Embraer salta 7% após fala de ministro sobre Boeing; Vale e Petrobras sobem 4% e Marfrig dispara 40% em 2 pregões

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (10) 

Lara Rizério

Marfrig (MRFG3)

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Destaque para duas notícias sobre Marfrig, que levam a mais uma disparada após os papéis terem subido 18,81% na véspera. Na semana (ou seja, entre segunda e terça), os papéis sobem 40%. 

O rating de crédito corporativo em escala global B+ da Marfrig Global Foods pode ser elevado pela S&P após a companhia ter adquirido 51% do controle da National Beef. A S&P destaca que a Marfrig planejar venda de sua unidade Keystone Foods poderá, junto com a aquisição da National Beef, acelerar a redução de seu endividamento. Outra vantagem potencial para os ratings da Marfrig incluem a maior escala e diversificação geográfica da empresa no mercado de carne bovina dos EUA, com acesso a mercados de exportação relevantes, como Japão e Coréia do Sul, aos quais o Brasil está fechado.

Além disso, a Marfrig foi elevada a ‘compra’ pelo BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 11. 

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Embraer (EMBR3)

A Embraer passou a subir forte após falas sobre o acordo com a Boeing feitas pelo ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna em entrevista. ” As empresas sempre foram se aproximando. Não se parou em nenhum momento. Entendemos que vai haver um momento que tem uma linha de provável encontro,” disse 

“Eu diria de forma resumida que isso dá casamento. Agora não me pergunte o tipo de casamento: se é com comunhão total de bens, comunhão parcial de bens, separação de bens. Eu não poderia afirmar. Mas dá casamento”, afirma ele, que ressalta que acordo seria exitoso.  “Isso tem que ser uma operação ganha ganha”.

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 Sobre acordo de comercialização para o KC-390, ele apontou: “Esse é um dos lados do ganha por parte da Embraer. Ela poder facilitar a comercialização do KC-390. Isso a Boeing pode oferecer. Então nessas conversas, isso é um facilitador das conversas. Como cada uma entra nessa negociação é o que está sendo tratado.”

 

Bancos

Os bancos abriram com alta em um movimento de recuperação após o tombo da véspera, quando caíram mais de 5% acerca das incertezas eleitorais e a falta de um candidato claro pró-mercado, em um movimento de “ressaca” após a alta da última semana com as notícias sobre a prisão de Lula. Contudo, durante o pregão, os papéis passaram a tomar rumos diferentes na bolsa: Banco do Brasil (BBAS3) registrou queda, enquanto Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) registram ganhos. 

 

Petrobras (PETR4)

Os papéis da Petrobras disparam na esteira da alta do petróleo nos mercados internacionais. Isso ocorre, por um lado, em meio à diminuição dos receios de guerra comercial entre EUA e China e, por outro, com as tensões no Oriente Médio sobre uma possível ação militar na região. O brent é negociado por volta dos US$ 71, com ganhos de cerca de 3.6%. 

No radar da estatal, três notícias. Segundo o presidente da companhia, Pedro Parente, a Petrobras está no caminho para cumprir metas, apontando que a produção subirá para 3,7 milhões de barris equivalentes por dia em 2022. A produção de 2018 provavelmente estará quase no mesmo nível de 2017 e a relação entre dívida líquida e Ebitda ficará em 2,5 ou menos neste ano. “Estamos no caminho para atingir nossas metas e poderemos pensar novamente sobre o futuro”, afirmou. 

Já a agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da Petrobras de Ba3 para Ba2 e manteve a perspectiva estável. De acordo com a instituição, a ação de rating foi desencadeada pela melhora na perspectiva da nota Ba2 do Brasil, que passou de negativa para estável.  Em comunicado divulgado na noite de segunda, a agência afirma que a ação nos ratings da Petrobras “reflete o contínuo sucesso da empresa em melhorar suas métricas de crédito e posição de liquidez”, que a Moody’s espera que permaneçam sólidas no futuro previsível.

A companhia ainda  anunciou a mudança no preço da gasolina nas refinarias de R$ 1,6444 o litro para R$ 1,6833 o litro e do diesel de R$ 1,8729 o litro para R$ 1,9169 o litro, segundo informações no website da empresa. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 11 de abril.

Eletrobras (ELET6)

Após seguidas quedas com as mudanças no ministério de Minas e Energias, os papéis da Eletrobras apontaram para ganhos, em um movimento de recuperação. Vale ressaltar que, nesta terça, está ocorrendo a Comissão na Câmara sobre a privatização da Eletrobras. 

