Vale e siderúrgicas saltam até 6% com China e elétrica dispara 27% em 4 pregões; veja os destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (24)

Rodrigo Tolotti

Vale (VALE3) e siderúrgicas

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As ações da Vale, da sua holding Bradespar (BRAP4) e das siderúrgicas, como CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), subiram na esteira do noticiário sobre a China. O Conselho Estadual chinês disse que implementaria políticas fiscais mais “vigorosas” para aquecer a economia, indicando corte de impostos às empresas e apoio aos pequenos negócios.

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Já no radar da Vale, a Moody’s elevou de Ba1 para Baa3 o rating em moeda estrangeira da mineradora. A nota indica que a mineradora voltou a ter grau de investimento pela agência de classificação de risco, um selo perdido em fevereiro de 2016. A perspectiva é estável.

De acordo com a Moody’s, a elevação do rating da Vale reflete a melhoria das métricas de crédito da empresa, diante da melhora do perfil de produção e da redução nos níveis de endividamento. A perspectiva estável, por sua vez, reflete a expectativa da manutenção destes aspectos.

“A conclusão do projeto S11D possibilitou um aumento substancial na produção de baixo custo, ao passo que o aumento do foco no blending de minério de ferro de melhor qualidade e maiores prêmios deram suporte à lucratividade da empresa. A geração de fluxos de caixas mais fortes e os investimentos de capital menores em comparação com os registrados antes de 2016 resultaram em fluxos de caixas livres positivos, que esperamos que serão mantidos até 2020 se os preços do minério de ferro continuarem dentro dos nossos níveis de sensibilidade de preços no médio prazo (US$45-US$75/tonelada)”, afirmou o relatório da Moody’s.

Segundo a agência de risco, a elevação da nota da Vale também incorpora o acordo assinado em 25 de junho entre a mineradora, a BHP e as autoridades brasileiras para dirimir os danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão, da Samarco.

“Embora a Samarco e seus acionistas possam incorrer montantes superiores aos já contemplados pelas provisões, o novo acordo reduz significativamente riscos de liquidez e de métricas de crédito, quando comparados aos valores estabelecidos inicialmente”, comentou a Moody’s.

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Já o Credit Suisse aponta esperar um resultado do segundo trimestre de Vale já precificado. “Projetamos um Ebitda de US$ 4,0 bilhões, número bem alinhado com o dos investidores. O maior destaque positivo deve ficar para o prêmio realizado de US$ 7,1 a tonelada, razoavelmente acima dos US$ 5,2 a tonelada vistos no primeiro trimestre que reforçam o bom posicionamento da Vale para entregar resultados resilientes”, afirmam os analistas do banco suíço. Os analistas destacam que a Vale deve marcar o início da nova nova política de dividendo e acreditam em um nível próximo de 5,2% de yield. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, negou, no último dia 20, pedido liminar feito pela Associação dos Empregados da Eletrobras para suspender o leilão de distribuidoras da empresa no Norte e no Nordeste. Com isso, está mantida a decisão proferida pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, André Fontes, que, na semana passada, autorizou a realização do leilão.

Na avaliação da associação, o leilão teria desrespeitado uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que determinou que a venda de ações de empresas públicas, sociedades de economia mista ou de suas subsidiárias ou controladas só pode ser feita com autorização do Congresso Nacional, sempre que resultar em perda do controle acionário.

Em junho, a associação ajuizou uma ação civil pública para impedir o processo. Um mês depois, a 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro acolheu pedido e suspendeu o leilão. Na semana passada, Fontes, do TRF-2, reviu a decisão da 19ª Vara e autorizou a realização do procedimento licitatório.

No dia 26 de julho, a Cepisa (Piauí) será leiloada. As distribuidoras do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima serão licitadas no dia 30 de agosto, após a aprovação do projeto de lei aprovado na Câmara e que tramita no Senado.

“A decisão reclamada não se afasta dessa exigência. Ao contrário, ao examinar os diplomas legislativos correspondentes, assenta a existência de autorização legislativa para a alienação do controle acionário das distribuidoras elencadas no edital. Eventual desacerto nesta avaliação deve ser questionado na via recursal própria, não podendo ser sanada pela reclamação”, escreveu a ministra, no dia 20 de julho.

Parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) afirmava não haver impedimento para a realização do leilão das distribuidoras. O documento, enviado à Consultoria Jurídica do Ministério de Minas e Energia (MME), dizia respeito à liminar concedida por Lewandowski.

“Conforme exposto, a referida decisão não proíbe, desde que se confirme, pelo órgão consultivo do Ministério de Minas e Energia, a existência de autorização legislativa, a continuidade da realização dos leilões programados para 26 de julho de 2018, à exceção da Ceal, em razão da decisão proferida em 27/06/2018 (DJE nº129, divulgado em 28/06/2018) na ACO nº 3.132 pelo Ministro Ricardo Lewandowski”, diz o documento, assinado pela secretária-geral de Contencioso da AGU, Isadora Maria Cartaxo de Arruda.

No caso da Ceal, distribuidora que atua em Alagoas, há uma liminar específica, também concedida por Lewandowski, que impede o leilão até que seja resolvida uma disputa financeira entre os governos federal e estadual que data de 1998, quando a empresa foi assumida pela Eletrobras. Procurada, a defesa da Associação dos Empregados da Eletrobras não retornou até a publicação desta reportagem.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras também avançou na esteira do ânimo internacional e apesar do dia morno para o petróleo. No radar da estatal, o Ministério do Planejamento abriu R$ 2,798 bilhões de crédito suplementar ao Orçamento de Investimento da União em favor das empresas Petrobras, Amazonas Geração e Transmissão de Energia, Furnas Centrais Elétricas e Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba). A portaria com a decisão está publicada na edição desta terça-feira, 24, do Diário Oficial da União (DOU).

