Ação ON da Oi dispara 19%, TIM e Vivo têm queda forte com nova oferta; Cogna cai quase 7% e Petrobras recua 2%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão de forte queda do Ibovespa, seguindo a piora de humor no exterior, o destaque desta quinta-feira (23) ficou para as ações do setor de telecomunicações.

As ações ordinárias da Oi (OIBR3, R$ 1,60, +19,40%; OIBR4, R$ 1,68, +7,69%) subiram mais de 15%, enquanto os ativos PN avançaram 7% após o contrato de exclusividade da companhia com a Highline para a negociação da área móvel (veja mais clicando aqui). Já os papéis da Vivo (VIVT4, R$ 49,58, -3,73%) caíram mais de 3%, enquanto a TIM (TIMP3, R$ 14,77, -8,43%) teve uma queda ainda mais acentuada.

Já a ação da Vale (VALE3, R$ 58,85, -0,66%) caiu, seguindo a leve queda do minério de ferro no mercado de futuro de Dalian. Os investidores voltaram a mostrar preocupação com a oferta da commodity em meio aos casos de coronavírus no Brasil. Apesar da queda em Dalian, a commodity spot negociada no porto de Qingdao teve alta de 0,7%, a US$ 111,20 a tonelada.

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As ações da AES Tietê (TIET11, R$ 17,11, -0,06%), por sua vez, ficou estável após subir forte durante a tarde após notícia de Lauro Jardim, do O Globo, de que a Eneva fará uma nova proposta pela companhia.

Confira os destaques desta quinta-feira (23):

Eneva (ENEV3, R$ 52,17, +1,30%) e AES Tietê (TIET11, R$ 17,11, -0,06%)

Segundo informações de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Eneva entrega hoje ao BNDES sua proposta para comprar a participação do banco na AES Tietê, com a proposta para a fusão integral das duas empresas.

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O BNDES, por meio da BNDESPar, possui 28% da AES Tietê – 14% das ações ordinárias e 37% das preferenciais.

Cogna (COGN3, R$ 8,75, -6,82%)

A Vasta, da Cogna, lança IPO nos EUA com oferta de 18,6 milhões de ações com faixa indicativa de preço entre US$ 15,50 e US$ 17,50 por ação, segundo comunicado. A oferta pública inicial poderá acrescida em até 2,79 milhões de ações classe A adicionais.

O preço final será fixado após procedimento de bookbuilding. Após IPO, a Cogna Educação deterá 77,6% do capital social em circulação, assumindo que não haja exercício da opção de lote adicional.

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As ações detidas pela Cogna são ordinárias classe B, que possuem maiores direitos de voto. Os coordenadores são: Goldman Sachs, BofA, Morgan Stanley, Itaú BBA, UBS e Bradesco BBI.

Dimed (PNVL3, R$ 30,88, -1,44%)

A Dimed, controladora da Panvel, e acionistas levantam R$ 1,04 bilhão com oferta de ações. A Dimed colocou 16 milhões de ações, enquanto Kinea Private Equity IV Master Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros e pessoas físicas colocaram 18,6 mi de ações, segundo comunicado. A oferta foi via Bradesco BBI, BTG Pactual e Itaú BBA.

A Dimed pretende usar os R$ 480 milhões da oferta primária para: investimento em novas lojas;  investimento em recursos de tecnologia da informação e investimento na infraestrutura de logística.

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Kinea, Petros e outros acionistas levantaram R$ 556,7 milhões. A Kinea elevou a oferta secundária inicial em 7,8%, ou 2,5 milhões de ações. A Dimed não exerceu a opção de colocar lote parcela adicional de até 3,2 milhões de novas ações.

A data prevista de negociação é 24 de julho. O preço por ação é de R$ 30,00, representando desconto de 4,25% em relação ao último fechamento. 122 milhões de ações foram emitidas (43,3 milhões de ações em circulação) em 23 de março.

