Ibovespa a 100 mil pontos: queda tornou sonho distante ou abriu oportunidade para compra?

Gestores acreditam que mercado está apenas passando por uma correção e queda recente abre uma boa oportunidade de compra

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após encerrar 2018 em 87.800 pontos, o Ibovespa entrou em um forte rali, renovando sua máxima histórica diversas vezes e se aproximando da tão esperada marca dos 100 mil pontos. Porém, após bater 98.311 pontos no dia 5 de fevereiro, a bolsa brasileira passou por uma forte correção e agora já está abaixo de 95 mil pontos.

Apesar desta forte correção, analistas e gestores não acreditam o cenário tenha mudado a ponto do mercado brasileiro não chegar aos 100 mil pontos nos próximos meses. A questão é que, diferente do rali acentuado do mês passado, os investidores devem ter uma cautela maior agora e a marca histórica pode demorar um pouco para ser atingida.

Para David Cohen, gestor da Paineiras Investimentos, a correção de agora é apenas temporária, e o mercado deve retomar a tendência de alta. “Ocorreram alguns eventos, sem os quais, já teríamos atingido este patamar, como por exemplo, o desastre de Brumadinho, que retirou em torno de 2.500 pontos do índice, devido à queda de Vale e Bradespar“, avalia, ressaltando que a bolsa poderia ter chegado inclusive até aos 101.000 pontos.

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Ele destaca ainda que outros eventos geraram nervosismo no mercado, mas que com o tempo irão de dissipar, como é o caso da reforma da Previdência. Segundo o gestor, mesmo que a aprovação seja adiada por conta do envio de uma nova PEC (Projeto de Emenda Constitucional), há um ponto positivo que seria o fato de ser uma reforma mais dura, levando a um potencial maior de alta da bolsa. 

James Gulbrandsen, gestor da NCH Capital, afirma ainda que o mercado está esperando uma posição mais concreta do governo em relação às reformas. “Para sustentar um patamar acima dos 100 mil pontos as perspectivas de crescimento precisam ficar um pouco mais claras”, explica.

Para ele, a questão externa não deve ajudar no curto prazo, já que é uma situação estrutural. Por outro lado, o principal foco no mercado brasileiro serão questões domésticas, como privatizações e as reformas. “A tese de Brasil continua a mesma, então essa queda recente é uma oportunidade para quem não estava investido entrar”, ressalta James.

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Cohen vai na mesma linha e reforça que todo o cenário que estava sendo considerado, com poucas pressões de custos, baixa taxa de juros e baixa alocação dos diversos investidores no mercado de renda variável, permanece o mesmo. “Por isso, vejo ainda um grande potencial de valorização da bolsa, atingindo e ultrapassando esse patamar [dos 100 mil pontos]”.

O gestor acredita ainda que a bolsa está em um nível atrativo para quem quer entrar, mas o investidor precisa ter em mente que a volatilidade do mercado permanecerá alta. “Vejo grandes potenciais de alta, mas teremos soluços nos mercados e o investidor terá que estar preparado para isso”, conclui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.