Cielo “detonada”, virada de Ambev e Cemig preferida: confira as recomendações dos analistas

InfoMoney apurou os insights mais valiosos que foram divulgados do feriado de 15 de novembro para cá

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Se muita gente aproveitou o duplo feriado para descansar, os analistas de ações de várias instituições usaram esse tempo para atualizar suas recomendações; o InfoMoney apurou os insights mais valiosos que foram divulgados do feriado de 15 de novembro para cá.

Em uma mistura de call político e bom potencial de crescimento, a Cemig (CMIG4) desponta como uma das principais apostas do setor de energia pela Brasil Plural.

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No lado do varejo, após queda de 24% neste ano, a Ambev (ABEV3) aparece entre as alternativas de compra do Credit Suisse apostando na virada dos resultados em 2019, enquanto isso, Cielo (CIEL3) deve seguir fora das carteiras no ano que vem mesmo com a queda de 60% neste ano. Confira as análises:

Cielo “detonada”

Listada na Nasdaq e com IPO realizado no final de outubro, a operadora brasileira de meios de pagamento Stone entrou no radar dos analistas de ações nesta semana, com grandes bancos fazendo recomendações para os ativos da companhia, como destacado no quadro abaixo:

Banco Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização*
BTG Pactual Compra US$ 30 +21,3%
Credit Suisse Underperform US$ 20 -19,2%
Morgan Stanley Overweight US$ 35 +41,5%
Goldman Sachs Neutro  US$ 25,60 +3,5%
JPMorgan Neutro  US$ 25 +1,1%

*Baseado no último fechamento

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As recomendações, como notado acima, foram diversas. O BTG Pactual, por exemplo, destacou que, nas últimas semanas, foi vista uma pressão vendedora forte no setor, com as ações da Cielo caindo mais de 25% no acumulado do mês (até sexta-feira), enquanto até pressão vendedora forte no setor, com as ações da Cielo caindo mais de 25%. Isso não foi diferente da Stone: o IPO saiu a US$24, chegou a bater US$31 e está agora em US$ 25,30.

Os analistas do BTG destacam que o grande diferencial é a gestão da companhia e que, apesar da mudança vista no setor, com a guerra de preços declarada, os players que conseguirem se diferenciar de alguma forma serão os vencedores e, na visão deles, a Stone tem plenas condições para isso.

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Menos otimista, o Credit Suisse tem recomendação underperform para os papéis e destacam que o principal risco é na participação de mercado e pré-pagamento e, segundo os analistas, as ações estão precificando um cenário otimista.

Eles ainda apontam que a potencial mudança de regulação do Banco Central com a plataforma de registro de recebíveis de cartão de crédito, permitindo que instituições financeiras, fundos de investimentos e ate fornecedores antecipem os pagamentos, pode ser um risco para a Stone. 

Os analistas do banco suíço foram além e reduziram a recomendação para Cielo também para underperform, com preço-alvo de R$ 9 por ativo, ao avaliar que a guerra de preços está apenas começando e que o primeiro ajuste de preços fez com que ela ficasse apenas no mesmo nível da Stone. 

No entanto, apontam os analistas, esse ajuste não deve ser suficiente para a empresas parar de perder participação de mercado, já que o serviço continua inferior e a Stone deve continuar crescendo sua base de distribuição fortemente.

“Dessa forma, acreditamos que a espiral deve continuar: a Cielo deve fazer novos cortes de preços, enquanto que os outros concorrentes também devem reagir”, afirmam os analistas do Credit.

Em meio a esse cenário, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dos 5 principais players de R$ 13 bilhões (queda de 4% na base de comparação anual) para 2019 ainda parece muito alto para os analistas do banco suíço e a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) estimada de 53%, ainda está bem acima dos 40% que é visto nos EUA. 

Entre as três adquirentes, o Credit prefere a PagSeguro, também listada na Nasdaq, dado o valuation mais atrativo depois do sell off recente: “apesar de ainda continuarmos com uma visão negativa estrutural no papel, o que justifica o nosso underperform, a empresa não tem sido tão agressiva na guerra de preços o que deve limitar os riscos para os lucros no curto prazo”, avaliam os analistas. 

“Um dos casos mais interessantes”

Como esperado, a estatal mineira de energia apresentou um fraco resultado no terceiro trimestre, em especial na parte de distribuição.

Porém, isso são águas passadas e o foco em aumento de eficiência com a eleição de Romeu Zema (NOVO), assim como a possibilidade de privatização, torna a empresa “um dos casos mais interessantes para ficar de olho em considerar as múltiplas oportunidades de criação de valor no horizonte”, segundo avaliação de Vitor Sousa, analista do Brasil Plural.

Embora ainda tenhamos visibilidade limitada sobre o apoio potencial do congresso estadual de privatizações, especialmente porque a Zema é novidade na política, a Cemig é certamente o nome estatal mais relevante de Minas Gerais. 

Mesmo que a privatização não aconteça como o mercado precifica, ainda podemos esperar uma administração voltada para o mercado e orientada para o corte de custos, o que poderia abrir caminho para que a estatal avance com seu plano de desinvestimento.

