Ação da Gol cai após acidente da Boeing e Azul salta com compra de ativos; CSN dispara quase 6% e bancos sobem até 4%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (11)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A semana começou animada na Bolsa, com o Ibovespa fechando em alta de 2,79%, no melhor pregão desde 2 de janeiro com o maior ânimo no exterior e em meio ao maior otimismo do mercado de olho nas próximas etapas da Reforma da Previdência. Com isso, os papéis de bancos registraram fortes ganhos, entre 3% e 4%, como é o caso do Bradesco (BBDC3;BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e Itaú Unibanco (ITUB4). 

As ações da Petrobras foram um dos destaques de ganhos, com alta de quase 6% para os ativos ON, em um dia movimentado com venda de ativos, alta do petróleo e anúncio do Plano de Resiliência. O mercado também monitora os efeitos do acidente na Etiópia com o avião da Boeing para ativos brasileiros: os papéis da Embraer abriram em queda, mas praticamente zeraram, enquanto os da Gol chegaram a cair 4%, mas amenizaram as baixas. Por outro lado, as ações da concorrente Azul dispararam após compra de ativos da Avianca Brasil.  Confira os destaques do mercado nesta sessão: 

Gol (GOLL4) e Embraer (EMBR3)

O acidente sofrido pelo Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines que levou a 157 vítimas fatais após sofrer acidente no último domingo impactou as ações da americana na NYSE e também os papéis da Gol e da Embraer (que está em processo para joint venture com a empresa) na abertura do mercado brasileiro. As ações da Boeing chegaram a despencar 12%, mas amenizaram durante o dia e fecharam em queda de 5,36% em Nova York, enquanto os papéis da Embraer e da Gol também amenizaram durante a sessão. 

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A aeronave Boeing 737 MAX caiu minutos depois de decolar de Addis Abeba, capital da Etiópia. O voo ET 302 caiu perto da cidade de Bishoftu, ou Debre Zeit, cerca de 50 quilômetros ao sul da capital. É o segundo acidente em cinco meses com esse modelo de aeronave. 

De acordo com a Folha de S. Paulo, o Boeing 737 MAX é também a espinha dorsal da recente expansão internacional da Gol. Com 135 encomendas —dos modelos MAX 8 e 10—, a companhia é a única brasileira a operar essa nova versão, cuja primeira unidade foi recebida pela Gol em junho de 2018. 

Procurada pelo jornal, a companhia afirmou que tem a segurança em primeiro lugar, disse que acompanha a investigação do acidente na Etiópia e ressaltou que cada companhia aérea tem uma operação diferente.

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A Fundação Procon-SP recomendou nesta segunda-feira que a Gol suspenda de imediato a operação das aeronaves da Boeing modelo 737 MAX 8. Em nota, a decisão é atribuída a acidentes de perfil semelhante em curto espaço de tempo. “O objetivo da ação é prevenir que ocorram futuros acidentes colocando em risco a vida dos usuários do transporte aéreo”, afirma o Procon-SP em comunicado.

No final da tarde, a FAA (Administração Federal de Aviação) dos EUA avaliou, segundo fonte da CNBC, que a aeronave ainda tem condições de voar.  “A FAA avalia e supervisiona continuamente o desempenho de segurança das aeronaves comerciais dos EUA”, disse a FAA em um comunicado. “Se identificarmos um problema que afeta a segurança, a FAA tomará medidas imediatas e apropriadas.”

Petrobras (PETR3;PETR4

Além da alta do petróleo com a Arábia Saudita reiterando os planos de corte de produção pela Opep, o noticiário sobre a Petrobras também é bastante movimentado e levou ao forte avanço dos ativos. A estatal aprovou o que chamou de Plano de Resiliência, que é uma adição ao Plano de Negócios e Gestão 2019-2023. Segundo a companhia, esse novo plano foi estruturado em três alavancas de geração de valor. E a primeira delas é a ampliação do programa de desinvestimentos.

Nesse aspecto, a Petrobras prevê a inclusão de mais campos maduros de petróleo e gás localizados em terra e águas rasas, além de ativos de refino e logística. Segundo a companhia, esse novo plano não contempla ainda a revisão do pacote de desinvestimento de refinarias, que ainda está em estudo.

“Os desinvestimentos de ativos em que não somos donos naturais contribuem para melhorar a alocação do capital aumentando consequentemente a geração de valor. Simultaneamente, viabilizam a redução do endividamento e do custo de capital”, diz a Petrobras em Fato Relevante.

A segunda parte do plano diz respeito aos gastos operacionais gerenciáveis, que a companhia pretende diminuir em US$ 8,1 bilhões, um acréscimo de 6,6% ao valor de R$ 122,6 bilhões previstos no PNG. 

