Petrobras cai 3,4% com balanço e petróleo; Magazine Luiza desaba 8% e Marfrig avança após resultados

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após atingir máxima histórica na véspera, o mercado brasileiro repercutiu as declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), apontando gradualismo na reforma da Previdência, o que levou o Ibovespa a cair 1% nesta terça-feira (6).

Além disso, muitos resultados do terceiro trimestre de 2018, com destaque para Petrobras, não agradaram tanto o mercado, enquanto o Magazine Luiza, apesar de apresentar um bom número, registrou expressiva queda com os investidores já vendo o valuation como esticado.

Enquanto isso, a Marfrig teve ganhos (ainda que não muito expressivos) na esteira do resultado positivo.  Confira os destaques do mercado:

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A ação da Petrobras abriu em queda de mais de 3% após o balanço do terceiro trimestre e com a queda do preço do petróleo, chegou a zerar as perdas, mas voltou a cair forte. Pesou para a companhia também a queda de mais de 1,5% do petróleo no exterior.

A estatal registrou lucro líquido de R$ 6,64 bilhões no terceiro trimestre, patamar abaixo dos R$ 9,636 bilhões esperados pelo mercado, conforme estimativa mediana coletada pela Bloomberg. A receita de vendas alcançou R$ 98,26 bilhões, acima dos R$ 93,32 estimados e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 29,86 bilhões. A estimativa era de R$ 32,596 bilhões.

De acordo com a equipe de análise da XP Reserach, as diferenças dos resultados frente às nossas expectativas refletiram maiores gastos com importações de diesel e menores receitas com exportação devido à menor produção de petróleo, além de efeitos não recorrentes como o recentemente anunciado acordo de R$ 3,5 bilhões com o Departamento de Justiça dos EUA. 

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Apesar do desapontamento frente às expectativas, este ainda não é o verdadeiro potencial da Petrobras, avaliam os analistas, apontando que o terceiro trimestre de 2018 não refletiu um cenário de operações normalizadas para a Petrobras. Assim, a recomendação segue de compra para as ações da Petrobras, com preços-alvo de R$ 33 para as ações PETR4 e de R$ 32 para os ativos PETR3. Confira a análise completa clicando aqui. 

Ainda no radar da companhia, a petroleira reduziu para esta terça-feira o preço da gasolina nas refinarias para R$ 1,7293, contra R$ 1,8466 anteriormente.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza viu seu lucro líquido subir 29,3% no terceiro trimestre deste ano, para R$ 119,6 milhões, superando a média das projeções compiladas pela Bloomberg, de R$ 115,3 milhões.

A receita líquida, por sua vez, fechou o período em R$ 3,67 bilhões, uma alta de 28,5% ante os R$ 2,86 bilhões do terceiro trimestre de 2017. Já o Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) ficou em R$ 278,9 milhões entre julho e setembro, uma alta de 11,4% em um ano.

Entre os destaques, mais uma vez a companhia viu suas vendas de e-commerce terem forte alta, de 54,6%, enquanto o mercado teve um crescimento de apenas 8,0%. No e-commerce tradicional, as vendas evoluíram 43,8% e o marketplace contribuiu com vendas adicionais de R$ 213,3 milhões.

“Continuamos vendo melhora operacional, especialmente em entregas, contribuindo para a melhora da experiência do consumidor”, destaca o Bradesco BBI, com recomendação neutra destacando o valuation esticado, apesar da execução exemplar e do bom posicionamento para o longo prazo.

Já a XP Research elevou o preço-alvo de R$ 130 para R$ 150 por ação incorporando um ambiente de menor risco no Brasil e crescimento mais elevado no médio prazo. “No entanto, mantemos nossa recomendação neutra, já que preferimos a B2W e a Via Varejo, que na nossa visão, as ações ainda não refletem todo o potencial com melhora de resultados e iniciativas de integração dos negócios online e lojas físicas”, afirmam os analistas.

Kroton (KROT3)

As ações da Kroton, anteriormente classificadas como “overweight” foram rebaixadas a “equal-weight” pelos analistas do Morgan Stanley. O preço-alvo também foi rebaixado, de R$ 19,90 para R$ 12,40, implicando um potencial de alta de 1% em relação ao último fechamento. O preço médio para o ativo é R$ 14,53.

Banco do Brasil (BBAS3)

Marcelo Labuto foi nomeado na noite da última segunda-feira (5), presidente do Banco do Brasil. Atual vice-presidente de negócios de Varejo do banco, Labuto substituirá Paulo Rogério Caffarelli, que pediu demissão há cerca de dez dias para assumir a Cielo.

Santander Brasil (SANB11)

O banco Santander vai captar US$ 2,5 bilhões em bônus no exterior para reduzir o custo de endividamento e otimizar a estrutura de capital. A emissão será feita em duas tranches, cada uma no valor de US$ 1,25 bilhão.

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Enquanto a primeira, de títulos perpétuos, será computada como de capital de nível 1, a outra, com vencimento em 2028, será de capital de nível 2.

BR Distribuidora (BRDT3)

A Petrobras Distribuidora apurou um lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,08 bilhão no terceiro trimestre, um aumento de 173,6% (ou de 2,73 vezes) em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita líquida da companhia foi de R$ 26,455 bilhões entre junho e setembro, um aumento de 21,1%. O Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 631 milhões, um recuo de 40,2% e que frustrou as estimativas.

