Ibovespa Futuro tem leve queda e dólar sobe à espera de Copom, Fomc e Moro no Senado

Investidores aguardam pelos eventos que prometem movimentar a "super quarta" e acompanham o exterior

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em leve queda nesta super quarta-feira (19), véspera de feriado, após o índice à vista fechar acima dos 99 mil pontos ontem. Os investidores ficam atentos hoje para o depoimento do ministro Sérgio Moro no Senado e decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve.

Às 9h05 (horário de Brasília) o contrato futuro do índice para agosto recuava 0,16% a 100.380 pontos, enquanto o dólar futuro para julho sobe 0,05% a R$ 3,866.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 tinha leve queda de 1 ponto-base a 6,04% e o DI para janeiro de 2023 tem queda de 1 ponto-base a 6,97%.

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Em entrevista ao Ratinho, Moro ressaltou que o vazamento de suas conversas com o procurador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, foi fruto de ação de hackers e, portanto, seria invalidado como prova de qualquer coisa.

Já a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) insistiu em entrevista à CBN que Moro vem voluntariamente falar no Senado e tem colaborado muito em prestar esclarecimentos aos congressistas. Tebet lembrou que não foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

Federal Reserve e Copom no radar

O mercado espera ansiosamente por alguma sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, de que o banco central dos EUA irá iniciar um ciclo de flexibilização monetária.

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Na decisão do Fomc de hoje, às 15h, a expectativa da maior parte do mercado é de que haja manutenção de juros, mas vem crescendo a projeção por um corte já nessa reunião (com uma chance de 25%, de acordo com dados da Bloomberg), em meio à inflação ainda fraca e números ruins do mercado de trabalho.

Os investidores, assim, esperam que o Fed assuma um viés mais “dovish”, ou seja, sinalizando um corte de juros nos próximos meses. A probabilidade implícita de uma redução da taxa de juros para a decisão do Federal Open Market Committee (FOMC) de 31 de julho é de 66,8%.  Powell falará a partir das 15h30. 

Na mesma linha, está a decisão do Banco Central brasileiro, que deverá ser divulgada a partir das 18h.

Até poucas semanas atrás, a grande maioria do mercado esperava por uma manutenção da Selic em 6,5% ao ano. Porém, a curva de juros já embute uma chance de cerca de 25% de que a Selic já seja cortada nesta quarta-feira. 

A maior probabilidade é de que o ciclo de corte comece no segundo semestre, em meio às indicações do Banco Central e do seu presidente, Roberto Campos Neto, de que aguardará o desenrolar da reforma da Previdência na Câmara. Esta visão também é compartilhada por economistas em meio à fragilidade das contas públicas. 

Porém, com dados da atividade econômica fracos – como o Índice de Atividade Econômica do Bando Central (IBC-Br), considerada prévia do Produto Interno Bruto (PIB), vindo abaixo do esperado -, a inflação podendo ficar abaixo da meta em 2020 e expectativas ancoradas, o caminho para a flexibilização poderia começar agora.  

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Noticiário corporativo

Os bancos públicos e o fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS) são os maiores credores do grupo Odebrecht SA sem garantias reais, como ações e imóveis, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Essas instituições detêm quase R$ 17 bilhões de dívidas incluídas nessa categoria dentro da recuperação judicial da empresa, que foi aceita ontem, 18, pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, de São Paulo. O processo da Odebrecht, que tem dívidas de R$ 98,5 bilhões, é considerado o maior da história.

O leilão de ativos da Avianca deverá ocorrer no dia 10 de julho, de acordo com a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a Avianca deverá elaborar um novo edital para que mais empresas ofertem lances.

Antes da suspensão, Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e Latam estavam habilitadas. Recentemente, Globalia, Passaredo, Sideral e Twoflex demonstraram interesse nos slots do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Moro

O site The Intercept divulgou mais um vazamento de conversas telefônicas entre o Sérgio Moro e o procurador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol. 

Nessa nova troca de mensagens, Moro critica as investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pois seriam baseadas em provas fracas e poderiam “melindrar alguém cujo apoio é importante”. 

O diálogo, segundo o site, ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem com suspeitas sobre o ex-presidente da República. 

No texto divulgado hoje à noite, o Intercept sugere que FHC foi incluído no rol dos investigados para “acalmar o ânimo dos críticos”. Eles citam uma conversa em que o procurador Roberson Pozzobon sugeriu em um grupo de Telegram investigar, no mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos Lula e FHC. 

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.