Gol salta 5% após Temer liberar 100% de aéreas para estrangeiros; Eletrobras cai com novo revés jurídico

Confira os destaques do pregão desta quinta-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O Ibovespa se descolou do exterior e teve sua terceira alta seguida nesta quinta-feira (13). No radar dos investidores, permanecem as atenções voltadas às relações entre Estados Unidos e China, em meio a notícias de que os asiáticos mudarão sua política industrial e ampliarão a importação de produtos agrícolas norte-americanos.

Olhares também são direcionados ao Reino Unido, após a premiê Theresa May conseguir vencer votação para permanecer como líder do Partido Conservador, embora siga enfrentando dificuldades com o “Brexit”. O BCE foi outro driver com o anúncio da manutenção dos juros e fim do programa de estímulo à economia.

No cenário nacional, a política continua inspirando cautela. No campo econômico, destaque para o comunicado da última reunião do Copom no ano, que, conforme o esperado, decidiu manter a Selic em 6,50%.

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No texto, a autoridade informou que aumentou o risco de a ociosidade da economia brasileira manter a inflação em níveis baixos e que diminuiu o risco da não aprovação de reformas estruturais.

Confira os destaques deste pregão:

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

O presidente Michel Temer assinou uma medida provisória que autoriza as empresas de aviação nacionais a terem participação ilimitada de capital estrangeiro. Com isso, deixa de existir o limite de 20% de capital estrangeiro nas aéreas nacionais. A partir de agora, uma empresa brasileira do setor poderá ter 100% de capital estrangeiro.

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As ações da Gol, que chegaram a cair 2,92% na mínima do dia, viraram para forte alta após a notícia. A Azul, também ganhou força, mas com menor intensidade.

“Isto resolve um dos principias problemas da aviação brasileira, que é a fonte de financiamento para as companhias de aviação. Nisso nós acabamos tendo a possibilidade de ter a participação de capital estrangeiro no financiamento independentemente de sua origem”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O anúncio ocorre poucos dias após estourar a crise da Avianca Brasil, que pediu recuperação judicial no início da semana. A abertura do capital pode favorecer a companhia e ajudar a encontrar uma solução com a possibilidade de um grupo de investidores podendo assumir a empresa.

Alem disso, a XP Investimentos elevou para ‘compra’ a recomendação para os papéis da Azul, estimando um preço-alvo de R$ 23, o que corresponde a um potencial de alta de 11% frente ao fechamento da véspera. 

“Esperamos que o setor continue a se beneficiar de um ambiente macroeconômico mais benéfico e de competição mais racional, permitindo repasse de parte dos custos para as tarifas. Além disso, esperamos um ambiente de custo mais controlado. Essa conjuntura deverá levar margens a níveis saudáveis em 2019-20”, escrevem os analistas.

Telefônica Brasil (VIVT4)

O Conselho de Administração da companhia nomeou Christian Gebara para o cargo de diretor-presidente da companhia, em substituição a Eduardo Navarro, que atuava desde 2016.

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Gebara entrou na espanhola Telefónica, controladora da Telefônica Brasil, em 2006 e em 2011 assumiu a vice-presidência de estratégia e novos negócios. O executivo assumirá em 1º de janeiro e fará parte também do Conselho de Administração da companhia.

Petrobras (PETR4)

O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou ontem que o Ministério de Minas e Energia e o CNPE (Conselho Nacional de Política Econômica) encaminhem informações complementares a respeito das negociações em torno da revisão do contrato de cessão onerosa firmado entre a Petrobras e a União e o leilão de excedentes. 

A análise técnica da Corte considerou como “precárias e incompletas” as informações encaminhadas anteriormente pelo ministério. O prazo para o envio das informações é de 45 dias.

Em seu voto, o ministro José Múcio Monteiro seguiu o entendimento da área técnica da Corte. Com a decisão desta quarta-feira, o TCU quer o envio dos estudos técnicos e econômicos que “embasam a proposta de aproveitamento dos volumes excedentes nas áreas destinadas à produção da cessão onerosa bem como a produção de novas minutas que contemplem o núcleo de conteúdo de análise de forma integrada à revisão do contrato da cessão onerosa”, diz relatório da área técnica.

MRV (MRVE3)

Os acionistas da MRV aprovaram a cisão parcial das operações, com segregação de 32.045.013 ações emitidas pela Log Commercial Properties, equivalentes a 46,3% do capital total da subsidiária de galpões logísticos. Segundo fato relevante, os papéis serão atribuídos diretamente aos acionistas da companhia, na proporção de suas respectivas participações no capital social, e listados no segmento Novo Mercado.

PDR Realty (PDGR3)

A companhia aprovou, em assembleia geral extraordinária, a proposta de grupamento de ações na proporção de 10 para 1. Conforme comunicado ao mercado, haverá um prazo de 30 dias para recomposição das frações, a findar-se em 11 de janeiro.

