Natura avalia compra da Avon, BRF leiloará ativos, Suzano emite US$ 1 bi em títulos e mais notícias

Confira os destaques corporativos desta terça-feira (18)

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Enquanto os preços do petróleo firmaram alta nesta terça-feira (18) após a Arábia Saudita indicar que estava confortável com uma faixa de preço mais alta antes de uma reunião entre os principais países produtores da Argélia, o que pode influenciar a Petrobras, o radar corporativo também é movimentado.

No radar das empresas, a Natura avalia compra da americana Avon, BRF leiloa ativos não-operacionais e Suzano emite US$ 1 bi em títulos. Confira os destaques corporativos desta terça-feira:

Natura (NATU3)

Depois de comprar a The Body Shop em setembro de 2017, a Natura está avaliando novas aquisições no exterior e pode comprar a Avon. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a empresa brasileira fez uma sondagem e as conversas ainda são incipientes. As ações da Avon disparam após notícia.

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À Bloomberg, a Natura informou que não existem negociações em curso sobre possível aquisição da Avon, mas segundo o Valor Econômico, o interesse é real e faz parte da estratégia de internacionalização da empresa.

Na opinião do Itaú BBA, mesmo a Natura negando que está em negociações, isso pode representar uma preocupação no futuro, porque aumentaria o risco de um processo de captação de recursos para financiar a transação – um cenário que poderia pesar sobre as ações da empresa no curto prazo.

“Mesmo para uma empresa geradora de caixa, como a Natura, [a compra] implicaria em um aumento da alavancagem para a companhia integrada, além das dificuldades operacionais de integrar um grande ativo com vendas no Brasil, na América do Sul, África, no Oriente Médio e na Europa”, escrevem os analistas.

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Petrobras (PETR3)

No radar dos negócios da Petrobras, mudanças regulatórias adotadas no Brasil nos últimos anos, como a flexibilização do operador único, os ajustes na política de conteúdo local com valores mais atingíveis, a extensão do Repetro e a retomada das rodadas da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) permitiram a reentrada da maior companhia privada de petróleo do mundo, a ExxonMobil.

De acordo com o Valor, a companhia, que estava ausente do mercado brasileiro por quase uma década, tem uma produção de 3,9 milhões de barris equivalente a petróleo e apresentou lucro de US$ 19,7 bilhões no ano passado.

Na última segunda-feira (17), a ANP anunciou a aprovação de mais três empresas habilitadas para disputarem a oferta contínua de campos devolvidos, ou em processo de devolução, e de blocos exploratórios ofertados em licitações anteriores e não arrematados ou devolvidos à agência. As empresas são Capricorn Brasil Petróleo e Gás Ltda, Dimensional Engenharia Ltda e Energizzi Energias do Brasil Ltda.

Já a Petrobras, ainda não recebeu os R$ 2,0-2,5 bilhões do governo como parte do programa de subsídios. De acordo com a Reuters, a participação de mercado de diesel da companhia subiu para 90%, já que importações foram reduzidas em 42% devido ao mercado incerto e às margens menores. 

Para a equipe de Research da XP Investimentos, as notícias são negativas, uma vez que as dificuldades nos depósitos de subsídios podem levar a questionamentos sobre as margens efetivas (caixa) de preços de combustíveis.

Linx (LINX3)

Dennis Herszkowicz, VP da divisão de novos mercados pediu demissão da companhia. Herszkowicz era o CFO da empresa e Diretor de RI desde antes do IPO, em 2013, até outubro de 2017, quando assumiu a função de liderar as áreas de Fintech e Impulse Suite.

Na opinião do Credit Suisse, a notícia deve ser percebida de forma negativa pelo mercado, dada a experiência do executivo e extenso conhecimento dele no setor. Além disso, segundo os analistas, a saída de Herszkowicz pode levantar algumas preocupações sobre o negócio de fintechs (um dos setores da companhia que mais apresentou crescimento nos últimos anos).

“Apesar de ainda vermos Linx com um ótimo histórico, permanecemos cautelosos com as ações no curto prazo, já que além da saída de Dennis, vemos fraco momentum operacional, alto múltiplo (21x P/E 2019) e baixo volume de negociações, que devem prevenir os investidores de ficarem animados com o case poucas semanas das eleições”, escrevem os analistas.

