Banco do Brasil pode ser o mais prejudicado do setor com “efeito-Vale” após tragédia em Brumadinho

Fundo de pensão de funcionários do banco é um dos maiores acionistas da Vale

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O desastre com o rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), deve ter impacto pouco significante na maior parte dos bancos brasileiros, segundo nota a clientes assinada pelo analista do Itaú BBA, Thiago Bovolenta Batista. No entanto, a exposição indireta do Banco do Brasil (BBAS3) às ações da mineradora deve impactar negativamente a estatal. 

Isto porque a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) é atualmente um dos maiores acionistas da Vale por meio da Litel Participações, veículo de investimento que possui cerca de 18% do capital da mineradora. A Previ detém 80,6% de participação na Litel. 

“O Banco do Brasil é responsável por 50% do superávit e déficits do Plano I da Previ e, portanto, a mudança no valor de mercado da Vale deve afetar indiretamente o Banco do Brasil. Observe que o Banco do Brasil marca o valor dos ativos e passivos da Previ duas vezes ao ano (segundo e quarto trimestres) e, portanto, deve afetar os resultados do banco no segundo trimestre, caso o preço das ações da Vale permaneça no nível atual”, escreve o analistas em relatório enviado a clientes. 

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Nesta segunda-feira (28), os ativos da Vale (VALE3) ficaram em leilão por cerca de meia hora, para abrirem em forte baixa de 19,98%, a R$ 44,93. Com essa queda, a companhia perde cerca de R$ 59,29 bilhões de valor de mercado. Durante o pregão, os papéis da Vale amenizam as perdas. Já as ações do BB registram queda de cerca de 1% nesta sessão, enquanto Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) têm baixas menos expressivas. 

Outros bancos
O Bradesco também tem ligação indireta com a Vale desde julho de 2015, quando um fundo de investimentos do Bradesco BBI comprou 36,4% da MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), uma das subsidiárias da Vale. Contudo, o Itaú BBA não acredita que o fluxo de pagamentos dessa estrutura seja afetado pela tragédia em Brumadinho.

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Para outros bancos, o risco de crédito permanece baixo, segundo o Itaú BBA, uma vez que a alavancagem da Vale é “bastante baixa”, de 0,7 vezes a dívida líquida/Ebitda do terceiro trimestre de 2018. “Esse acidente não parece aumentar substancialmente o risco de inadimplência da empresa”, afirma o analista. Assim, o cenário-base do Itaú BBA não inclui impacto relevante no balanço de bancos devido ao risco de crédito da Vale.