A Petrobras cita cortes de gastos com pessoal, com anúncio de programa de demissão voluntária, e de despesas discricionárias, como publicidade e patrocínios, além de otimização do uso de prédios administrativos.

A estatal diz que está trabalhando também para liberar o excesso de capital que consta nas disponibilidade de caixa, realocando para usos mais produtivos.

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A companhia ressalta que não há previsão de mudanças no PNG 2019-2023. O cronograma referente aos novos sistemas de produção de óleo e gás está mantido, com exceção de Búzios 5, que terá início de operação postergado de 2021 para 2022, tendo em vista atraso no processo de contratação de afretamento de plataforma, com impacto na produção estimado em 60 mil boed no período 2022-2023″, destacou. 

A empresa ainda assinou na sexta-feira  com a empresa BW Offshore (BWO) contrato para a cessão da sua participação total no campo de Maromba.

O valor da transação é de US$ 90 milhões, a ser pago em três parcelas: US$ 20 milhões na data de fechamento da operação; US$ 20 milhões em até 15 dias úteis após o início das atividades de perfuração de poços para o desenvolvimento do campo; e US$ 50 milhões em até três meses após o primeiro óleo ou três anos após o início das atividades de perfuração de poços para o desenvolvimento do campo, o que ocorrer primeiro.

Descoberto em junho de 2003, o campo está localizado em águas rasas ao sul da Bacia de Campos, a cerca de 100 km da costa do Estado do Rio de Janeiro. A Petrobras é operadora com 70% de participação e a transação inclui a transferência da operação.

Por fim, a Bloomberg informou que a companhia pode concluir a venda de sua rede gigante de gasodutos no Brasil ainda neste mês, no que poderia ser a maior venda ativos da empresa, de acordo com o recém-nomeado presidente da estatal.

A empresa espera receber as ofertas finais por 90% da rede de 4.500 quilômetros, conhecida como TAG, de até três grupos, disse Roberto Castello Branco.

“Quero acabar o trimestre com essa notícia. Mas isso não depende só da gente”, disse Castello Branco em entrevista em Houston, onde participará da conferência CERAWeek by IHS Markit esta semana. Veja mais clicando aqui. 

Vale (VALE3)

De olho no preço do minério de ferro mais alto, o preço-alvo do ADR da Vale foi elevado pelo Credit Suisse de US$ 15,50 para US$ 16,50, com recomendação outperform. Contudo, nesta sessão, o minério registrou baixa, de cerca de 2%. 

Além disso, a Vale, responsável pela barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, a 57 quilômetros de Belo Horizonte (MG), tem até 4 de abril para apresentar em juízo um relatório parcial sobre os repasses de pagamentos para os atingidos pela tragédia, causada pelo rompimento em 25 de janeiro. Mas, antes, terá de apresentar informações detalhadas sobre pedidos de urgência e abastecimento da região.

A ordem foi definida durante audiência de conciliação na 6ª Vara da Fazenda Estadual de Belo Horizonte há cinco dias. No próximo dia 4 haverá outra audiência de conciliação, às 14h As informações são do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

No último dia 7, a audiência contou com a participação de representantes do MPMG, Ministério Público Federal, das defensorias públicas da União e do Estado, da Advocacia-Geral do Estado e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além dos representantes da mineradora.

Na audiência ficou acordado que cada núcleo familiar do Córrego do Feijão e do Parque da Cachoeira receberá uma cesta básica por mês, durante 12 meses. A Vale e o estado de Minas Gerais fecharam um acordo para que a contratação de produtos ou serviços necessários, bem como as despesas emergenciais relacionadas ao rompimento, sejam feitas extrajudicialmente.

O valor de R$ 1 bilhão continua como garantia, dos quais R$ 500 milhões foram depositados em juízo. Os outros R$ 500 milhões poderão ser substituídos por garantias com liquidez corrente, fiança bancária ou seguros.

Sabesp (SBSP3)

O governo de São Paulo chegou a um consenso de que o melhor a se fazer neste momento é privatizar a Sabesp, disse o secretário de Fazenda do Estado e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista em São Paulo.

Para ter sucesso em seu plano, no entanto, o governo paulista conta com o apoio do governo federal para que seja aprovada a Medida Provisória 868, que retira a vantagem competitiva de estatais ao transferir para União o poder de regulação do setor e é vista como necessária para viabilizar a venda da Sabesp. “As pessoas com quem eu falei em Brasília se mostraram dispostas a ajudar na aprovação da medida”, disse Meirelles.

Sem a MP, que precisa ser votada ainda neste semestre sob pena de perder a validade, Meirelles afirma que ainda assim seria possível privatizar a empresa, mas que novas conversas seriam necessárias. “Aí teremos que ver se o melhor caminho continua sendo a privatização ou se será melhor fazer uma capitalização na empresa”, disse.