Irani (RANI3, R$ 4,90, -15,52%)

A Irani levantou R$ 405 milhões com oferta de 90 milhões de ações ordinárias. A companhia usará os recursos da oferta para financiar plano de expansão da empresa nas unidades de Santa Catarina e Minas Gerais, ampliar geração de energia hidrelétrica, entre outras melhorias, totalizando R$ 1,2 bilhão em investimentos estimados.

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Não haverá oferta secundária, pois não houve colocação de lote adicional. A data prevista de início de negociação das ações é de 24 de julho. O preço por ação, de R$ 4,50, representa desconto de 22,41%
sobre o último fechamento.

Vale (VALE3, R$ 58,85, -0,66%)

O Conselho de Administração da Vale aprovou a criação de um “comitê de nomeação”, que terá como objetivo propor melhorias à estrutura do próprio colegiado e indicar os próximos conselheiros que serão eleitos em assembleia em abril de 2021, prevista para ser a primeira sem o acordo de acionistas.

Vão integrar esse comitê o ex-presidente da Petrobras e ex-ministro Pedro Parente, atualmente presidente do conselho de administração da BRF; e o presidente do conselho de administração da Embraer, Alexandre Gonçalves Silva. O presidente do conselho, que atualmente é José Maurício Coelho, presidente do fundo de pensão Previ, um dos principais acionistas da mineradora.

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Oi (OIBR3, R$ 1,60, +19,40%; OIBR4, R$ 1,68, +7,69%), TIM (TIMP3, R$ 14,77, -8,43%), Vivo (VIVT4, R$ 49,58, -3,73%) e Claro

A Oi informou na noite de quarta-feira que fechou um acordo de exclusividade com a americana Highline para negociar a venda de suas operações de telefonia celular. A operadora em recuperação judicial afirmou que a proposta ficou acima do preço mínimo de R$ 15 bilhões definido para essa unidade de negócio.

Um consórcio entre Claro, Tim e Vivo já havia comunicado interesse nesse ativo e o benefício de cobrir outras ofertas que se mostrassem mais atrativas para a Oi. No entanto, ao ter o acordo de exclusividade, é a Highline quem tem o direito de cobrir outras propostas recebidas ao longo da disputa. O acordo tem um período de vigência previsto até o próximo dia 3 de agosto, mas pode ser prorrogado.

A Highline é controlada pela gestora americana Digital Colony e já tinha feito nesta semana uma proposta para comprar por R$ 1,076 bilhão pela unidade de torres da Oi, outro ativo à venda.

Conforme destaca o Credit Suisse, o valor da oferta da Highline provavelmente será tornado público após a conclusão do período do contrato de exclusividade.

Os analistas do banco suíço avaliam que a notícia é uma surpresa negativa para TIM, Vivo e Claro. “Continuamos acreditando que o Oi Mobile vale mais nos negócios dos players existentes do que em uma base independente (independentemente do modelo de negócios que a Highline possa ter desenhado), afirmam.

Assim, continuam a ver Vivo, TIM e Claro como os vencedores mais prováveis ​​no leilão da Oi Mobile no quarto trimestre. “No entanto, acreditamos que a Highline demonstrou mais apetite pela Oi Mobile do que esperávamos e as chances de um resultado diferente do nosso caso-base aumentaram”, apontam.

Por outro lado, a notícia é muito positiva para a Oi. Isso porque (1) a empresa parece já ter garantido uma oferta de pelo menos R$ 15 bilhões para seus negócios móveis; e (2) a Highline parece interessada na FiberCo (de acordo com o site especializado Teletime), um acordo que pode ser transformador para o valuation da Oi e potencialmente levar a uma alta do preço das ações (veja mais clicando aqui).

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 74,21, -2,19%)

A Companhia Brasileira de Distribuição, controladora do Grupo Pão de Açúcar (GPA), informou nesta quarta-feira a conclusão da venda de 16 imóveis para a TRX Gestora de Recursos, por R$ 446,285 milhões.

