Petrobras fecha em alta após receber proposta de US$ 8,6 bi pela TAG; Marfrig e JBS disparam de olho na Ásia

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (5)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou a semana com alta, em meio ao maior ânimo com a articulação política após o susto na última quarta-feira (3) com a tensa sessão da CCJ da Câmara dos Deputados que contou com a participação do ministro da Economia Paulo Guedes. Além disso, os ganhos foram intensificados após Donald Trump voltar a pressionar o Federal Reserve com apelo por corte de juros. 

Nesta sessão, as ações da JBS (JBSS3) e da Marfrig (MRFG3) disparam, com o mercado de olho no noticiário sobre a peste suína em diversos países asiáticos, que devem beneficiar as companhias do setor de carnes no brasil. Já IRB avançou com início de cobertura pelo Morgan Stanley com recomendação equivalente à compra. Confira os destaques desta sessão: 

Petrobras (PETR3;PETR4)

No final do pregão desta sexta, a Petrobras informou que o grupo Engie e o fundo canadense Caisse apresentaram a melhor proposta pela TAG, representando um valor da empresa de R$ 35,1 bilhões para 100% do gasoduto. A transação, quando concluída, representará para a Petrobras um valor total estimado de US$ 8,6 bilhões, considerando uma taxa de câmbio de R$ 3,85.

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Esse valor inclui o pagamento, pelo comprador, das dívidas da TAG perante o BNDES (US$ 800 milhões), na data de conclusão da operação. A Petrobras continuará a utilizar os serviços de transporte de gás natural prestados pela TAG, disse a empresa.

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

A Azul sugeriu um novo modelo de leilão para as Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) da Avianca Brasil, no qual as sete unidades fossem colocadas à venda em um único bloco e também isoladamente, e que o resultado considerasse o melhor lance. De acordo com a proposta feita pelo advogado da Azul, Luiz Fernando Paiva, do escritório Pinheiro Neto, se o melhor lance ocorresse pelo bloco, as sete UPIs seriam vendidas no bloco.

O advogado da Elliot, Eduardo Mattar, do escritório Pinheiro Guimarães, por sua vez, disse que não gostaria de correr o risco de judicialização desse modelo e se mostrou contrário à proposta. Anteriormente, o advogado da Avianca, Ivo Waisberg, havia dito que modificações no plano seriam discutidas em intervalo.

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Devem também ser incluídos nos autos do processo de recuperação judicial na segunda-feira, os documentos referentes às negociações da Elliot, Gol, Latam e Avianca em torno de um novo plano.

Mais cedo, o presidente da Azul, John Rodgerson, disse em entrevista ao Estadão que a entrada da Gol e da Latam na disputa pela compra da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial, tem como objetivo impedir a companhia de crescer no aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Segundo Rodgerson, “vão quebrar a empresa para evitar que a gente faça a ponte aérea”. A Azul havia oferecido US$ 105 milhões por aviões e autorizações de slots da Avianca.

Vale destacar que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) divulgou estudo de seu departamento econômico (DEE) que conclui que existem riscos à concorrência se os ativos da Avianca, que está em recuperação judicial, forem comprados por qualquer empresa que já atue no setor aéreo brasileiro. O documento não representa uma decisão do Cade, mas servirá para subsidiar futuras análises do caso pelo conselho e é um prenúncio de que dificilmente a compra de ativos da Avianca pelas atuais líderes de mercado seria aprovada pelo órgão.

De acordo com a nota técnica, a preocupação é maior se a compra for feita pela Gol ou pela Latam, que entraram na disputa pela compra de unidades da concorrente nesta semana. As duas companhias já apresentam altas participações de mercado nas principais rotas em que a Avianca atua.

Enquanto aguarda os desdobramentos da negociação sobre a Avianca, a Gol divulgou ontem à noite que a demanda doméstica cresceu 3,2% em março sobre igual período do ano passado, enquanto a oferta no período avançou 1,8%. Já a taxa de ocupação doméstica subiu 1,1 ponto porcentual, para 79,8%. No mercado internacional, a demanda subiu 20,5%, enquanto a oferta avançou 24,3%.

JBS (JBSS3

Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch recomendou ficar posicionado nos papéis de JBS, destacando que a gripe suína que está assolando os mercados asiáticos de proteínas pode ser disruptivo para o mercado de carnes e isso não está precificado nos ativos JBBS3. “Nós vemos a companhia como a melhor posicionada para se beneficiar uma vez que tem presença nos EUA e no Brasil [mercados que podem crescer nesse cenário] e diversificação no portfólio de proteínas”, afirmam os analistas do BofA. 

Embraer (EMBR3)

A Embraer informou que seu acionista Brandes Investment Partners, consultora de investimentos credenciado em nível federal nos Estados Unidos que representa diversos investidores institucionais, elevou sua participação na companhia, passando a deter em 1º de abril 111.153.083 ações.

