A trajetória de John Bogle, um dos quatro gigantes dos investimentos do século XX

Junto com George Soros, Peter Lynch e Warren Buffett, ele se tornou um dos maiores nomes do mercado financeiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em meio a tantos gurus que ganham espaço no noticiário, John Bogle foi um nome relativamente desconhecido nos mercados – mas o seu legado ficará para sempre. Aos 89 anos, ele faleceu em 16 de janeiro de 2019 por conta de um tumor, mas deixou grandes ensinamentos para qualquer um que se interesse pelo mercado financeiro, com ideias que revolucionaram a forma de se investir.

Entre umas e outras, Bogle já circulou entre as 100 pessoas mais influentes do mundo na listagem da revista norte-americana Time, além de ser um dos quatro “investment giants” do século XX para a Fortune, ao lado de George Soros, Peter Lynch e Warren Buffett.

Grosso modo, a influência de Bogle no mundo dos investimentos é resumida pela indústria de fundos mútuos, que passou por vasta transformação desde que ele fundou a Vanguard, o primeiro indexado do mundo.

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Desde os tempos de faculdade – Bogle se formou com honra em economia pela Universidade de Princeton, em 1951 -, assumiu uma meta: encontrar uma maneira dos investidores capturarem os movimentos do mercado ao custo mais baixo possível.

Buy and hold

Esta característica coloca John Bogle entre os devotos mais famosos da estratégia de buy and hold. Por acompanhar os estudos de Eugene Fama e reconhecer a influência de economistas como Paul Samuelson em seu trabalho, acabou fundando o Vanguard 500 Index, primeiro fundo mútuo de índice, em 1975.

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Bogle sempre defendeu a superioridade dos fundos de índice sobre os fundos mútuos tradicionais, por acreditar na dificuldade do investidor comum bater o mercado. Sua linha de pensamento remete à hipótese de mercados eficientes, que se concentra na ideia de que todas as informações relevantes serão incorporadas nos preços ao longo do tempo, o que torna os movimentos de curto prazo meramente aleatórios.

Grosso modo, a estratégia de “comprar e segurar” remete ao fato de que, segundo a hipótese, os mercados “erram” com certa frequência, mas costumam acertar na média – o que associaria sua rentabilidade ao longo prazo.

Três a quatro vezes na vida

Por outro lado, a crise de 2008 inspirou argumentos contrários. Os momentos de maior instabilidade dos mercados costumam acarretar oscilações mais bruscas nos preços e, consequentemente, expor mais os ativos a decisões impactadas por efeitos de aversão ao risco, comportamento de manada, e por aí vai.

É o espaço ideal para a presença de maiores desvios de precificação – no sentido inverso, caso também dos períodos de euforia, que podem acarretar a formação de bolhas.

Ainda assim, Bogle bateu o pé por sua crença. “Há provavelmente três ou quatro vezes na vida inteira de um investidor que o mercado sai tanto de sincronia com a realidade que podemos classificar como oportunidade de batê-lo. Mas lembrem, ainda assim é preciso estar certo duas vezes: no momento certo para entrar, e também no momento certo de sair”, afirmou em entrevista à revista Kiplinger em 2009.

Em sua opinião, mesmo nestes momentos de instabilidade mais evidente, as condições são completamente adversas para se aproveitar de um desvio de precificação, pois envolvem situações emocionais extremas; ou seja, a tendência é de estar otimista nas altas e com cautela exacerbada durante os momentos de baixa. “Nossas emoções tendem a nos guiar à direção errada”.

A alma do capitalismo

Ironicamente, o passar dos anos fez de Bogle um crítico assíduo da atual estrutura do mercado financeiro. Entre suas publicações, destaque para o livro “The Battle for the Soul of Capitalism”, de 2006.

Em algumas de suas opiniões mais contundentes, chegou a citar que “o setor financeiro tira US$ 560 bilhões por ano da sociedade” e que “bancos, seguradoras, gestores de recursos são provedores de anuidades. Todos eles subtraem valor da economia”.

Controversos ou não, os pensamentos e a estratégia de investimentos renderam frutos significativos a Bogle, que vendeu mais de 500 mil exemplares de seus livros e cujos fundos Vanguard, entre os três maiores do mundo, administram patrimônio de mais de US$ 4 trilhões.

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