Ibovespa bate 100 mil pontos após fala do presidente do Fed e se aproxima da máxima histórica

Mercado engata movimento positivo na super quarta, que tem Moro no Senado e decisão do Copom ainda

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou aos 100 mil pontos nesta quarta-feira (19), subindo após o Federal Reserve decidir manter os juros nos Estados Unidos no intervalo entre 2,25% e 2,5% ao ano. No comunicado, viu-se menos espaço para cortes de juros este ano, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, abriu caminho para um corte, na visão de analistas. 

Os investidores ficam atentos hoje também para o depoimento do ministro Sérgio Moro no Senado e decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve.

Às 16h22 o principal índice acionário da B3 subia 0,9% a 100.293 pontos, enquanto o dólar comercial tem queda de 0,28% a R$ 3,847 na compra e a R$ 3,8488 na venda. O dólar futuro para julho recua 0,21% a R$ 3,856.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 tinha queda de dois pontos-base a 6,03% e o DI para janeiro de 2023 cai sete pontos-base a 6,91%.

No comunicado da decisão do Fed está escrito que o banco central dos EUA irá monitorar de perto as informações que chegarem e irá agir apropriadamente. Oito oficiais entendem que as taxas deveriam cair em 2019, no entanto, muito se falou de que o emprego está bem no país e a inflação ainda abaixo da meta de 2%. 

A visão predominante é de que não se vê tanto espaço assim para os juros caírem na maior economia do mundo, mas pela primeira vez, retirou-se a palavra “paciência” para falar, o que abre caminho para o relaxamento monetário. 

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James Bullard, do Fed de Saint Louis, foi o primeiro da era de Jerome Powell a abrir dissidência e votar por um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juro. 

Por aqui, na entrevista ao Ratinho ontem, Moro ressaltou que o vazamento de suas conversas com o procurador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, foi fruto de ação de hackers e, portanto, seria invalidado como prova de qualquer coisa.

Já a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) insistiu em entrevista à CBN que Moro vem voluntariamente falar no Senado e tem colaborado muito em prestar esclarecimentos aos congressistas. Tebet lembrou que não foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

FOMC

No comunicado sobre a decisão do Federal Open Market Committee (Fomc), os integrantes do comitê destacaram que as incertezas econômicas aumentaram e retiraram a expressão sobre “paciência”. A autoridade monetária apontou que monitorará de perto os próximos dados e agirá como apropriado. 

Os integrantes indicaram que ainda não haverá cortes em 2019, mas ainda deixam em aberto a possibilidade de afrouxamento da política monetária no final do ano. Por enquanto, o Fed espera um corte de juros à frente, mas não antes de 2020. 

A autoridade monetária ainda destacou a mão-de-obra forte, a economia crescendo a taxa moderada e o emprego sólido, com a taxa de desemprego a patamares ainda baixos. Por outro lado, a inflação e o núcleo estão abaixo de 2%.

Já Powell disse que muitos dirigentes no Fomc consideram o caso de “política um pouco mais acomodatícia” se fortaleceu, apesar de o “cenário básico parecer favorável”.

Powell expressou confiança ainda de que um corte dos juros pode ajudar o crescimento econômico se necessário.

Copom

A decisão do Banco Central brasileiro deverá ser divulgada a partir das 18h.

Até poucas semanas atrás, a grande maioria do mercado esperava por uma manutenção da Selic em 6,5% ao ano. Porém, a curva de juros já embute uma chance de cerca de 25% de que a Selic já seja cortada nesta quarta-feira. 

A maior probabilidade é de que o ciclo de corte comece no segundo semestre, em meio às indicações do Banco Central e do seu presidente, Roberto Campos Neto, de que aguardará o desenrolar da reforma da Previdência na Câmara. Esta visão também é compartilhada por economistas em meio à fragilidade das contas públicas. 

Porém, com dados da atividade econômica fracos – como o Índice de Atividade Econômica do Bando Central (IBC-Br), considerada prévia do Produto Interno Bruto (PIB), vindo abaixo do esperado -, a inflação podendo ficar abaixo da meta em 2020 e expectativas ancoradas, o caminho para a flexibilização poderia começar agora.  

Noticiário corporativo

Os bancos públicos e o fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS) são os maiores credores do grupo Odebrecht SA sem garantias reais, como ações e imóveis, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Essas instituições detêm quase R$ 17 bilhões de dívidas incluídas nessa categoria dentro da recuperação judicial da empresa, que foi aceita ontem, 18, pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, de São Paulo. O processo da Odebrecht, que tem dívidas de R$ 98,5 bilhões, é considerado o maior da história.

O leilão de ativos da Avianca deverá ocorrer no dia 10 de julho, de acordo com a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a Avianca deverá elaborar um novo edital para que mais empresas ofertem lances.

Antes da suspensão, Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e Latam estavam habilitadas. Recentemente, Globalia, Passaredo, Sideral e Twoflex demonstraram interesse nos slots do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 59,00 +4,04 +31,83 311,27M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 20,45 +3,54 +20,29 140,64M
 JBSS3 JBS ON 21,24 +3,16 +83,28 168,19M
 WEGE3 WEG ON 21,16 +2,52 +21,48 42,15M
 TIMP3 TIM PART S/AON 11,48 +2,41 -1,85 134,90M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SMLS3 SMILES ON 43,80 -4,99 +7,46 351,76M
 CSNA3 SID NACIONALON 16,61 -1,66 +97,14 211,25M
 USIM5 USIMINAS PNA 8,64 -1,59 -4,82 91,93M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 21,02 -1,50 -19,93 64,00M
 B3SA3 B3 ON 37,59 -1,36 +41,03 532,01M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Moro

O site The Intercept divulgou mais um vazamento de conversas telefônicas entre o Sérgio Moro e o procurador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol. 

Nessa nova troca de mensagens, Moro critica as investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pois seriam baseadas em provas fracas e poderiam “melindrar alguém cujo apoio é importante”. 

O diálogo, segundo o site, ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem com suspeitas sobre o ex-presidente da República. 

No texto divulgado ontem à noite, o Intercept sugere que FHC foi incluído no rol dos investigados para “acalmar o ânimo dos críticos”. Eles citam uma conversa em que o procurador Roberson Pozzobon sugeriu em um grupo de Telegram investigar, no mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos Lula e FHC. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.