BRF (BRFS3)

A BRF leiloará no início de outubro ativos não-operacionais, como fazendas, terrenos, apartamentos e centros de distribuição. Pelos lances mínimos propostos, a empresa levantará cerca de R$ 30 milhões.

O movimento faz parte do plano de desinvestimentos da companhia, no qual a BRF propõe arrecadar R$ 5 bilhões até o fim deste ano, de forma que a alavancagem vá para 1,35 vezes. De acordo com o Estadão, a maior parte do desinvestimento virá da venda de ativos operacionais da companhia na Europa, Tailândia e Argentina.

Suzano (SUZB3)

A Suzano anunciou na última segunda-feira (17) que lançou e precificou, por meio da sua subsidiária Austria, títulos com vencimento em 2029 no valor total de US$ 1 bilhão.

As Senior Notes serão emitidas com yield de 6,125% ao ano e cupom (juros) de 6,0% ao ano, os quais serão devidos e pagos semestralmente, constituirão obrigações sênior e contarão com garantia integral da Suzano e, uma vez e se concluída a operação, com garantia integral da Fibria, que passará a ser uma controlada da companhia.

De acordo com o fato relevante, a Suzano pretende utilizar os recursos obtidos com a oferta das Notes para propósitos corporativos em geral, incluindo o financiamento da operação, bem como para o pagamento de taxas relacionadas à emissão das Notes.

Lopes (LPSB3)

O Bradesco BBI elaborou relatório em que atribui recomendação de Outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis de Lopes (LPSB3), mantendo o preço-alvo estimado de R$ 5,00 – totalizando um potencial de alta de 94%.

De acordo com os analistas, a empresa anunciou melhores condições para o Credipronto, a sua plataforma de financiamento imobiliário. A equipe de análise espera uma reação positiva do mercado à recomendação: “Lopes está sendo negociada 9,6x o  Preço/Lucro estimado para 2020, o que nos parece convincente dado o seu potencial de crescimento quando (e se) o cenário econômico e a confiança do consumidor melhorarem após as eleições”.

Via Varejo (VVAR11)

Também o Bradesco BBI, divulgou um relatório em que corta o preço-alvo dos papéis de Via Varejo (VVAR11), mas mantém a recomendação de compra para o ativo. O feedback veio após uma reunião com o management da companhia.

De acordo com o analista Richard Cathcart, a companhia está aos poucos mudando a forma como faz negócios, com foco em eficiência e digitalização. Além deste movimento, a mudança para o omni-channel e o relançamento do app das Casas Bahia (app representa 40% na MGLU, enquanto projetam dígitos únicos em VVAR) devem continuar a apresentar oportunidades de crescimento, apesar de resultados mais fracos no curto-prazo.

B3 (B3SA3)

De acordo com o Valor, a B3 pretende flexibilizar condições de listagem para fortalecer o mercado de acesso para pequenas e médias empresas, que ainda não entregou resultados expressivos. Apenas 17 empresas foram listadas em 13 anos do segmento, que foi criado para atrair investidores pessoa física e estimular a listagem de empresas deste porte.

A iniciativa, que deve ser implementada ao longo dos próximos anos, faz parte de uma agenda abrangente de desenvolvimento do mercado de capitais do país que envolve todo o mercado e entidades como a CVM e a Anbima.

Gol (GOLL4); Azul (AZUL4)

O querosene de aviação (QAV) superou os R$ 3,30 por litro no fim de agosto, já acrescido de impostos – o maior patamar pago pelas companhias aéreas desde 2002, quando teve início a liberdade tarifária no Brasil. De acordo com as companhias aéreas, as empresas estão segurando os reajustes para não comprometer a recuperação da demanda, mas o câmbio não tem colaborado. 

Segundo o Bradesco BBI, o aumento de 44% do preço do querosene de aviação em relação ao ano anterior e a desvalorização do real estão pressionando as companhias aéreas brasileiras. Dessa forma, as aéreas Gol e Azul estão aumentando o preço das passagens para compensar tal pressão.  

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