O negócio é a terceira etapa de uma venda global de 41 imóveis para os fundos da TRX, por R$ 1,210 bilhão. Em um primeiro momento, havia sido acordada a venda de 43 imóveis, mas dois deles foram excluídos, por não possuírem valores relevantes para a transação. A ideia do GPA é vender os imóveis, mas manter a ocupação das lojas, que passam a ser alugadas.

Na operação anunciada hoje, estão quatro imóveis da bandeira Assaí no Estado de São Paulo (em Santo André, Campinas, Paulínia e Piracicaba), uma loja Extra Hiper (Recife-PE), um Mercado Extra (Praia Grande-SP) e dez lojas Pão de Açúcar (Goiânia-GO, Brasília-DF, Aracaju-SE, São Caetano-SP, Santo André-SP, Ribeirão Preto-SP, São José do Rio Preto-SP e São Paulo-SP).

Até o momento, a TRX adquiriu 28 imóveis do GPA, por R$ 949,701 milhões. Em relação aos 13 imóveis restantes, a companhia informa que, no próximo dia 30, será realizado o pagamento de sinal de R$ 15 milhões. O valor total dos imóveis envolvidos nessa última etapa é de R$ 260,656 milhões e deve ser quitado até 30 de agosto.

“O plano global de monetização de ativos imobiliários totalizou até o momento R$ 1,9 bilhão já monetizados, sendo R$ 1,580 bilhão já recebidos pelo GPA e R$ 283 milhões a receber (R$ 260 milhões previstos até final de agosto de 2020)”, diz a empresa, em fato relevante.

Petrobras (PETR3, R$ 23,23, -1,16%; PETR4, R$ 22,57, -2,08%)

A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras aprovou o pagamento de dividendos aos acionistas referentes ao exercício de 2019, no valor de cerca de R$ 1,7 bilhão aos detentores de ações ordinárias e de R$ 2,5 milhões aos preferencialistas.

O pagamento está previsto para ocorrer em 15 de dezembro de 2020, conforme fato relevante. Esse desembolso foi adiado em função das incertezas relacionadas à pandemia da Covid-19.

Os valores foram atualizados pela variação da taxa básica de juros (Selic) do período de 31/12/2019 até 22/07/2020, o que representou um acréscimo nas ações ordinárias de R$ 0,004420 por ação ordinária e R$ 0,000008 por cada preferencial. Desta forma, o valor total distribuído aos acionistas será de 0,238069 centavo por ação ordinária e 0,000457 centavo por ação preferencial.

Embraer (EMBR3, R$ 8,22, -1,08%)

A Embraer conseguiu um financiamento de US$ 300 milhões junto a cinco bancos e deve receber os recursos até o final do mês, segundo comunicado enviado à CVM.

O contrato de financiamento foi assinado com o Banco do Brasil, Bradesco, Morgan Stanley, Natixis e Santander e o vencimento da operação ocorre entre dois e quatro anos.

Os recursos serão utilizados para o capital de giro das operações de exportações.

IRB (IRBR3, R$ 7,85, -3,92%)

O IRB – Brasil Resseguros informou que conseguiu na 2ª Vara de Conflitos de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo uma decisão favorável que evita o bloqueio de R$ 1 bilhão.

Essa decisão ocorre no âmbito de uma ação civil pública instaurada contra a companhia.

Segundo a decisão, que data do dia 19, o IRB comprovou “sua capacidade econômica para fazer frente a eventuais indenizações concedidas a acionistas”.

Para os analistas do Morgan Stanley, a decisão foi marginalmente positiva para o IRB. “A Companhia estava apta a comprovar sua capacidade financeira para cumprir obrigações e ou indenizações futuras em relação a ações judiciais em andamento de acionistas”, avaliaram os analistas.

