Petrobras multiplica seu lucro em 32 vezes; outros 5 balanços, Ultrapar e B2W elevadas no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O destaque do noticiário corporativo desta sexta-feira (3) fica mais uma vez para a temporada de balanços, com atenção para os números de Petrobras, mas também com os números do IRB e da SulAmérica. Enquanto isso, B2W e Ultrapar tiveram a recomendação elevada. Confira os destaques:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A estatal registrou lucro líquido de R$ 10,07 bilhões no segundo trimestre de 2018, ante expectativa, de acordo com média de analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 6,92 bilhões. A alta foi de 3.086,7%, quase 32 vezes mais que o observado no mesmo período do ano passado.  Na comparação com o primeiro trimestre, o resultado foi uma alta de 45% na comparação com o 1º trimestre, quando o lucro foi de R$ 6,961 bilhões

O Ebitda ajustado ficou em R$ 30,07 bilhões, alta de 57,5% na comparação com os R$ 19,094 bilhões, e a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada foi de 36%, alta de cerca de 8 pontos percentuais. A receita da estatal foi de R$ 84,4 bilhões no trimestre, 26% superior ante os R$ 66,9 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2017. O lucro operacional teve alta de 9%, para R$ 16,9 bilhões. A produção de petróleo e gás foi de 2,659 milhões de barris de óleo equivalente ao dia.

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A Petrobras (PETR4) anunciou também a distribuição de JCP (Juros sobre Capital Próprio) aos seus acionistas. O valor a ser distribuído, que soma R$ 652,2 milhões, corresponde a um valor bruto de R$ 0,05 por ação, ou seja, um yield (provento pago por ação dividido pela cotação do papel) de 0,24% considerando o último fechamento dos papéis preferenciais.

IRB (IRBR3)

O IRB divulgou na noite de quinta-feira (2) lucro líquido de R$ 287,3 milhões, alta de 24% ante o segundo trimestre de 2017.  

“A expectativa para o resultado de IRB era alta e ainda assim a empresa conseguiu surpreender”, avalia o Credit Suisse. O resultado financeiro de 139% do CDI poderia levantar algum questionamento com relação a qualidade do resultado, mas o analista Lucas Lopes acredita que a mudança expressiva nas provisões técnicas sinaliza que a empresa está retendo uma parte dos resultados para os próximos trimestres e que muito provavelmente a criação de valor foi bem maior no segundo trimestre de 2018.

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SulAmérica (SULA11)

A SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 135,4 milhões no segundo trimestre, alta de 68% em relação ao mesmo período de 2017. A receita líquida foi de R$ 5,1 bilhões, aumento de 16,7%.

Já a rentabilidade sobre o patrimônio líquido da seguradora teve aumento de 1,7 ponto percentual, para 15,1%. Em meio à queda da Selic, o resultado financeiro caiu 20,9%, a R$ 168,2 milhões. As despesas operacionais, por sua vez, subiram 18,8%, para R$ 434 milhões. Apesar do aumento, a relação entre os gastos e as receitas operacionais ficou quase estável.

Os resultados da SulAmérica mostraram uma forte evolução em relação ao ano anterior, segundo o Brasil Plural, apesar de toda a pressão sobre a receita de investimento da menor taxa de juros Selic, que caiu 41,5% em relação ao ano anterior. “Como a margem líquida é tipicamente baixa em um único dígito, qualquer melhoria no lado operacional causa grandes oscilações nos ganhos. Esperamos que a ação reaja bem”, avaliam os analistas do Brasil Plural.

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ABC Brasil (ABCB4)

O Banco ABC Brasil registrou lucro líquido recorrente no segundo trimestre de R$ 111,7 milhões, o que representa um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2017. O dado é o mesmo para o critério contábil.

O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (ROAE) recorrente ficou em 13,0%, 1,0 ponto porcentual menor em igual comparação. Os ativos totais chegaram a R$ 30,923 bilhões, crescimento de 16,5% sobre o segundo trimestre de 2017. O patrimônio líquido ao final de junho era de R$ 3,446 bilhões, alta de 11,5% em doze meses.

A carteira de crédito expandida fechou junho com saldo de R$ 25,3 bilhões, 10,6% maior em um ano. O banco comenta em informe de resultados que o segmento Large Corporate teve alta de 1,0% no trimestre e de 6,6% em um ano, ao passo que Corporate cresceu 5,9% e 31,8%, respectivamente.

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Restoque (LLIS3)

A Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc, Bo Bô, John John e Rosa Chá, teve lucro Líquido de R$ 30,3 milhões,  alta de 262,2% na base anual e com margem líquida de 9,1%. O lucro líquido ajustado por despesas não recorrentes foi de R$ 33,1 milhões. Já a receita operacional líquida caiu 2,1%, a R$ 341,1 milhões. 

Segundo o Brasil Plural, os resultados ficaram ligeiramente acima das expectativas, mostrando uma melhora gradual e consistente no ritmo de vendas e nas margens.

“Embora estejamos nos tornando mais construtivos em relação ao nome, não esperamos que os resultados sejam um catalisador positivo para os preços das ações, e reiteramos nossa classificação equalweight”, apontam os analistas.

