Vale tem ADR elevado, leilão da Aneel é suspenso, decisão de ministro do STF trava planos para Eletrobras e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (28)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira (28) segue tendo como destaque a decisão do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, impedindo que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista. No radar de recomendações, Vale foi elevada pelo BMO, enquanto Natura teve a cobertura reiniciada pelo Bradesco BBI. 

Recomendações

O ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE3) foi elevado a outperform pelo BMO, com preço-alvo de US$ 15. Já a Natura (NATU3) teve a cobertura reiniciada pelo Bradesco BBI com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 37.

Estatais

A decisão de ontem do ministro do STF Ricardo Lewandowski de conceder liminar impedindo que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista, como é o caso de Petrobras (PETR3;PETR4), Eletrobras (ELET3;ELET6) e Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, deve seguir repercutindo no mercado. Na véspera, as ações de estatais caíram forte  – exceto Petrobras, por conta da alta do petróleo e expectativa por cessão onerosa. 

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Lewandowski também determinou ontem a suspensão da privatização da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), distribuidora da Eletrobras. O leilão da companhia e outras empresas do setor elétrico estava previsto para 26 de julho. “Defiro a liminar para suspender a realização do leilão de privatização da CEAL, até ulterior deliberação. Para conceder a cautelar levo em conta a iminência do recesso do Supremo Tribunal Federal, bem como a do leilão de privatização. Por outro lado, ressalto que não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.”, decidiu o ministro.

“A notícia é negativa para a Eletrobras, haja visto que a decisão entrava o leilão das distribuidoras da empresa, previsto para ocorrer no final de julho. O PL 10332/2018, que trata do equacionamento de pendências financeiras destas distribuidoras deve sofrer ainda mais dificuldades para avançar na Câmara. Isso se deve ao fato de que seriam necessárias emendas para requisitar diretamente ao Congresso a venda de tais subsidiárias, um tema polêmico para se votar em ano de eleições. Se não for possível realizar a venda de todas as distribuidoras ou de ao menos algumas, e Eletrobras pode não ter saída a não ser liquidar tais empresas, gerando grande ônus financeiro à União”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos. 

O presidente Michel Temer pediu para AGU recorrer contra decisão que barrou venda de distribuidoras da Eletrobras, diz o Valor, citando fonte. Na área econômica, acredita-se que governo tem chances de vitória.

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Leilão da Aneel

Segundo informações do G1, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrical) comunicou  que o leilão de linhas de transmissão marcado para às 9h desta quinta-feira (28) foi suspenso por uma liminar. A AGU, informou a agência, vai tentar reverter a decisão judicial que suspendeu o leilão.

No leilão, seriam oferecidos 20 lotes de linhas de transmissão de energia elétrica, com capacidade de gerar R$ 6 bilhões em investimentos e aproximadamente 13,6 mil empregos.

Os lotes representam 12.230 megavolt-amperes (MVA) de expansão da capacidade de instalações e 2.560 quilômetros (km) de linhas de transmissão, que estão distribuídas em 16 estados: Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Sergipe, Alagoas, São Paulo, Tocantins, Goiás, Rio Grande do Sul, Pará, Piauí, Maranhão e Minas Gerais.

Os prazos de execução das obras variam de 36 a 63 meses. A concessão do serviço inclui a construção, montagem, operação e manutenção das instalações de transmissão. A previsão é de que a iniciativa reduza o preço final pago pelo consumidor, pois vencem o leilão as empresas que ofertarem o menor valor de Receita Anual Permitida (RAP).

Os estudos prévios levaram em consideração aspectos técnico-econômicos, socioambientais, traçado preliminar e definições de engenharia. Assim, a implantação desses empreendimentos obedece às soluções de planejamento para a expansão, de forma a manter a confiabilidade e a garantia do atendimento à demanda de energia elétrica.

Em 2017, houve dois leilões, o primeiro em abril, quando foram arrematados 31 lotes – com investimento previsto de R$ 12,7 bilhões, e o segundo em dezembro, quando foram arrematados 11 lotes – com investimento previsto de R$ 8,7 bilhões. 

O leilão poderia criar boa oportunidade para Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11) e Equatorial (EQTL3), destacou o Itaú BBA em relatório recente, notando que as companhias têm tido dificuldades de vencer leilões recentemente, dadas as propostas agressivas de grupos internacionais. Transmissão Paulista (TRPL4) teve o preço-alvo elevado de R$ 73 para R$ 77, em razão da relação risco/recompensa mais atraente.

Embraer (EMBR3)

Fundador da Embraer e um dos principais responsáveis pelo projeto de privatização da fabricante de aviões, em 1994, Ozires Silva destacou ao Estadão que vê no negócio entre a brasileira e a americana Boeing uma oportunidade para ampliar a força de vendas da Embraer. “A força de vendas da Boeing é muito importante para nós”, diz ele, que levanta ainda a possibilidade de as aeronaves da Embraer serem “americanizadas”. “Isso significa que elas poderiam ser vendidas nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo, como aviões nacionais”, acrescenta.

Siderúrgicas

Segundo informações do jornal Valor Econômico, a União Europeia (UE) deverá impor nos próximos dias salvaguarda contra o aço importado, podendo resultar em cota (limite quantitativo) para a entrada também de produtos siderúrgicos do Brasil. 

Azul (AZUL4)

A Azul informou nesta quarta-feira que a precificação da oferta secundária de ações da empresa detidas pela chinesa Hainan Airlines foi concluída a US$ 16,15 por ADS.

Ontem, a companhia  informou que a Hainan vai se desfazer de toda sua participação na companhia aérea brasileira em uma operação exclusivamente no exterior e que envolve a venda de 19,38 milhões de American Depositary Shares (ADS), equivalentes a 58,14 milhões de ações.

A liquidação da oferta da Hainan está prevista para 29 de junho e pode movimentar cerca de US$ 313 milhões. A Hainan é controlada pelo grupo HNA, conglomerado chinês que tem vendido imóveis no exterior e alguns de seus maiores investimentos financeiros e estratégicos após uma onda de aquisições de US$ 50 bilhões nos últimos dois anos.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.