Cyrela (CYRE3, R$ 26,36, -3,58%)

A Cyrela informou que a Plano & Plano, controlada pela incorporadora, entrou com pedido de registro para realizar oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A Plano & Plano atua, principalmente, no segmento de imóveis do “Minha Casa, Minha Vida”. A operação foi aprovada pelo Conselho de Administração da Cyrela no último dia 17.

A Lavvi Empreendimentos e a Cury, outras duas incorporadoras com participação da Cyrela, também estão em processo de abertura de capital.

A Lavvi Empreendimentos tem como controladores a Cyrela e a RH Empreendimentos Imobiliários, atuando no desenvolvimento de projetos no segmento médio e alto padrão na cidade de São Paulo.

Já a Cury é uma joint venture entre Cyrela e a antiga Curi Engenharia e atua no segmento de baixa e média renda.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,60, -2,51%)

A Ecorodovias divulgou uma nova parcial do volume de tráfego em suas concessões, dessa vez levando em conta o período entre os dias 16 de março e 21 de juLho.

O movimento de veículos pesados e de passeio caiu, nesse período, 18% na comparação com igual período do ano passado. Os maiores recuos ocorreram na Ecopistas, que administra o corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto (queda de 38,1%), e na Ecoponte, que liga o Rio ao litoral norte fluminense (recuo de 36,1%).

No acumulado do ano, a queda no volume do tráfego é de 7,5%.

Movida (MOVI3, R$ 15,93, +1,08%)

A Movida divulgou nesta quinta-feira uma prévia de seus resultados do segundo trimestre. O resultado com a venda de veículos seminovos compensou a queda das receitas dos serviços de aluguel de carros. A companhia ressaltou que os dados não estão auditados.

A receita total entre abril e maio ficou em R$ 1,047 bilhão, uma alta de 5,8% na comparação com igual período de 2019 e de 3,6% ante o trimestre anterior.

As receitas de serviços de alugueis de veículos e gestão de frotas somaram R$ 298,7 milhões, uma queda de 19,8% no comparativo anual e 33,9% no trimestre. No entanto, a receita com a venda de seminovos chegou a R$ 749,1 milhões, alta de 21% na comparação com o segundo trimestre de 2019 e de 34% em relação aos três primeiros meses do ano.

A companhia terminou o segundo trimestre com 13 mil carros a menos, totalizando 105.698.

O caixa da empresa no segundo trimestre foi de R$ 1,74 bilhão, o maior já registrado.

O Itaú BBA apontou que os números são positivos, particularmente nos seminovos, ainda que seja necessário entender melhor como a composição de venda de carros usados impactou os números (notoriamente as margens), o que será esclarecido com a divulgação dos resultados.

Helbor (HBOR3, R$ 2,91, -2,02%)

A incorporadora Helbor informou que registrou vendas totais de R$ 94 milhões em junho, um crescimento de 26,8% na comparação com o registrado em maio. Esse valor também equivale a 85% das vendas mensais que a empresa registrava antes da pandemia da Covid-19, que levou diversas regiões a adotarem medidas de distanciamento social, limitando os negócios do setor de incorporação.

As vendas totais no segundo trimestre foram de R$ 219,4 milhões, recuo de 45,2% em relação a igual período de 2019. Considerando apenas a Helbor, as vendas foram de R$ 154,6 milhões, com queda de 48,8%. Não houve lançamentos no trimestre.

Os analistas do Bradesco BBI acreditam que a Helbor não conseguirá mais entregar os mesmos níveis de geração de caixa que registrava anteriormente (R$ 100 milhões no segundo trimestre de 2019), uma vez que está com um ritmo de construção mais forte. “Mantemos nossa classificação de “outperform” e aumentamos o preço-alvo de R$ 3 para R$ 4,50 após incorporar os números operacionais do segundo trimestre”, disseram, em relatório a clientes.

Para o Itaú BBA, o resultado foi neutro, mas destacou como positivo a queda do nível de cancelamento das vendas, que recuou 64%.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.