Cesp (CESP6)

A companhia informou que o conselho de administração elegeu Fabio Rogerio Zanfelice para o cargo de diretor presidente. Ele substituirá no lugar de Almir Fernando Martins. O nome de Frederico Ferreira Sarmento foi aprovado para assumir, interinamente, os cargos de diretor financeiro e de relações com investidores e de diretor administrativo pelo restante do prazo de gestão atualmente em curso, que se encerrará em 16 de outubro de 2019. 

A Cesp também aprovou a 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, da companhia, no valor total de R$ 1,8 bilhão. De acordo com comunicado ao mercado, os papéis terão vencimento de 7 anos e valor nominal unitário de R$ 10 mil.

Suzano (SUZB3); Fibria (FIBR3)

O preço da celulose tem caído muito nas últimas semanas, o que tem influenciado as ações do setor como Suzano e Fibria. Nos últimos três meses, os papéis de Suzano, por exemplo, caem 34%, apesar da alta do dólar.

Na última terça, os preços de celulose de fibra curta, material produzido pela Suzano, tiveram a maior queda do ano, com baixa de US$ 29,51 a tonelada, para US$ 706,90 a tonelada, após terem caído US$ 13,78 a tonelada da semana passada.

A queda, por sinal, é generalizada: os preços de fibra longa também recuaram em US$ 6,66 a tonelada, para US$ 803,21 a tonelada, enquanto as cotações na Europa também registraram forte desvalorização.

Com essa mudança de cenário, o mercado está revendo suas perspectivas para a companhia.

Eletrobras (ELET3)

O Tribunal Regional do Trabalho confirmou a suspensão de venda da distribuidora da Eletrobras no Amazonas, após uma decisão liminar na última segunda-feira (10) ter anulado o leilão para o grupo Oliveira. Em comunicado, a companhia informou que “está avaliando as decisões” e seus efeitos.

Positivo (POSI3)

O Grupo Positivo está negociando sua universidade com a Cruzeiro do Sul, Estácio e Ser Educacional. De acordo com o jornal o Valor Econômico, o grupo recebeu uma proposta de R$ 550 milhões. O colégio e o sistema de ensino Positivo estão sendo analisados pela Eleva.

Ainda segundo o jornal, a companhia poderia vender ativos de ensino superior e abrir o capital apenas do negócio de sistemas de ensino.

Vale (VALE3)

Os papéis da companhia subiram acompanhando o bom desempenho do minério de ferro no mercado internacional. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Qingdao subiram 1,6%, a US$ 68,20.

Siderúrgicas

A CSN (CSNA3) pretende investir entre 2019-2023, US$ 740 milhões na unidade de mineração, US$ 1,3 bilhão na unidade de siderurgia. De acordo com a companhia, o foco no período é investir na modernização das instalações de aços planos no Brasil, permitindo crescimento e ganho de produtividade.

Ainda no noticiário da companhia, o Goldman Sachs retomou cobertura com recomendação de venda para as ações e preço alvo de R$ 9,30. Os analistas também retomaram análise para os papéis de Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5). Os papéis de ambas receberam recomendação de compra, com respectivos preços-alvo de R$ 20,50 e R$ 12,50.

IMC (MEAL3)

De acordo com a coluna do Broadcast, do jornal o Estado de S. Paulo, a Sapore pretende ficar com até 60% da empresa combinada com a IMC. O porcentual é superior ao proposto anteriormente e rejeitado pela IMC em setembro.

BRF (BRFS3)

Acionistas aprovaram, em assembleia geral, a incorporação da SHB Comércio e Indústria de Alimentos.

Proventos

A Itaúsa (ITSA4) pagará juros sobre o capital próprio no valor de R$ 0,0081 por ação. Os papéis ficarão “ex” na próxima terça-feira (18). Outra a aprovar distribuição de JCP foi a Cielo (CIEL3). Serão distribuídos aos acionistas R$ 0,0609 por papel.

As ações ficam “ex” na próxima quinta-feira (20). A Taesa (TAEE11) também aprovou o pagamento de proventos no valor de R$ 0,3993 por ação. A data “ex” é 18 de dezembro. A Klabin (KLBN11) pagará JCP no valor de R$ 0,2375 por unit, com data “ex” em 21 de dezembro.

O conselho da Copel (CPLE6) aprovou pagamento de juros sobre o capital próprio de R$ 1,0727 por ação preferencial de classe “B”, com data “ex” em 28 de dezembro. Já a Tenda (TEND3) distribuirá R$ 0,5106 por ação aos investidores que mantiverem os papéis em carteira até o fechamento da próxima segunda-feira (17).

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(com Agência Brasil)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.