CSN (CSNA3)

Além da Vale, a CSN também passou por uma revisão pelo Credit Suisse em função da mudança de visão global. A estimativa de Ebitda para 2019-2022 subiu em media 11% e agora eles possuem um número cerca de 8% acima do consenso da Reuters. O preço-alvo saiu de R$ 11,00 para R$ 15,00 por ação.

“Continuamos otimistas com o caminho da CSN em relação a desalavancagem e que o mesmo deve ser beneficiado por uma solida geração de caixa e desinvestimento em minério. O nosso neutro pode ser justificado por acreditarmos que o rally recente já incorporou boa parte destas noticias positivas”, afirmam os analistas. 

Cesp (CESP6), AES Tietê (TIET11) e Engie (EGIE3)

Os analistas do Credit Suisse atualizaram os modelos das geradoras (Cesp, Tietê e Engie) considerando  as novas estimativas de GSF, preço spot e novas taxas de desconto. Baseado nesse cenário, revisaram a preferência no setor, dando downgrade em Engie para underperform e upgrade em Cesp para outperform, baseado nas expectativas de virada das companhias.

Kroton (KROT3), Estácio (ESTC3), Ser (SEER3) e Anima (ANIM3)

Conforme destaca o jornal ZeroHora, do Rio Grande do Sul, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) já começaram a rastrear convênios e verbas para dar impulso ao que o presidente Jair Bolsonaro anunciou como Lava-Jato da Educação.

Entre os alvos estão importantes iniciativas do governo federal no setor: o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), destaca a publicação. 

Klabin (KLBN11)

A Klabin anunciou que Cristiano Teixeira será diretor-financeiro interino e de relações com investidores da companhia. 

Ele acumulará tais atribuições até a eleição do novo diretor, informa a companhia em comunicado. A posição era ocupada por Gustavo Henrique Santos de Sousa, que renunciou ao cargo declarando motivos estritamente pessoais.

Azul (AZUL4)

A Azul assinou um acordo não-vinculante para adquirir certos ativos da Avianca Brasil pelo valor de US$ 105 milhões (cerca de R$ 420 milhões) através de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI).

Em fato relevante, a companhia aérea informou que a UPI incluirá ativos selecionados pela Azul como certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de slots e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320. Com os novos ativos, a Azul chega ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

“Destacamos que o acordo é não-vinculante e que o processo da UPI está sujeito à uma série de condições como a conclusão de um processo de diligência, a aprovação de órgãos reguladores e credores, assim como a conclusão do processo de Recuperação Judicial”, escreveu a Azul em comunicado. As dívidas não serão transferidas de uma empresa para a outra.  A expectativa, segundo a companhia, é de que esse processo dure até três meses.

Conforme destaca o Bradesco BBI, a notícia é positiva para a Azul, que pode assumir slots lucrativos da Avianca Brasil nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, o que minimizará o impacto sobre a alavancagem financeira. “Mantemos nossa classificação outperform para a Azul, com uma meta de preço de R$ 50,00 para 2019”, afirmam os analistas. Veja mais clicando aqui. 

Eternit (ETER3)

A Eternit, em recuperação judicial, informou que foi cancelada a retomada da Assembleia Geral de Credores que ocorreria no dia 13 de março de 2019 com a determinação de sua continuidade em outra data.

“A Companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados, na forma e nos prazos estabelecidos pela legislação aplicável, sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Fato Relevante, inclusive sobre a nova data para continuidade dos trabalhos em Assembleia Geral de Credores”, disse em comunicado. 

Taurus Armas (FJTA3;FJTA4)

A Taurus Armas afirma que chegou a acordo final sobre a ação movida por acionistas nos Estados Unidos, e que o próximo passo é a homologação pela corte americana.

No último dia 8, sexta-feira, foi firmado o acordo final para pôr fim à ação judicial proposta no U.S. District Court for the Southern District of Florida por William Burrow, Oma Louise Burrow, Suzanne M. Bedwell e Ernest D. Bedwell contra a Taurus e sua controlada Braztech International L.C., relacionada a supostos defeitos apresentados em determinados modelos de revólveres da marca Rossi.

“A administração da Taurus entende que a celebração deste acordo é a medida mais eficaz para minimizar impactos financeiros à Companhia, e dar mais estabilidade à gestão. Esta decisão corrobora com o processo de reestruturação que a empresa está vivendo, buscando rentabilidade sustentável e melhora dos indicadores financeiros e operacionais”, diz a nota enviada nesta segunda ao mercado.

Antes, em janeiro, quando anunciou acordo preliminar para encerrar a ação, a companhia dizia que poderia haver reconhecimento de um efeito negativo em suas demonstrações financeiras, caso celebrado documento definitivo, que iria afetar o patrimônio líquido entre US$ 7,1 milhões de dólares e US$ 7,9 milhões, referente a custas processuais, indenizações e honorários dos advogados dos autores.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.