Alta de preços de commodities ajuda uns e derruba outros países; confira a posição do Brasil

Em termos absolutos, Rússia será a mais beneficiada, seguida por Austrália, Arábia Saudita, Brasil e Emirados Árabes Unidos

Bloomberg

(Frank Mckenna/Unsplash)

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(Bloomberg) — A recuperação mundial após a pandemia de coronavírus causou a disparada dos preços de energia, metais e alimentos, ajudando grandes exportadores de commodities enquanto castiga países que importam a maior parte das matérias-primas.

De forma agregada, os preços das commodities subiram mais de 20% este ano. No caso do petróleo, a alta foi de aproximadamente 50%. O Bloomberg Commodity Spot Index está no maior patamar em uma década e perto de registrar o quarto ganho mensal consecutivo. Com muito dinheiro no caixa, grandes petrolíferas e mineradoras estão devolvendo bilhões de dólares aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações.

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Poucos analistas esperam que o avanço de preços seja revertido no curto prazo e muitos apostam em ganhos adicionais.

É bom sinal para países como a Rússia e a Arábia Saudita, os maiores exportadores de energia do mundo. Para outros, o movimento exerce grande pressão sobre o balanço de pagamentos e o câmbio, elevando a inflação.

Segue abaixo uma análise dos países que estão se beneficiando e os mais vulneráveis neste contexto.

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Vencedores e perdedores

Os produtores de petróleo e gás do Golfo Pérsico devem ser os maiores vencedores do ano economicamente, de acordo com um estudo da Bloomberg Economics com quase 45 nações. Nos Emirados Árabes Unidos e no Catar, as exportações líquidas aumentarão em mais de 10% do Produto Interno Bruto em comparação com 2020. A Arábia Saudita não ficará muito atrás.

Já o Japão e a maior parte da Europa Ocidental são forçados a gastar mais com a importação de commodities. Os cinco maiores perdedores estão localizados na Ásia. Países como Vietnã e Bangladesh sofrem com combustíveis e alimentos mais caros.

Transferência de US$ 550 bilhões

Os ganhos para os exportadores de commodities vão superar facilmente as perdas que sofreram no ano passado, quando a pandemia se espalhou e destruiu a demanda por matérias-primas. A Bloomberg Economics estima que US$ 550 bilhões passarão de importadores para exportadores em 2021, quase o dobro da transferência reversa de US$ 280 bilhões no ano passado, quando os preços desabaram.

Em termos absolutos, a Rússia será a mais beneficiada: suas exportações líquidas aumentaram em quase US$ 120 bilhões em 2021. Austrália, Arábia Saudita, Brasil e Emirados Árabes Unidos vêm em seguida, cada um com ganhos de mais de US$ 50 bilhões. As exportações líquidas da China cairão em cerca de US$ 218 bilhões. Índia e Japão vêm logo em seguida com valores muito menores de perdas, ao redor de US$ 55 bilhões.

EUA x China

As exportações líquidas dos EUA também vão diminuir, mas em apenas US$ 22 bilhões, uma quantia ínfima em relação ao PIB anual de US$ 21 trilhões. O país praticamente eliminou a exposição a commodities importadas na última década, em grande parte graças ao enorme aumento na produção de gás e óleo de xisto.

A China também está menos vulnerável, mas a melhoria tem sido muito menor, especialmente quando se trata de energia.

Problemas com alimentação no Oriente Médio

Os preços dos alimentos subiram em 12 dos últimos 13 meses e estão perto do maior nível desde 2011, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas. É um problema especialmente grave no Oriente Médio, onde o encarecimento de itens básicos, como pão e carne, ajudou a desencadear os protestos da Primavera Árabe 10 anos atrás. Sete dos 10 países mais frágeis por este ângulo ficam na região, de acordo com uma análise da Bloomberg Economics sobre mercados emergentes. A lista inclui o Iêmen, devastado pela guerra civil, bem como Sudão, Tunísia e Argélia, que recentemente enfrentaram grandes protestos contra a piora da qualidade de vida.

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