ADRs da Petrobras zeram perdas após proventos depois de desabarem com falas de Bolsonaro; Ibovespa futuro fecha em queda

Em live, Bolsonaro afirmou que estuda maneira de alterar política de preços da Petrobras, o que azedou os ativos

Equipe InfoMoney

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) já fecharam na B3, mas uma série de acontecimentos ocorrida no final do pregão desta quinta-feira (28) e após o fechamento faz com que os ADRs (American Depositary Receipts) da estatal tenham uma noite de forte volatilidade.

Às 19h08 (horário de Brasília) desta quinta, os papéis PBR (equivalente aos ordinários) zeravam as perdas e registravam ganhos de 0,28%, a US$ 10,59, após fecharem com ganhos de 0,67%, a US$ 10,56, no pregão regular. No mesmo horário, os ativos PBR-A (equivalente aos preferenciais), menos líquidos, tinham leve queda de 0,48%, a US$ 10,30.

Contudo, mais cedo, por volta das 17h40, os papéis PBR tinham baixa de 4,36%, a US$ 10,10, enquanto os ativos PBR-A (equivalente aos preferenciais) tinham queda de 1,93%, a US$ 10,15.

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A reviravolta para uma leve alta aconteceu após a Petrobras anunciar que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,8 bilhões (cerca de US$ 6 bilhões). O valor é equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação.

Essa distribuição se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em 4 de agosto de 2021, totalizando R$ 63,4 bilhões (cerca de US$ 12 bilhões) em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021. Posteriormente, foi divulgado o resultado do terceiro trimestre da companhia, com um lucro líquido de R$ 31,142 bilhões, acima do esperado.

Mas, antes disso, os papéis da estatal registravam forte baixa reagindo à live do presidente Jair Bolsonaro transmitida nas redes sociais no final da tarde desta quinta e que justamente trouxe críticas do mandatário aos “altos lucros da estatal”.

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Bolsonaro afirmou que estuda maneira de alterar política de preços da Petrobras, o que azedou os ativos. “Você vive em um país que paga tudo em real e tem o preço do combustível atrelado ao dólar. Ninguém entende”, pontuou.

Ele disse ainda que a Petrobras tem que ter um papel social e não pode ser uma empresa que dê lucro tão alto.

“Repito, ninguém vai quebrar contrato, ninguém vai inventar nada, mas tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto como tem dado”, disse ele. O presidente ainda reiterou que falou com Paulo Guedes, ministro da Economia, para colocar no radar uma possível privatização da Petrobras, conforme vem ressaltando em declarações nos últimos dias.

Em meio a essas declarações, na B3, o Ibovespa futuro com vencimento em dezembro chegou a ter perdas superiores a 2,50%, encerrando as negociações pós-mercado às 18h em baixa de 2,15%, a 105.620 pontos, após o índice à vista fechar o pregão regular em queda de 0,62%, a 105.704 pontos. Já o dólar futuro com vencimento em novembro subiu 1,91%, a R$ 5,645, após chegar a avançar mais de 2% durante as negociações no after market.

A Petrobras tem uma regra em seu estatuto, que foi colocada durante a gestão do ex-presidente da empresa Pedro Parente, que diz que caso a petroleira seja obrigada pelo governo a desempenhar uma função que dê prejuízo a ela, terá que ser ressarcida.

Nesse contexto, Bolsonaro voltou a criticar também o que chama de lei de preços da Petrobras, afirmando que busca um meio de mudá-la.

“A Petrobras é obrigada a aumentar o preço porque ela tem que seguir a legislação e nós estamos tentando aqui buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido”, disse o presidente.

Confira a fala do presidente: 

O que o presidente chama de “lei” é, na verdade, a regra usada pela Petrobras para a composição dos preços dos combustíveis no Brasil, levando em conta a variação do câmbio no país e os preços internacionais do petróleo.

(com Reuters)

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