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Profarma (PFRM3)

A Profarma registrou lucro líquido de R$ 1,5 milhão, revertendo prejuízo de R$ 24,8 milhões na comparação com o segundo trimestre de 2017. Já a receita líquida foi de R$ 1,009 bilhão, queda de 3,5% na base de comparação anual. O Ebitda subiu para R$ 28,7 milhões, alta de 47,5%, enquanto a margem Ebitda teve aumento de 0,9 ponto percentual, para 2,8%. 

Segundo o Brasil Plural, os resultados do segundo trimestre da Profarma mostram um ponto de inflexão depois de sofrer com a queda nas vendas de seus negócios de distribuição tradicionais e com a prolongada reviravolta de suas operações de varejo.

“Embora amplamente em linha com nossas previsões, a Profarma conseguiu oferecer melhores tendências, colocando a empresa em um ciclo diferente do que alguns de seus peers no setor de varejo de medicamentos. Além disso, a Profarma apresentou o seu lucro desde o segundo trimestre de 2016, ajudado pela contribuição positiva de suas operações de varejo e pela forte redução nas despesas financeiras após o aumento de capital de R$ 340 milhões concluído no primeiro trimestre. Do lado negativo, destacamos o índice de alavancagem ainda alto”, avaliam. Os analistas ainda apontam que, apesar das tendências positivas, não esperam que os resultados sejam um grande catalisador para o preço das ações devido à fraca liquidez das ações e aos cenários político e macro incertos. Por enquanto, reiteram a equalweight para Profarma.  

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Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo convocou uma assembleia geral extraordinária para 3 de setembro para discutir a proposta de listar as ações da empresa no Novo Mercado, segmento da B3 com as regras mais rigorosas de governança corporativa.

Já segundo o Estadão, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) espera encerrar a venda da Via Varejo em outubro. As ofertas devem ser recebidas até setembro, conforme o cronograma almejado, diz Coluna do Broadcast, 

Magazine Luiza (MGLU3), Amazon e a chinesa Tencent são apontadas como potenciais interessadas. Questionado, o grupo Pão de Açúcar disse à coluna que o processo de venda está em andamento e não há nada material para divulgar neste momento. Magazine Luiza, Amazon e Tencent não comentaram. 

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa informou que o grupo GWI pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para eleição novo conselho da companhia.

Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

De acordo com o Valor Econômico, a BRF está negociando com a Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do país, um contrato para fornecimento de carne.

Com isso, a BRF ganhará flexibilidade para vender as ações que ainda tem na Minerva (6,8%). A Minerva não é a única fornecedora de carne bovina para a BRF, mas é a mais importante.

Com o fornecimento assegurado por meio da Marfrig, a BRF pode ganhar flexibilidade em relação ao acordo de acionistas vigente entre a VDQ Holding, veículo de investimento da família Vilela de Queiroz (controladora da Minerva). O acordo pode ser desfeito pela VDQ caso a participação na Minerva se torne inferior a 6%. A medida torna ainda mais improvável uma proposta de fusão entre BRF e Minerva, aponta a publicação. 

B2W (BTOW3)

O Itaú BBA atualizou a recomendação sobre a B2W, com um valor justo de R$ 37 para 2019 após reavaliar o potencial de geração de caixa inerente à mudança da empresa para o marketplace.

“Gostaríamos de destacar que: (i) normalmente é difícil escolher vencedores, mas quase a metade do mercado ainda é mantida por players menores, apenas “esperando” para ser engolida por mercados mais sofisticados e (ii) uma mudança para o marketplace é uma mudança para tornar-se um provedor de serviços. Com a crescente penetração do mercado, o caixa começará a fluir, levando (iii) à atualização da recomendação para outperform”, avaliam os analistas. 

Ultrapar (UGPA3)

A Ultrapar teve o ADR elevado de manutenção para compra pelo Santander. 

Oi (OIBR4)

A chapa indicada para assumir o novo conselho de administração da Oi será formada pelos seis membros atuais do grupo e cinco novos integrantes, conforme o edital de convocação da Assembleia Geral de Acionistas, publicada na quinta. 

As “caras novas” são Rodrigo Abreu, ex-presidente da TIM; Maria Helena de Santana, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Wallim Cruz de Vasconcellos Jr, ex-vice-presidente do Flamengo e conselheiro da Pilgrim’s Pride; Paulino do Rego Barros Jr., ex-presidente da Equifax, empresa de tecnologia com sede nos EUA; e Henrique Luz, ex-sócio da PWC.

A definição do novo conselho vem na sequência da composição do quadro de acionistas em decorrência da conversão das dívidas financeiras da tele em ações. A eleição da chapa ocorrerá dia 3 de setembro. 

O mandato do novo conselho será de dois anos. Segundo o edital, a chapa consensual foi indicada pela administração da Oi com base em lista apresentada por uma consultoria de recursos humanos, conforme o plano de recuperação judicial aprovado pela assembleia de credores em dezembro de 2017.

O plano também determinou que o novo conselho de administração da Oi seja composto por 100% de membros independentes. O edital explica que todos os nomes da chapa atendem à classificação de membro independente, segundo as regras do Novo Mercado, da B3.

Além disso, o estatuto da Oi considera independente quem não foi empregado ou diretor da tele ou do acionista controlador nos últimos três anos. Além do voto dos sócios, a homologação do conselho depende de aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). 

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(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.