Ação da JBS sobe 3% após aquisição; Cemig e Copasa caem com privatização adiada e Petrobras avança com petróleo

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (28)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou pela segunda sessão seguida em alta, seguindo o exterior principalmente com o maior ânimo para as bolsas americanas após a queda inesperada dos estoques de petróleo. Contudo, os investidores atentos principalmente aos desdobramentos da guerra comercial e novos alertas sobre a desaceleração da economia global, notoriamente nos EUA, após a nova inversão na curva de juros do país. 

Na sessão, contudo, o grande destaque fica para uma ação fora do índice: a Oi (OIBR3, R$ 0,82, +7,89%; OIBR4, R$ 1,37, +12,30%), cujas ações PN subiram forte após a notícia do jornal O Globo de que ela pode ser fatiada regionalmente para ser vendida, em mais um pregão de fortes especulações sobre a empresa (veja mais clicando aqui). As ações da Petrobras (PETR3, R$ 27,10, +0,71%;PETR4, R$ 24,59, +1,03%), por outro lado, subiram em meio à alta de cerca de 2% do petróleo com a queda dos estoques nos EUA. 

Cemig (CMIG4, R$ 14,02, -3,04%) e Copasa (CSMG3, R$ 68,49, -0,95%), por sua vez, registraram queda após Romeu Zema, governador de Minas, destacar que o processo de privatização das companhias demorará mais do que anteriormente esperado. JBS (JBSS3, R$ 28,69, +3,02%), por sua vez, viu seus ativos subirem forte após sua controlada, Pilgrim’s Pride, anunciar a aquisição da Tulip Company. 

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Além disso, por mais uma sessão, os papéis de Eternit (ETER3, R$ 3,22, -10,56%), Saraiva (SLED3, R$ 6,75, +29,31%; SLED4, R$ 2,22, +2,78%) e Telebras (TELB3, R$ 152,50, -41,57%; TELB4, R$ 52,00, -26,32%). Após disparar 72% na véspera com o lançamento de telhas fotovoltaicas, os investidores de Eternit embolsaram parte dos ganhos e ação caiu forte, enquanto a Saraiva se recuperou após a queda da véspera (na segunda, os ativos dispararam com notícias de mudança de gestão). Já a Telebras teve forte queda após sessões seguidas de disparada em meio à inclusão da companhia no pacote de privatização do governo. 

Confira os destaques desta quarta-feira.

Oi (OIBR3;OIBR4), Vivo (VIVT4) e TIM (TIMP3)

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Em meio às tentativas de recuperação das operações da Oi, duas alternativas vêm sendo discutidas, segundo o jornal O Globo. Uma é a venda total para um novo investidor ou o fatiamento em operações regionais. Segundo a publicação, entre os interessados estariam Vivo, Claro, TIM, além da americana AT&T e empresas chinesas de telecomunicação.

“Quando se fala em venda de ativos há, entre acionistas e conselho, uma ideia em estudo que prevê vender a companhia de forma separada por regiões e Estados, o que tende a facilitar as negociações para os concorrentes no Brasil. Essa movimentação já está acontecendo”, disse uma fonte ao Globo.

No caso dos chineses, que participam de linhas de financiamento da Oi, eles vão esperar a aprovação do PLC 79, que vai transferir a concessão para autorização e gerar menos custos com telefonia fixa, antes de avaliarem a investida.

Recentemente, Vivo mostrou interesse nos ativos da Oi no Norte e Nordeste. Tim e Claro, por sua vez, teriam interesse na aquisição completa ou de partes, como a rede de fibra ótica e os clientes.

O jornal acrescenta que a questão central, porém, é o aval da Justiça, necessário para o processo de transição. O plano já está em análise pelo Ministério Público, mas ainda não tem data para sair do papel, completou o Globo.

Segundo o Bradesco BBI, a venda da empresa surge como uma alternativa para garantir sua sustentabilidade no longo prazo, uma vez que a equipe de análise avalia que o plano de investimentos da Oi está cada vez mais dependente da venda de ativos após o segundo trimestre de 2019 – R$ 2 bilhões de caixa queimado, o que aumentou o risco de execução.

“No entanto, acreditamos que é altamente improvável que alguém compre ou faça a fusão com a Oi como um todo sem a aprovação da reforma do setor de telecomunicações (PLC79). Não faz sentido, para outro participante, assumir o risco neste momento, sem visibilidade sobre o que acontecerá com o regime de concessão, particularmente em relação a ‘ativos reversíveis'”, afirmam os analistas do banco.

Além disso, apontam, também discordam  da possibilidade de a AT&T ser candidata a comprar a Oi, já que a empresa já possui um desafio de geração de caixa e está em forte disputa com a AMX no México e não faria sentido adquirir outro ativo no Brasil para uma disputa em outra região desafiadora.

Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que as privatizações da Cemig, da Copasa e da Gasmig devem ficar para o segundo semestre do ano que vem ou até para 2021. A declaração foi feita ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no Latam Retail Show. “Já fizemos diluição do nosso controle na Light e temos, em breve, Taesa, Belo Monte, Santo Antônio, Renova. Todas as que não dependem de aprovação da Assembleia, já estamos preparando para serem privatizadas ainda este ano. Vamos vender o que a Cemig tem de participação. Agora, privatização mesmo da Cemig, da Copasa, da Gasmig, que dependem de aprovação em Assembleia, provavelmente serão no segundo semestre do ano que vem ou em 2021. Será um processo mais lento, inclusive pelo porte dessas empresas”, disse.

Ele afirmou que ainda não foi feito um trabalho de esclarecimento da população sobre os prós e os contras da privatização da Cemig, mas tem certeza de que as pessoas optarão por ela. “A Cemig foi drenada nos últimos anos e, mesmo que nós voltemos a reinvestir o resultado dela, o que já estamos fazendo, é insuficiente. A privatização não é uma questão ideológica, mas de puro bom senso”, afirmou.

Segundo Zema, em mãos privadas, a Cemig poderá ofertar mais energia e tem perspectivas de reduzir os preços no médio e longo prazo.

A proposta de privatização da Cemig e da Copasa fazem parte do plano de recuperação fiscal do Estado, que, segundo Zema, deve ser apresentado à Assembleia entre os dias 10 e 20 de setembro. “Depende de alguns ajustes finais”, disse.

“Ainda consideramos complexa uma aprovação da privatização da Cemig e outras empresas estatais de Minas Gerais devido às dificuldades de articulação política entre os poderes executivo e legislativo”, destaca a equipe de análise da XP Research, que mantém recomendação neutra para os ativos. 

Eletrobras (ELET3, R$ 44,20, +3,54%;ELET6, R$ 45,06, +2,29%)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou hoje (28) que uma das principais metas do governo é valorizar a Eletrobras e que o presidente Jair Bolsonaro deu autorização para prosseguir com os estudos relacionados à capitalização da companhia.
“Em decorrência disso, já estamos realizando articulações junto ao Legislativo e muito em breve será possível apresentar ao mercado um modelo robusto de capitalização da empresa”, afirmou, ao participar da abertura do 16º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no centro do Rio.

O atual modelo de organização do setor elétrico, de acordo com Albuquerque, precisa de adequações para que os custos e riscos sejam percebidos pela sociedade de forma mais eficiente e que permitam maior previsibilidade.
“Estão sendo analisadas propostas para modernizar o setor, abrangendo ambiente de mercado e mecanismos de viabilização de expansão do sistema, de formação de preços, de racionalização de encargos e subsídios, de realocação de energia e de inserção de novas tecnologias.”
Outras medidas vão ampliar a possibilidade de livre contratação de energia elétrica por parte dos consumidores. “Abrimos consulta pública sobre a continuidade da trajetória de redução do limite de demanda do consumidor livre, ampliando assim a quantidade de consumidores que poderão optar por comprar energia de qualquer fonte”, afirmou.

Petrobras (PETR3;PETR4)

O jornal Valor Econômico traz que a Petrobras pretende trabalhar com metas “mais desafiadoras” de redução de custos em 2020, de acordo com a diretora Andreia de Almeida. A executiva afirmou que a empresa se prepara para o aumento da concorrência no mercado de refino e que busca retomar o selo de grau de investimento das agências de classificação de risco.

A empresa informou ainda que a empresa Modec comunicou à companhia que permanece estável e em condições normais de calado e inclinação o FPSO Cidade do Rio de Janeiro, localizado na Bacia de Campos a 130 quilômetros da costa.

“Sobrevoo realizado ontem observou redução da mancha de óleo, que, no momento, tem aproximadamente 0,4m³”, informou a Petrobras.

A Modec ressaltou que já se encontra em Macaé a equipe de Salvage que avaliará as condições do FPSO e determinará a melhor estratégia para concluir o descomissionamento e remover a plataforma. O embarque do grupo ocorrerá hoje.

O FPSO Cidade do Rio de Janeiro, operado pela Modec desde 2007, encerrou seu ciclo de produção em julho de 2018 e está em processo de desmobilização desde então.

Sobre o trabalho de recolhimento de resíduo oleoso (óleo e água) vazado da estação de tratamento de despejos industriais da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, a Petrobras informou que vazamento estimado de 5 metros cúbicos foi detectado na segunda-feira, 26/8, e controlado no mesmo dia.

“O produto vazado encontra-se contido na área interna da refinaria. O trabalho de limpeza está sendo executado com barreiras de contenção preventiva e caminhões a vácuo para recolhimento do produto”, afirmou.