O montante representa 15,01% do total das ações emitidas pela fabricante de aviões brasileira. Em 31 de janeiro, a participação da Brandes na companhia era de 14,40%. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras informou ontem que contratou o Santander para contribuir, por meio de novas captações de recursos para quitação ou gestão de dívidas, à uma captação de debêntures. Segundo a Coluna do Broadcast, o banco será o coordenador único da operação que poderá movimentar cerca de R$ 4 bilhões.

Além disso, a companhia informou que uma investigação independente não detectou qualquer suspeição sobre a conduta do presidente da
Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, ou qualquer envolvimento dele com esquema de corrupção na empresa. 

Na investigação contratada pela Eletrobras e realizada entre início de 2015 e fim de 2018, Guimarães, “assim como todos os diretores das empresas Eletrobras à época”, passou por todos os procedimentos investigativos. Os atos ilícitos referentes à Eletronuclear, relacionados à Usina Angra 3, identificados na investigação já foram alvo de medidas cabíveis. 

A Eletrobras disse que segue acompanhando as ações da Operação Lava Jato no Rio “para avaliar se deve adotar alguma medida adicional”. A empresa informou ter divulgado comunicado “em razão das últimas notícias veiculadas na mídia sobre o suposto poder de influência do ex-presidente Michel Temer” na Eletronuclear. 

Braskem (BRKM5)

Segundo jornal Valor Econômico, a justiça de Alagoas acatou parcialmente o pedido de bloqueio dos bens da Braskem, no montante de R$ 100 milhões, por conta da mineração de sal-gema da petroquímica, que estaria afundando o solo de três bairros em Maceió. A empresa tem cinco dias para recorrer.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida fechou contrato de compra da Infoway Tecnologia e Gestão em Saúde, com atuação no Norte e Nordeste, por um valor que poderá atingir até R$ 20 milhões. A Infoway atua no desenvolvimento de tecnologias inovadoras na área de saúde.

Cyrela (CYRE3)

O conselho de administração da Cyrela aprovou a emissão de debêntures no montante de R$ 100 milhões.

IRB (IRBR3)

Por fim, o Morgan Stanley iniciou a cobertura dos papéis da resseguradora IRB com recomendação de “Overweight” e um preço alvo de R$ 104, o que configura um potencial de alta de 13%. Segundo o documento, o crescimento da indústria brasileira de resseguros deve acelerar significativamente nos próximos três a cinco anos, com a recuperação econômica, proporcionando à companhia um aumento da lucratividade.

CSN (CSNA3)

A subsidiária CSN Resources iniciou oferta para recomprar em dinheiro até a totalidade das Notes senior unsecured guaranteed 2019, de cupom 6,875%, e parte das Notes senior unsecured guaranteed 2020, de cupom 6,500%, segundo comunicado. A recompra é limitada a valor agregado de US$ 750 milhões para os dois papéis. O montante em circulação das Notes 2019 é de US$ 547,1 milhões, e de US$ 1,1 bilhão para as 2020. A oferta está sujeita à nova condição de financiamento da dívida. A oferta válida é até 23h59 (horário de Nova York).

Vale (VALE3)

A Vale acordou ontem em audiência na 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias, em Belo Horizonte, que os pagamentos emergenciais não serão descontados das indenizações individuais. Esses valores serão compensados dos danos coletivos a serem apurados ao final do processo.

Em comunicado, a companhia informa que cerca de 3 mil pessoas já receberam os pagamentos emergenciais e em torno de 12 mil agendamentos foram realizados pelo canal 0800 nos sete postos de registro abertos. “Ficou acordado, ainda, que o Ministério Público de Minas Gerais e a Defensoria Pública de Minas Gerais poderão dar início ao processo de escolha pelas comunidades das assessorias técnicas”, diz a nota.

Ainda na audiência, de acordo com a Vale, as partes avançaram nas tratativas para que os moradores de Brumadinho e municípios atingidos ao longo do Rio Paraopeba, que tenham tido contato com os rejeitos, possam fazer exames laboratoriais pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), bem como implementação de ações de vigilância pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no combate ao mosquito Aedes Aegypti. 

Eneva (ENEV3)

A Eneva anunciou na noite de quinta que foi concluído o procedimento de “bookbuilding” de sua oferta restrita de ações, com o estabelecimento de preço médio do papel a R$ 18,25, resultando em montante de cerca de R$ 1,1 bilhão.

Em fato relevante, a empresa disse que o início da negociação das ações na bolsa B3 ocorrerá em 8 de abril, e a efetiva liquidação da oferta se dará em 10 de abril.

O anúncio da oferta se deu no fim de março, e o valor de 18,25 reais por ação foi antecipado pela Reuters na véspera, com informação de fonte.

(Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.