A maior fatia do valor vai para a Petrobras, uma verba de R$ 2,768 bilhões, seguida pela distribuidora Amazonas Energia, com R$ 21,3 milhões. Furnas ficará com R$ 8 milhões e Codeba, com R$ 1 milhão.

De acordo com o ato, os recursos adicionais vêm de geração própria das empresas e de anulação parcial de dotação orçamentária. 

Ainda em destaque, o Estadão informa que inédita no Brasil, a geração de energia eólica no mar começa a dar seus primeiros passos no País pelas mãos da Petrobras. O negócio promete ser tão bem sucedido quanto a geração eólica em terra, disse o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da estatal, Nelson Silva. A licitação para a instalação de uma planta-piloto da empresa no Rio Grande do Norte será feita ainda este ano, revelou o executivo, que aguarda o licenciamento do projeto no Ibama para iniciar o processo.

Light (LIGT3)

A Light voltou a disparar nesta terça, chegando a ganhos de 27,4% em apenas quatro pregões, após o diretor financeiro e de relações com investidores da Neoenergia, Sandro Marcondes, afirmar que a companhia possui uma relação entre risco e retorno atrativa.

Durante reunião Apimec realizada no Rio de Janeiro, o executivo disse que a Light é um ativo que merece ser avaliado, mas que a decisão de participar de um possível processo de venda dependerá de uma análise desta relação entre risco e retorno.

Na véspera, a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirmou que a gestora de fundos GP Investments estaria interessada na compra dos ativos da Light. Já na semana passada, notícias de que a italiana Enel teria interesse em investir no segmento de energia no país já tinham feito as ações da elétrica dispararem também.

Via Varejo (VVAR11)

A ViaVarejo divulgou na noite de ontem os balanços para o segundo trimestre de 2018, reportando lucro de R$ 20 milhões, em comparação ao prejuízo de R$ 85 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Ainda assim, o faturamento ficou abaixo das expectativas da Bloomberg, e em linha com o esperado pelo Bradesco BBI.

O crescimento da companhia também decepcionou, com as vendas nas mesmas lojas registrando aumento de 5,8% em comparação ao último trimestre, contra 7% previstos pelo BTG Pactual – em parte devido às consequências da greve dos caminhoneiros, em maio.

Um destaque mais positivo fica para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que chegou aos R$ 394 milhões, levando a margem (Ebitda/receita líquida) a 6,1% (em comparação aos 5,1% do segundo trimestre de 2017). O número superou as expectativas do Bradesco BBI e do Brasil Plural.

Apesar dos resultados mistos, nas análises do Bradesco BBI e do Itaú BBA, ainda há espaço para que a ação suba na bolsa. Tendo caído mais de 40% desde abril, a visão dos bancos é de que o valor do papel já tem precificado o estresse observado neste trimestre.

Já uma surpresa positiva vindo da varejista é o anúncio de que seu Conselho de Administração aprovou dar início a um processo de migração ao segmento de Novo Mercado na B3. Isso significa que a empresa terá que cumprir com padrões mais elevados de governança, e as unidades VVAR11 (compostas por uma ação ordinária e duas preferenciais) serão convertidas em três ações ordinárias.

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aceitou o pedido da norte-americana International Paper (IP) de participar como terceira interessada no processo que analisa a compra da Fibria pela Suzano, anunciada em março. Em despacho no fim da tarde desta segunda-feira, o superintendente-geral do Cade, Alexandre Cordeiro, também negou o pedido da empresa indonésia RGE de participar do processo.

Linx (LINX3)

Em relatório, os analistas do Credit Suisse mostraram preocupação com as mudanças organizacionais da Linx. A companhia informou que Jean Carlo Klaumann deixou o posto de COO e assumirá o papel de vice-presidente da divisão de mercado digital, enquanto Gilsinei Hansen assumirá o cargo de COO, deixando seu cargo de vice-presidente de R&D, que será assumido pelo CEO Alberto Menache interinamente.

“Ao mesmo tempo em que demonstra mais foco e altas expectativas para os mercados digital e omni-channel, as mudanças organizacionais também levantam algumas preocupações sobre crescentes despesas gerais e administrativas”, afirmam os analistas.

CCR (CCRO3)

A Andrade Gutierrez negou na segunda-feira que tenha aberto processo competitivo para vender sua fatia na CCR, segundo resposta a pedido de esclarecimento da CVM. Em 20 de julho, as ações da empresa subiram até 5,7% com notícia de possível venda da fatia da Andrade Gutierrez. A empresa também anunciou recentemente que Renato Alves Vale vai deixar presidência em 31 de julho, quando Leonardo Couto Vianna deve assumir.

Santander (SANB11)
As units do Santander Brasil tiveram a recomendação elevada de “equal-weight” para overweight pelo Brasil Plural, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 38,00 para R$ 38,40.

BR Properties (BRPR3)

A BR Properties celebrou com Caixa Econômica Federal um contrato de locação parcial do imóvel “Passeio Corporate”, localizado no Rio de Janeiro.

A locação é celebrada pelo prazo de 180 meses (15 anos) e envolverá a ocupação pela CEF de uma área locável de 36.014 m² do referido imóvel. Desta forma, com a locação, o Edifício Passeio Corporate ficará 66,3% ocupado.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.