Os resultados da BR Distribuidora foram 27% abaixo das expectativas do Itaú BBA e 7% abaixo das expectativas do mercado. “A decepção foi concentrada no segmento de varejo, que foi impactado pela dinâmica operacional sem brilho em ambos os volumes e margens. Além disso, a companhia registrou uma provisão de R$ 100 milhões relacionada a um bônus de desempenho a ser pago aos seus funcionários e também declarou que houve um efeito de repercussão da greve dos caminhoneiros de R$ 96 milhões”, avaliam os analistas. 

Ainda no radar da companhia, o Credit Suisse apontou em relatório que a próxima carteira do Ibovespa a entrar em vigor no próximo ano pode trazer a BR Distribuidora como uma das adições. 

AES Tietê (TIET11)

O lucro líquido da AES Tietê recuou 6,8% para R$ 35,4 milhões na comparação entre os terceiros trimestres de 2018 e 2017. A receita líquida, por sua vez, subiu para R$ 564,8, ficando 4,9% acima das projeções do mercado.

O Ebitda ficou em R$ 35,4 milhões no trimestre, com margem Ebitda de 36,9%. No período, as despesas de capital (Capex, ,em inglês) foram de R$ 115,1 milhões e a expectativa é de que termine o ano em R$ 483,6 milhões.

“Apesar dos resultados abaixo das nossas expectativas, destacamos a melhora significativa do Ebitda de 29% no ano contra ano, demonstrando como a estratégia comercial otimizada está mitigando os impactos da baixa incidência de chuvas nos resultados. Continuamos a ver um risco-retorno atrativo para as ações e reiteramos nossa recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 15”, avalia a XP Research. 

BTG Pactual (BPAC11)

O BTG Pactual registrou no terceiro trimestre uma receita total de R$ 1,25 bilhão – praticamente estável em relação ao segundo trimestre – e um lucro líquido ajustado de R$ 684,8 milhões. No período, os ativos totais do banco somaram R$163,9 bilhões.As despesas operacionais, por sua vez, atingiram R$ 595,7 milhões, queda de 15,5% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

BrasilAgro (AGRO3)

A BrasilAgro apurou um lucro líquido de R$ 136,6 milhões no primeiro trimestre de 2019 (encerrado em 30 de setembro), do ano-safra 2017/2018. A receita líquida veio em R$ 270,7 milhões, enquanto o Ebitda ajustado no período foi de R$ 127 milhões.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig apurou uma receita líquida de R$ 11,09 bilhões no terceiro trimestre, superando a maior projeção do mercado. O Ebitda ajustado, por sua vez, veio em  R$ 1,08 bilhão, acima do esperado de R$ 834,5 milhões.

Os resultados da companhia foram acima do esperado pelo mercado, com o Ebitda 23% acima do consenso, enquanto o  fluxo de caixa operacional melhorou significativamente, para R$ 804 milhões, de queda de R$ 155 milhões no segundo trimestre de 2018, principalmente devido ao ciclo positivo do gado e volume e menor necessidade de capital de giro no trimestre. 

ABC Brasil (ABCB4)

O ABC Brasil apresentou um lucro recorrente de R$ 116,1 milhões no terceiro trimestre, superando a média das projeções compiladas pela Bloomberg, de R$ 113,6 milhões. O retorno médio sobre o patrimônio (ROE, em inglês), por sua vez, foi de 13,3%.

Os empréstimos do banco somaram R$ 23,2 bilhões entre junho e setembro, enquanto a margem líquida de juros ficou em 3,6% e os ativos totais foram de R$ 31,33 bilhões. Já a carteira de crédito expandida cresceu 10% em 12 meses para R$ 25,3 bilhões.

De acordo com o Itaú BBA, os resultados foram neutros, mas a rentabilidade do banco continua abaixo do custo do capital próprio, limitando a potencial reclassificação das ações.

Marcopolo (POMO4)

A Marcopolo somou uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão, com crescimento de 49,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro bruto atingiu R$ 183,1 milhões, com margem de 16,6% e aumento de 63% sobre o terceiro trimestre de 2017.

O Ebitda da companhia, entre junho e setembro, totalizou R$ 115,3 milhões, enquanto a margem veio em 10,5%. A produção total atingiu 4.822 unidades, sendo 3.642 delas destinadas ao mercado interno.

Segundo o Credit Suisse, os números da Marcopolo vieram fortes com um forte Ebitda e alta no volume de ônibus intermunicipais, com este podendo ser considerado o principal destaque positivo. O real mais depreciado também ajudou na margens e os analistas chamam a atenção para o relevante ganho de participação no segmento de micro ònibus, puxados por uma maior demanda de ônibus escolar. Os analistas do banco suíço ainda revisaram o preço-alvo, que saiu de R$ 4,50 para R$ 5,00 poe ação. 

 

Omega Geração (OMGE3)

A companhia teve um lucro líquido de R$ 28,4 milhões no terceiro trimestre. A receita líquida veio em R$ 167,8 milhões, enquanto o Ebitda ajustado ficou em R$ 116,8 milhões no período, com margem Ebitda ajustada de 84,4%.

Banco Pan (BPAN4)

O Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual e pela Caixa Econômica Federal, apurou no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 49 milhões, alta de 16,35% em relação ao segundo trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, porém, o lucro caiu 56%, principalmente por conta da ausência de receitas não recorrentes da venda de créditos tributários.

No período, a originação de crédito do banco alcançou a média mensal de R$ 1,43 bilhão. O estoque de crédito, por sua vez, atingiu R$ 19,7 bilhões. Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 4,9% no trimestre.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.