As ações para comprar (e evitar) na bolsa, segundo 3 grandes gestores

Conversamos com Henrique Bredda (Alaska Asset), Cassio Bruno (Moat Capital) e Renato Ometto (Mauá Capital) para entender onde três dos maiores fundos de ações estão investindo

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O InfoMoney conversou com três gestores de fundos de ações considerados os “mais arrojados” da Faria Lima para entender suas projeções para a Bolsa e quais ações estão comprando neste momento de otimismo do mercado – a entrevista completa pode ser encontrada neste link.

Durante o bate papo com Henrique Bredda (Alaska Asset), Cassio Bruno (Moat Capital) e Renato Ometto (Mauá Capital), os gestores abriram suas carteiras, mostrando no final da entrevista as posições que gostam, que têm no portfólio e aquelas que preferem evitar.

Bredda explica que o fundo conta com Petrobras, Vale, Suzano, Magazine Luiza e empresas mais cíclicas e do mercado doméstico, como Marcopolo, Randon e Rumo. Recentemente o gestor também comprou os papéis de Ambev.

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Cassio Bruno tem muitas similaridades ao portfólio de Bredda, mas também conta com Ultrapar e Pão de Açúcar. O fundo também conta com os papéis de Suzano.

Já Ometto fez uma ótima analogia para explicar porque vale a pena investir no Brasil: “De tempos em tempos, boas empresas caem o suficiente para você comprar um baita negócio a um preço razoável”, explica, citando que a volatilidade do Brasil provoca esses altos e baixos mesmos nessas empresas de alta qualidade e alta liquidez.

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No portfólio estão ativos como Vale, IRB, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Magazine Luiza, Petrobras e Rumo – o que equivale a cerca de 40% da carteira atualmente.

O InfoMoney resumiu todas essas informações; os “insights” você confere abaixo:

1. Magazine Luiza: queridinha dos analistas
Um dos papéis favoritos dos analistas é Magazine Luiza. “Não conseguimos nos livrar dela, é uma máquina”, diz Bredda.

“Temos uma posição grande desde o começo do fundo. Vai ser um papel caro por um bom período de tempo. A empresa tem diversos business, como cartão de crédito, expansão, lojas, crescimento do e-commerce, logística, etc; eles fazem um trabalho excepcional”, afirma Ometto.

2. Via Varejo: possível venda é um atrativo a mais
No setor de varejo.com, a queridinha é Magazine Luiza, mas Cassio Bruno afirma que possui Via Varejo em sua carteira por acreditar que a empresa possa ser vendida para a Amazon. Se não é novidade que o controlador da Via Varejo vai vender a empresa, a Amazon também deve comprar alguém no Brasil.

Em extenso relatório de 2017 sobre a Amazon, o BTG Pactual analisou todas as empresas que a Amazon já fez desde 1996 para concluir que as mais prováveis seriam Mercado Livre, B2W e Magazine Luiza.

3. Smiles: vale a pena ou é furada?
Bredda explica que é um papel que parece fazer sentido, mas que quando analisamos estrutura acionária, governança, possibilidade de combinação etc, o que fica é uma insegurança. “Quando ficamos inseguros com o que pode acontecer, isso tira o nosso sono e não investimentos”, diz. E completa: “Papel excelente, mas não vamos ter”.

O mesmo é apontado pelo gestor da Mauá Capital. “Não temos e acho que o que nos tira o sono não vale. O Brasil já é volátil o suficiente; já temos risco o suficiente com a volatilidade em si”, diz.

4. Ambev: problema é o consumo
“Entendemos que tem o assunto de competição com a Heineken, mas é marginal”, diz Bredda. Segundo ele, o que tem afetado os resultados é uma queda no consumo em geral e a Ambev, que trabalha com marcas de baixa renda, tem sofrido mais. “O valuation não é óbvio, mas mesmo assim, para padrões Ambev, achamos que barateou bem”, completa.

5. Suzano: máquina de fazer dinheiro
“Nós tínhamos diminuído bastante nossa exposição em Suzano, por conta da questão do dólar, mas exageramos agora para o lado oposto. A gente acredita que o dólar está se sustentando, R$ 3,70 – R$ 3,80, parece que esse R$ 3,50 está cada vez mais longe – e isso transforma a Suzano em uma máquina de imprimir dinheiro”, diz Bredda.

O gestor destaca o múltiplo baixo, capex feito, grande conversão de Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) em caixa e a maior relevância do setor de celulose, principalmente por conta da preferência do papel em detrimento de outros materiais menos “eco-friendly”, como canudos e copos de plásticos – como tem acontecido na rede de cafeterias Starbucks.

O gestor da Mauá Capital conta que zerou a posição, mas que está voltando a olhar o papel. “Está em um preço que achamos excelente”, diz.

6. Ultrapar: fallen angel
“Temos um pouco de Ultrapar”, conta Bruno. Segundo ele, sua equipe gosta de olhar empresas que foram bem no último ciclo econômico, se afetaram pela recessão e que tendem a melhorar com a retomada da economia.

7. Petrobras: queda é oportunidade de compra
As ações da Petrobras dispararam entre o primeiro e segundo turno, refletindo um maior otimismo do mercado com estatais, que tendem a se beneficiar de uma melhor governança. Após a vitória de Bolsonaro, porém, o papel começou a cair, refletindo também o desempenho do petróleo, que na última semana atingiu sua mínima em um ano. Na opinião dos três gestores entrevistados, essa queda nas ações foi uma ótima oportunidade de entrada no ativo.

8. Cemig: privatização é melhor notícia no radar
Enquanto Bruno reduziu sua posição no ativo após as eleições, Ometto afirma que tem gordura grande no papel. “O setor de utilities é difícil, pode ter surpresa positiva ou negativa. Ainda gostamos, temos na carteira, e ficaria atento a dias piores que deem oportunidade de entrar”, diz.

9. Cielo: “alívio não ter comprado”
“A Cielo está um desastre. A gente tem estudado bastante e toda vez eu fico aliviado de não ter comprado, mas continuamos estudando”, diz Bredda.

10. Pão de Açúcar: “também gostamos”
“É uma empresa muito bem gerida, que está cortando gastos, melhorando seus formatos e entendendo mais o varejo”, diz Cassio Bruno.

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