primeiros seriam 2019 e o do HSBC, 2018. Já com o Banco Mizuho ocorreu renegociação de financiamentos existentes de US$ 570 milhões, com nova data, em vez de 2018 e 2019, agora 2021 e 2022.

Com o Bank of America foram US$ 1,5 bilhão em pré-pagamento do financiamento que tinha como vencimento 2018 e 2019; e contratação de novos financiamentos de US$ 1,125 bilhão, com vencimento em 2022 e 2023.

A Petrobras informa ainda que liquidou uma operação de financiamento com o BNDES, vinculado ao empreendimento da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, que está sendo vendida, no valor de R$ 1,4 bilhão, cujo vencimento seria em 2024. “A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de pré-pagamento e de novos financiamentos, de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, que visa à melhora do perfil de amortização, levando em consideração as metas de desalavancagem previstas em seu Plano de Negócios e Gestão 2017-2021”, completa a nota.

Nesta segunda, a companhia ainda anunciou o corte em 0,5% do preço da gasolina e de 1,3% do diesel, válido nas refinarias a partir da próxima terça (3). 

Ambev (ABEV3)

A Ambev informou ter aderido ao Programa Especial de Regularização Tributária envolvendo contingências tributárias da companhia e suas subsidiárias, disse a empresa em comunicado ao mercado no site da CVM. As contingências relevantes já eram divulgadas no seu Formulário de Referência anual e nos seus informes financeiros. O valor global envolvido é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões e cerca de R$ 1,0 bi será pago ainda em 2017. O restante será pago em 145 parcelas mensais a partir de janeiro de 2018. O impacto na demonstração de resultados será uma despesa de aproximadamente R$ 3,1 bilhões, sem impacto relevante no EBITDA, disse a companhia.

BRF (BRFS3)

A BRF aderiu ao novo Refis, com valor envolvido de R$ 455 milhões. sendo que 20% serão pagos em parcelas mensais até dezembro de 2017. O saldo remanescente será pago em 145 parcelas mensais, com as reduções previstas nas respectivas Medidas Provisórias. 

“Em função da renúncia da discussão judicial dos débitos mencionados acima, a Companhia desvinculou o processo ativo de recuperação do crédito prêmio de IPI da causa passiva, e reconheceu, portanto, um tributo a recuperar no montante aproximado de R$ 640 milhões. Considerando o efeito líquido entre os débitos aderidos ao PERT, incluindo as reduções pelo programa, as provisões já constituídas, os ativos de tributos reconhecidos dos processos ativos e outros itens não recorrentes, a Companhia espera um impacto positivo em seu resultado antes do imposto de renda e contribuição social de aproximadamente R$310 milhões, sendo R$ 220 milhões em Resultado Financeiro”, aponta a empresa em comunicado.

B2W (BTOW3)

Em relatório, o BTG Pactual destacou o momento positivo para a B2W e afirmou que a empresa está em uma nova fase – com o melhor ainda por vir. “A B2W esteve sob escrutínio dos investidores nos últimos anos, após a forte queima de caixa, seguidos prejuízos e vários aumentos de capital. Mais recentemente, a mudança de alguns categorias do B2C para o mercado trouxe mais incerteza sobre o modelo de negócios da B2W, uma vez que a queima de caixa acelerou no primeiro trimestre e as margens permaneceram sob pressão. No entanto, no segundo trimestre, a empresa mostrou sinais mais encorajadores de que está no caminho para se tornar rentável de forma sustentável. O risco de execução ainda pode impedir o sucesso rápido da estratégia da B2W, mas vemos a empresa como uma das potenciais vencedoras para se beneficiar do crescimento secular do e-commerce no Brasil nos próximos anos”, apontam os analistas do banco. A recomendação é de compra e o preço-alvo foi elevado de R$ 17 para R$ 29. 

Bancos

Em relatório, o Itaú BBA destacou que o menor custo de capital deve elevar o potencial de bancos. “Reduzir o custo assumido de capital no Brasil para 12,5% de 13,7% (considerando um beta de 1 vez) aumentou nossos preços justos em média em aproximadamente 16%”, segundo relatório assinado por Thiago Bovolenta Batista e Alexandre Spada.
 Após essa mudança, a diferença do custo de capital entre os bancos do Brasil e da América Latina cobertos pelo Itaú BBA
“diminuiu significativamente, de modo que agora o custo de capital dos bancos brasileiros não é substancialmente diferente
do pressuposto que o Itaú BBA está usando para os bancos colombianos”, afirmam os analistas. 

