ADRs sobem em dia de B3 fechada puxados pela renovação de recordes em Wall Street

Bolsas internacionais refletem dados econômicos e notícias de volta à normalidade pós-pandemia na China

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – Os principais índices de ADRs, na prática as ações de empresas brasileiras negociadas nas bolsas dos Estados Unidos, operam em alta nesta terça-feira (16) seguindo o desempenho positivo dos índices americanos.

Às 11h45 (horário de Brasília), o índice Dow Jones Brazil Titans subia 1,61% a 19.044 pontos e o ETF (um tipo de fundo passivo negociado em bolsa) EWZ iShares MSCI Brazil Capped registrava alta de 1,8% a US$ 36,68.

Dentre os principais ADRs brasileiros, Petrobras avança 2,45% a US$ 10,81, Vale tem ganhos de 2,6% a US$ 17,95, Itaú Unibanco sobe 0,58% a US$ 5,20 e Bradesco tem alta de 1,7% a US$ 4,77.

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No radar internacional, as bolsas dos EUA renovam máximas históricas atingidas na semana passada e têm expressivas valorizações dos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq. Todos sobem entre 0,36% e 0,41%.

No radar de estrategistas está a contínua queda do índice CBOE (Chicago Board Options Exchange) de Volatilidade, que mede a expectativa de volatilidade do mercado com base em cálculos realizados pela CBOE a partir de papéis listados no índice S&P 500. Ele é usado como referência para medir o otimismo ou temor dos investidores.

Em 16 de março de 2020, nos primeiros momentos do recrudescimento da pandemia, o índice chegou a 82,69 pontos no fechamento. Na última sexta (12), ficou abaixo de 20 pontos, antes de fechar em 21,13.

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O comentarista da rede americana de notícias CNBC escreveu que a queda abaixo do patamar de 20 pontos indica que “o medo está deixando o mercado”, e que esse fenômeno pode ser seguido por uma forte alta das bolsas.

Na Europa, as bolsas operam em leves quedas com os investidores atentos aos indicadores econômicos divulgados pela manhã.

O índice ZEW de percepção econômica da zona do euro veio em 69,6 pontos, acima do patamar anterior, de 58,3 pontos.

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Já os empregos na região tiveram um aumento de 0,3% no quarto trimestre, frente à alta de 1% no trimestre anterior. No ano de 2020, houve queda de 2% na ocupação, menos que os 2,3% da medição anterior.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, por sua vez, recuou 0,6% no quarto trimestre de 2020 frente às expectativas dos economistas em queda de 0,7%. Na comparação anual, o PIB recuou 5%, quase em linha com as projeções de retração de 5,1%.

Por fim, na Alemanha, o Zew subiu a 71,2 pontos em fevereiro. O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda do indicador a 59,8 pontos, e sugere que a confiança na maior economia europeia melhorou fortemente neste mês.

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Vale lembrar que a B3 está fechada por conta do recesso bancário de Carnaval e só volta a ter negociações na quarta-feira (16) a partir das 13h.

Os mercados da China continental também continuam fechados por conta das comemorações do Ano-Novo chinês.

No entanto, o índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta após a agência internacional de notícias Reuters reportar recordes de bilheteria em cinemas na semana de 11 de fevereiro, em mais um indicador da volta da normalidade após os piores momentos da pandemia. Ações das redes de cinema IMAX China e Alibaba Pictures tiveram altas de mais de 30%.

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Noticiário doméstico

Segundo reportagem do jornal O Globo, parlamentares da oposição e mesmo de siglas que compõem o chamado Centrão, debatem como agir frente a quatro decretos editados na sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para flexibilizar as regras para compra e uso de armas no país sem passar pelo Congresso.

A reação aos decretos será um teste sobre a base de apoio cortejada pelo presidente com promessas de emendas e cargos para eleger o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), como presidente da Câmara dos Deputados no lugar de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fazia oposição a Bolsonaro. Segundo o jornal, deputados de siglas como PL e PSD, as duas maiores do centrão, além do MDB, já se manifestaram de forma contrária aos decretos.

Além disso, na segunda (15), o presidente Jair Bolsonaro criticou, em vídeo transmitido via redes sociais pelo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Facebook, e defendeu o aumento da tributação das redes sociais, além da retirada de circulação de jornais.

“Com todo o respeito (…) eu sou qualquer um do povo: proibir anexar imagens a título de proteger fake news. O certo é tirar de circulação -não vou fazer isso, porque sou democrata- tirar de circulação Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, Antagonista, fábricas de fake news (…) Agora deixa o povo se libertar, porque tem liberdade. Logicamente que se alguém extrapolar alguma coisa, tem a Justiça para recorrer. Agora o Facebook bloquear à população é inacreditável. E não há uma reação da própria mídia, ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles em grande parte mentir com matérias. Agora para a população é uma censura que não se admite”

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.