Ibovespa fica no zero à espera de Fed e Copom e monitorando falas de Moro no Senado

Mercado espera ansiosamente pelas decisões de política monetária que serão anunciadas nesta quarta

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera entre perdas e ganhos nesta super quarta-feira (19), véspera de feriado, após o índice à vista fechar acima dos 99 mil pontos ontem. Os investidores ficam atentos hoje para o depoimento do ministro Sérgio Moro no Senado e decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve.

Às 10h05 (horário de Brasília) o principal índice acionário da B3 recuava 0,04% a 99.359 pontos, enquanto o dólar comercial sobe 0,27% a R$ 3,8687 na compra e a R$ 3,8712 na venda. O dólar futuro para julho sobe 0,28% a R$ 3,874.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 tinha leve alta de um ponto-base a 6,06% e o DI para janeiro de 2023 avança na mesma magnitude a 6,99%.

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Em entrevista ao Ratinho, Moro ressaltou que o vazamento de suas conversas com o procurador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, foi fruto de ação de hackers e, portanto, seria invalidado como prova de qualquer coisa.

Já a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) insistiu em entrevista à CBN que Moro vem voluntariamente falar no Senado e tem colaborado muito em prestar esclarecimentos aos congressistas. Tebet lembrou que não foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

Federal Reserve e Copom no radar

O mercado espera ansiosamente por alguma sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, de que o banco central dos EUA irá iniciar um ciclo de flexibilização monetária.

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Na decisão do Fomc de hoje, às 15h, a expectativa da maior parte do mercado é de que haja manutenção de juros, mas vem crescendo a projeção por um corte já nessa reunião (com uma chance de 25%, de acordo com dados da Bloomberg), em meio à inflação ainda fraca e números ruins do mercado de trabalho.

Os investidores, assim, esperam que o Fed assuma um viés mais “dovish”, ou seja, sinalizando um corte de juros nos próximos meses. A probabilidade implícita de uma redução da taxa de juros para a decisão do Federal Open Market Committee (FOMC) de 31 de julho é de 66,8%.  Powell falará a partir das 15h30. 

Na mesma linha, está a decisão do Banco Central brasileiro, que deverá ser divulgada a partir das 18h.

Até poucas semanas atrás, a grande maioria do mercado esperava por uma manutenção da Selic em 6,5% ao ano. Porém, a curva de juros já embute uma chance de cerca de 25% de que a Selic já seja cortada nesta quarta-feira. 

A maior probabilidade é de que o ciclo de corte comece no segundo semestre, em meio às indicações do Banco Central e do seu presidente, Roberto Campos Neto, de que aguardará o desenrolar da reforma da Previdência na Câmara. Esta visão também é compartilhada por economistas em meio à fragilidade das contas públicas. 

Porém, com dados da atividade econômica fracos – como o Índice de Atividade Econômica do Bando Central (IBC-Br), considerada prévia do Produto Interno Bruto (PIB), vindo abaixo do esperado -, a inflação podendo ficar abaixo da meta em 2020 e expectativas ancoradas, o caminho para a flexibilização poderia começar agora.  

Noticiário corporativo

Os bancos públicos e o fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS) são os maiores credores do grupo Odebrecht SA sem garantias reais, como ações e imóveis, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Essas instituições detêm quase R$ 17 bilhões de dívidas incluídas nessa categoria dentro da recuperação judicial da empresa, que foi aceita ontem, 18, pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, de São Paulo. O processo da Odebrecht, que tem dívidas de R$ 98,5 bilhões, é considerado o maior da história.

O leilão de ativos da Avianca deverá ocorrer no dia 10 de julho, de acordo com a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a Avianca deverá elaborar um novo edital para que mais empresas ofertem lances.

Antes da suspensão, Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e Latam estavam habilitadas. Recentemente, Globalia, Passaredo, Sideral e Twoflex demonstraram interesse nos slots do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 TIMP3 TIM PART S/AON 11,10 -0,98 -5,10 925,62K
 RADL3 RAIADROGASILON 74,32 -0,88 +30,38 409,32K
 IRBR3 IRBBRASIL REON 97,43 -0,81 +19,77 770,91K
 BRDT3 PETROBRAS BRON 24,55 -0,69 +4,89 432,75K
 PETR4 PETROBRAS PN N2 27,30 -0,55 +20,74 8,70M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRAP4 BRADESPAR PN 33,59 +1,82 +10,25 668,88K
 USIM5 USIMINAS PNA 8,88 +1,14 -2,17 2,34M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 21,58 +1,12 -17,79 1,44M
 GOAU4 GERDAU MET PN 7,06 +1,00 +9,27 1,77M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 28,89 +0,94 +24,49 147,16K
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Moro

O site The Intercept divulgou mais um vazamento de conversas telefônicas entre o Sérgio Moro e o procurador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol. 

Nessa nova troca de mensagens, Moro critica as investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pois seriam baseadas em provas fracas e poderiam “melindrar alguém cujo apoio é importante”. 

O diálogo, segundo o site, ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem com suspeitas sobre o ex-presidente da República. 

No texto divulgado hoje à noite, o Intercept sugere que FHC foi incluído no rol dos investigados para “acalmar o ânimo dos críticos”. Eles citam uma conversa em que o procurador Roberson Pozzobon sugeriu em um grupo de Telegram investigar, no mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos Lula e FHC. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.