Outros custos de capital assumidos pelo Itaú BBA são de cerca de 10% para bancos chilenos, de 11% para bancos mexicanos, de 12% para bancos peruanos e de 12,5% para bancos colombianos. O Banco do Brasil (BBAS3) é o nome preferido do Itaú BBA entre os bancos brasileiros, já que os analistas veem potencial de crescimento decente (de cerca de 30%) e crescimento material do lucro por ação (14% em 2018 e 19% em 2019). O  Banco do Brasil possui preço justo no fim de 2018 de R$ 45,00 por ação (ante preço justo no fim de 2018 de R$ 37,6 por ação), o ABC Brasil possui preço justo no fim de 2018 de R$ 21,30 por ação (era preço justo no fim de 2017 de R$ 21,20 por ação). Já o Banrisul tem preço justo no fim de 2018 de R$ 21,8 por ação (preço justo no fim de 2017 era de R$ 17,80 por ação). No caso do Bradesco, o preço justo no fim de 2018 foi para R$ 43,4 por ação (era preço justo no fim de 2018 de R$ 37,40 por ação) e o Santander Brasil ainda preço justo no fim de 2018 R$ 32,6 por ação (era preço justo no fim de 2018 de R$ 29,3 por ação). 

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner teve a recomendação cortada pelo Safra para neutra, com preço-alvo de R$ 38,50. Por outro lado, o BTG Pactual participou na última sexta-feira do Renner Day e o evento teve foco na estrutura de logística e em como os investimentos e a estratégia dos últimos anos (projetos push-and-pull e reatividade) devem suportar o crescimento, também considerando novas tendências de consumo e o approach multi-canal. O papel segue como um dos top picks no setor com recomendação de compra mantida.

MetalFrio (FRIO3)

O Controlador da emrpesa comunicou ao conselho intenção de realizar oferta pública unificada de compra de ações para
cancelamento de registro e saída do Novo Mercado da B3, segundo fato relevante. A OPA será destinada a 1,96 mi de ações ordinárias da Metalfrio, representativas de 47,74% do capital da empresa. O preço máximo a ser ofertado será de R$ 41,40. Os acionistas serão convocados para assembleia geral sobre o tema.

Andrade Gutierrez

A Andrade Gutierrez desistiu de OPA para cancelar registro. A companhia havia requerido à Comissão de Valores Mobiliários a aprovação de procedimento diferenciado para a realização da OPA com a dispensa de determinados requisitos estabelecidos na Instrução CVM e a inversão de quórum, disse a empresa em comunicado ao mercado.

Mesmo depois de ter os pedidos de dispensa parcialmente concedidos pela área técnica da CVM, a companhia informa que, no momento, não tem mais interesse em prosseguir com a OPA, segundo o comunicado

Braskem (BRKM5)

Em assembleia realizada na última sexta-feira, os acionistas da Braskem aprovaram a compra de 63,66% capital da Cetrel. O ativo fazia parte da Odebrecht Ambiental.

Ainda sobre a Braskem, a BR Distribuidora fechou acordo para comprar gasolina A da petroquímica. O contrato para compra de gasolina tipo A produzida pela empresa nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia por 60 dias será a partir de 1 de outubro ou até o recebimento integral dos volumes negociados, diz nota da Petrobras. O preço não será divulgado em função de cláusula de confidencialidade, sendo certo que a definição de preços contempla condições do mercado de derivados, diz a nota. A BR Distribuidora é subsidiária integral da Petrobras e a Braskem, por sua vez, é coligada da Petrobras.

Por fim, vale destacar a análise de Marco Saravalle, da XP Investimentos, que destacou a ação da Braskem como uma boa oportunidade de investimento no curto prazo durante o programa “30 minutos para se aposentar com ações”, exibido na última sexta-feira no InfoMoneyTV.  A indicação do papel, comentou, está baseada em 5 motivos: 1)  spreads petroquímicos devem continuar a trazer surpresas positivas; 2) os resultados operacionais devem permanecer sólidos; 3) possível distribuição adicional de dividendos; 4) valuation atrativo; 5) momento favorável. Confira clicando aqui o programa completo. 

Eletrobras (ELET3)

Segundo o Valor Econômico, a usina de Tucuruí (PA), com 8.370 megawatts de capacidade instalada, tornou-se peça-chave para definir os valores envolvidos na privatização da Eletrobras e quanto o Tesouro poderá arrecadar com a operação. A concessão da hidrelétrica expira em 2024, enquanto há discussões no governo sobre a possibilidade de prorrogar por 30 anos esse contrato.