“As autoridades competentes foram comunicadas e representantes do órgão ambiental estadual seguem acompanhando os trabalhos das equipes de segurança e emergência. A refinaria continua operando normalmente.”

Petrobras Distribuidora (BRDT3)

A Petrobras Distribuidora fará a eleição de novos nomes para o conselho de administração no dia 18 de setembro. Segundo a empresa, os candidatos indicados pelos acionistas com mais de 1% de participação têm perfis complementares e aderentes aos desafios que se apresentam nesta nova etapa.

Os indicados pela Petrobras são Maria Carolina Lacerda, Alexandre Firme Carneiro e Edy Luiz Kogut. Pelos demais acionistas, os indicados são Carlos Augusto Leone Piani, Claudio Roberto Ely, Leonel Dias de Andrade Neto, Mateus Affonso Bandeira, Pedro Santos Ripper e Ricardo Carvalho Maia.

Sabesp (SBSP3), Sanepar (SAPR11) e Copasa (CMSG3)

O relator do novo marco legal do saneamento na Câmara dos Deputados, Geninho Zuliani (DEM-SP), propôs a realização de nove audiências públicas para debater o tema na Comissão Especial, instalada na semana passada. A primeira deverá ocorrer na próxima terça-feira (3).

A proposta é de que a primeira audiência discuta a atuação das empresas estatais e a proposta de alteração do marco legal. Entre outros temas, estão o debate das contribuições do mercado para o investimento no saneamento básico no Brasil, com a presença de instituições financeiras.

Para a sexta audiência, para a discussão do saneamento básico na perspectiva de ações do governo, será convidado o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier.

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Em evento realizado na segunda-feira, 26, Zuliani afirmou que pretende apresentar seu relatório na primeira quinzena de outubro, para que a votação possa acontecer na segunda metade do mês.

JBS (JBSS3)

A JBS informou que a Pilgrim´s Pride Corporation, sua controlada, fechou a compra da Tulip Company, líder na produção de carne suína e alimentos preparados com operações no Reino Unido, em uma transação avaliando a Tulip em £290 milhões (ou aproximadamente US$354 milhões).

Segundo a empresa, a intenção é criar uma líder em proteína e alimentos preparados na Europa por meio da expansão do portfólio de alimentos preparados para 21% das vendas globais da Pilgrim´s.

“O preço de compra representa um múltiplo de 5,4x do Ebitda esperado”, destacou. “A transação será totalmente financiada pelo caixa da Pilgrim´s”, finalizou.

“Vemos o anúncio como positivo e em linha com a estratégia da JBS de focar em oportunidades de aquisição com disciplina financeira”, destaca a equipe de análise da XP. 

Já o Painel S.A. da Folha informa que a Justiça autorizou Joesley e Wesley Batista de voltar a frequentar o endereço onde fica a sede da JBS em São Paulo, mas seguem proibidos de atuar em qualquer uma das companhias da J&F. A permissão os libera a atuarem na WWMB e JJMB que abrange o patrimônio dos irmãos, mas que não têm relação com o grupo.

Banese (BGIP3)

O Banco do Estado de Sergipe (Banese) informa que recebeu do seu controlador, o governo do Estado, manifestando “interesse na realização de oferta pública envolvendo parte das ações de sua propriedade”, podendo “abranger 45% das ações ordinárias e 40% das preferenciais, observando-se, desta forma, o limite estatutário para a manutenção do controle acionário da instituição pelo Estado, bem como seus interesses econômicos”.

Lojas Marisa (AMAR3)

A Marisa aprovou a emissão de R$ 175 milhões em notas promissórias. O primeiro vencimento será em 23 de janeiro e da última em 25 de julho.

Segundo a empresa, os recursos captados serão utilizados para a gestão ordinária dos negócios, especialmente de passivos financeiros e de capital de giro.

Yduqs (YDUQ3)

A Yducs, antiga Estácio, informou que foram expedidas, em 26 de agosto de 2019, pelo Secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, as Portarias n° 395 e 400 para revogar os efeitos das Portarias nº 72 e 147, as quais suspenderam as propostas de autorização de funcionamento do Curso de Medicina nos municípios de Castanhal/PA e Quixadá/CE, respectivamente, conforme o programa Mais Médicos II.

“Em razão destas revogações, passam a valer os efeitos do Edital SERES/MEC nº 1 de 28 de março de 2018 para autorizar o funcionamento de Curso de Medicina nos municípios em referência, cada um com 50 vagas autorizadas por ano”, afirmou.

A empresa ressaltou que o curso no município de Canindé (CE) já está em fase de construção. “A Companhia informa que com a referida autorização, chegará a 11 campi de Medicina”, acrescentou.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.