Mercado exagerou com Ambev

Com queda de 24% somente em 2018, retornando para os níveis de 2014, o futuro da Ambev (ABEV3) foi colocado em xeque neste ano, especialmente após o fraco resultado no último trimestre.

As principais dúvidas recorrem sobre a falta de crescimento de volume de vendas da empresa e se ela tem alguma estratégia para recuperar a marca Skol, cujo volume caiu 13% desde o pico do ano.

De olho em tudo isso, os analistas do Credit Suisse, Antonio Gonzalez e Mariana Hernandes, aproveitaram o tema e discutiram o case em relatório publicado nesta segunda-feira aos seus clientes, ao mesmo tempo que atualizaram o modelo da empresa.

Segundo os analistas, a parte da queda de volume pode ser em evento cíclico, ao mesmo tempo que a queda de volume da Skol, que é uma das principais marcas da empresa no ramo, pode não ser tão ruim como o mercado precifica, desde que seja compensado pelas outras marcas do portfólio.

Colocando tudo isso na “ponta do lápis”, os analistas acreditam que o mercado está exagerando e se houver uma normalização dos volumes deveremos ver uma corrida para o papel. Para se ter uma ideia, no cenário mais pessimista projetado pelo banco, o preço-alvo para o ano que vem seria de R$ 15,50, ou seja, estamos falando de um downside de 4% frente ao preço atual.

Por conta do valuation atrativo e esperando uma melhora de margem para o ano que vem, o Gonzalez e Hernandes reforçam a recomendação de outperform para o papel diante de um preço-alvo de R$ 20,50, o que equivale a um upside de 30% do patamar atual.

Acreditando nesta tese que o mercado exagerou na venda, Henrique Bredda, gestor do Alaska Asset, revelou em entrevista ao programa Papo com Gestor que começou a comprar o papel: “entendemos que tem o assunto de competição com a Heineken, mas é marginal”, afirmou.

Segundo ele, o que tem afetado os resultados é uma queda no consumo em geral e a Ambev, que trabalha com marcas de baixa renda, tem sofrido mais. “O valuation não é óbvio, mas mesmo assim, para padrões Ambev, achamos que barateou bem”, completa. 

Melhor do setor

Empresa do setor farmacêutico que tem se expandido, mas que conta ainda com uma baixa liquidez na bolsa brasileira, a Panvel (PNVL3) teve os seus números elogiados pelos analistas da Brasil Plural na última sexta-feira. Eles  reforçaram recomendação overweight com preço-alvo de R$ 433 para as ações ordinárias da companhia. 

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De acordo com os analistas Andres Estevez e Eduardo Nishio, a Panvel manteve seu bom momento, com seus resultados apenas ficando um pouco abaixo das nossas projeções devido às vendas abaixo do esperado, enquanto ainda entregaram margens robustas e geraram uma alavancagem operacional saudável.

“Embora os concorrentes tenham sofrido com o panorama macroeconômico turbulento do terceiro trimestre, as iniciativas omni-channel da Panvel e seu mix de produtos diferenciados, com 35% de produtos ex-medicamentos, ajudaram a empresa”, apontam os analistas.

Enquanto isso, a redução de escala de suas operações de distribuição continuou gerando valor à medida que a empresa reduziu as despesas com vendas, gerais e administrativas e impulsionou sua margem.

“Nossa opinião é que a Panvel é a empresa mais bem-sucedida no setor na implementação e ampliação digital”, avaliam os analistas, que seguem com recomendação overweight para o papel ao apontarem que a companhia continua a ser uma das melhores operadoras farmacêuticas para atuar no mercado de ações, negociando com desconto para seus pares.

Desconhecida por boa parte do mercado e com baixíssima liquidez, a Panvel é uma das principais varejistas e distribuidoras de produtos farmacêuticos do Brasil, com 373 lojas espalhadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O grande foco fica com o público gaúcho: 78% das filiais estão localizadas no Rio Grande do Sul.

Apostando no Brasil

Otimista com o rumo da economia brasileira nos próximos anos, e, consequentemente, com os avanços dos projetos de infraestrutura, os analistas do Credit Suisse, Felipe Vinagre e Thiago Casseb, reforçaram a recomendação de compra para as ações da CCR (CCRO3) nesta segunda-feira.

Com a aceleração da geração de caixa nos últimos trimestres, os analistas acreditam que a empresa possui maior poder aquisitivo para participar dos leilões de concessão e como esperam uma postura “mais construtiva” do governo de São Paulo com relação as disputas judiciais, relembrando do imbróglio relacionado à Autoban que se arrasta desde 2011 (veja mais aqui).

Focando no crescimento

Apesar do fraco resultado de Hapvida (HAPV3) no terceiro trimestre, bastante prejudicado pelo crescimento acima do esperado das despesas financeiras e com aumento de 133% frente 2017 nas provisões com contingência, Rodrigo Gastim, analista do BTG Pactual, avalia que o operacional da empresa foi bem no último trimestre e por conta disso a empresa continua sendo um dos cases de crescimento mais interessantes do universo de cobertura do banco, o que justifica o reforço da recomendação de compra para o papel.

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