J&F

José Carlos Grubisich Filho renunciou ao cargo de diretor presidente e diretor de relações com investidores da Eldorado Brasil Celulose, disse a empresa em comunicado ao mercado. A renúncia será efetivada em 28/novembro e foi realizada no contexto de “conclusão exitosa” do processo de venda da Eldorado. A empresa,  que pertencia ao grupo J&F, foi vendida no início de setembro ao grupo holandês Paper Excellence. 

Ainda sobre o grupo J&F, atenção para a notícia do jornal Folha de S. Paulo apontando que, desde que veio a público a delação premiada, os irmãos Joesley e Wesley Batista já se desfizeram de praticamente metade dos negócios para salvar seu império. As empresas vendidas até agora foram avaliadas em R$ 24,4 bilhões, enquanto o valor de mercado das companhias que ainda pertencem à família está em cerca de R$ 26,4 bilhões. Banqueiros ponderam, no entanto, que os investidores vêm subavaliando a JBS, carro-chefe do grupo, enquanto o comprador da fabricante de celulose Eldorado pode ter sido otimista demais –o negócio foi avaliado em R$ 15 bilhões.

Suzano (SUZB5)

Acionistas da Suzano Papel e Celulose aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada na sexta-feira a migração da companhia para o segmento especial de listagem denominado Novo Mercado, da B3. Também foi aprovada a conversão da totalidade das ações preferenciais de emissão da empresa em ações ordinárias, na proporção de uma ação preferencial, classes A ou B, para cada uma ação ordinária.

Acionistas aprovaram ainda a reforma do Estatuto Social da Suzano, com o objetivo de adaptá-lo às determinações do Regulamento do Novo Mercado, alterar a metodologia de apuração do dividendo obrigatório, bem como refletir as melhores práticas de governança corporativa.

A empresa informa em comunicado que, adicionalmente, foram realizadas, nesta sexta-feira, a Assembleia Especial de Preferencialistas Classe A e a Assembleia Especial de Preferencialistas Classe B, nas quais foi aprovada por unanimidade a proposta de conversão da totalidade das ações preferenciais de emissão da companhia em ações ordinárias, na proporção citada. Os acionistas controladores da companhia seguiram o voto da maioria dos demais acionistas presentes na Assembleia Especial PNA.

Segundo a empresa, a efetiva conversão das ações preferenciais em ordinárias, a consequente admissão ao segmento de listagem do Novo Mercado e a efetiva listagem e início da negociação das ações de emissão no segmento de listagem do Novo Mercado ocorrerão em data a ser oportunamente divulgada, após o período para exercício do direito de recesso, e do prazo de retratação da companhia, caso a administração entenda que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da companhia ou a confirmação do seu não exercício.

Oi (OIBR4)

A  operadora de telefonia Oi recorreu mais uma vez à Justiça para evitar o depósito de dinheiro na conta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir o uso de uma radiofrequência móvel para prestação de serviços de telefonia móvel e fixa. A companhia destaca o risco iminente de cassação de sua outorga diante de sua impossibilidade de renovar garantias que chegariam a R$ 350 milhões.

De acordo com o recurso encaminhado à 7.ª Vara Empresarial do Rio, a tele está no limite para a renovação de carta de fiança e apólice de garantia que se encerram hoje e amanhã, respectivamente, nos valores de R$ 325,9 milhões e R$ 11,1 milhões. A companhia pediu à Anatel uma atualização do valor das garantias, mas não obteve um posicionamento. De acordo com a Oi, a Anatel tem de atestar o cumprimento de compromissos anteriores e recalcular os valores a serem depositados. Com isso, a empresa renovaria seu limite para contratação com as instituições financeiras BNP Paribas e Mapfre. A Anatel não comenta ações judiciais.

Ainda no noticiário do dia, a companhia informou que a Bratel tem agora 22,2% de participação indireta da empresa, enquanto o Credit Suisse foi contratado como formador de mercado para as ações. 

Cosan (CSAN3)

A Raízen, joint venture da Cosan e Shell, submeteu proposta vinculante para adquirir o negócio de refino, distribuição de combustíveis e lubrificantes na Argentina detido pela Shell Overseas Investments B.V. e a B. V. Dordtsche Petroleum Maatschappij, disse a Raízen Energia, em comunicado ao mercado. 

Caso a proposta vinculante seja considerada vencedora, a conclusão da operação ainda estará sujeita ao atendimento de certas condições precedentes usuais para esse tipo de operação. A Raízen disse que ainda não é possível dar maiores detalhes sobre a proposta. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.