 

Vale (VALE3) e siderúrgicas

As ações da Vale têm um dia de fortes ganhos em meio à alta do minério de ferro, que subiu 2,11% na China, cotado a US$65,30 a tonelada, com as sinalizações do presidente da China,  Xi Jinping, no Boao Forum, a “Davos chinesa”, que foi bastante tranquilizadora. CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) também registram ganhos. 

Xi Jinping disse hoje que a China pretende reduzir tarifas sobre importações de carros e de outros produtos, além de fortalecer a proteção dos direitos de propriedade intelectual de companhias estrangeiras.  O tom conciliador de Xi veio num momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça tarifar até US$ 150 bilhões em produtos chineses, em parte porque Pequim estaria supostamente forçando empresas americanas a transferir tecnologia a parceiros de joint ventures na China. No discurso, Xi também prometeu “ampliar de forma significativa o acesso externo ao mercado chinês” este ano. 

Hypera (HYPE3)

A Hypera, ex-Hypermarcas, é o destaque de baixa nesta sessão e chegou a ter perdas de 5,47% após ser alvo de mandados de busca e a apreensão na Operação Tira-Teima, deflagrada hoje pela Polícia Federal com autorização do ministro do STF Edson Fachin. 

Ex-diretor de Relações Institucionais da companhia, Nelson José de Melo apontou em delação premiada em 2016 uma suposta influência do lobista Milton de Oliveira Lyra Filho com senadores emedebistas. O delator apresentou contratos fictícios de sua empresa com outras companhias indicadas por ele para disfarçar o pagamento de propina.  Nelson José de Mello renunciou ao cargo de diretor de RI em 2016, depois de admitir que realizou pagamentos indevidos durante o exercício do cargo.

Nesta fase da operação, são cumpridos oito mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiânia e Fortaleza e há informações de que o alvo seja o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).  

Em nota, a Hypera informou que há operação de busca e apreensão no escritório da companhia em São Paulo para colher documentos relacionados à colaboração de Mello.

“A companhia reitera que não é alvo de nenhum procedimento investigativo, nem se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo, conforme já relatado ao longo do ano de 2016 em vários comunicados”, destacou a empresa. 

 

Even (EVEN3)

A Even divulgou a prévia operacional do primeiro trimestre de 2018, apontando queda das vendas líquidas de R$ 211 milhões nos três primeiros meses de 2017 para R$ 196 milhões no mesmo período deste ano. Em 2018, a companhia lançou um empreendimento de R$ 51 milhões e foram distratados R$ 117 milhões no período, ante os R$ 92 milhões na comparação com o mesmo período de 2017.

Segundo o Credit, a companhia reportou números preliminares marginalmente negativos. As vendas líquidas melhoraram, aumentando em 28% na base trimestral, por causa da queda de distrato (R$ 117 milhões versus R$151 milhões no quarto trimestre de 2017), enquanto a venda bruta de estoque se manteve. A queda do distrato também levou a um aumento na velocidade de venda do estoque para 8% no primeiro trimestre ante 6% no quarto trimestre de 2017. Enquanto isso, o lançamento de apenas um projeto no primeiro trimestre já era esperado, mas deixa os analistas do banco mais cautelosos para uma recuperação na rentabilidade. “Apesar da recente queda nas ações, a Even ainda negocia a múltiplos que ainda parece esticado dado o momentum negativo de lucros, com pressão de margem e baixo reconhecimento de receita”, afirmam os analistas. 

 

Direcional (DIRR3)

Na Direcional, houve uma elevação em 137% dos lançamentos no primeiro trimestre de 2018 na comparação anual, a R$ 482 milhões. Já as vendas líquidas foram de R$ 385 milhões, enquanto as vendas brutas foram de R$ 478 milhões, alta de 152% na comparação ano a ano. O estoque no final do primeiro trimestre era de 7.495 unidades, totalizando VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 1,7 bilhão. 

Segundo o Credit, os números foram positivos, com o nível de lançamentos continuando fortes no primeiro trimestre e velocidade de vendas no setor de menor renda batendo máxima histórica. A empresa ainda conseguiu garantir outro projeto na faixa 1, totalizando R$ 320 milhões. 

Azul (AZUL4)

Na Azul, o tráfego de passageiros consolidado (RPKs) teve alta de 10% frente o mesmo período do ano passado. A taxa de ocupação foi de 80,6%, alta de 0,4 ponto percentual frente igual período do ano passado.

O tráfego de passageiros doméstico diminuiu 2% na base anual, devido à redução de 2,9% na capacidade doméstica relacionada com a remoção de quatro E-Jets da frota operacional e a remoção das aeronaves em linha com a estratégia de transformação da frota, substituindo as aeronaves da antiga geração por outras da nova geração. 

Tupy (TUPY3)

A Tupy chegou a subir 5,7% a R$ 17,50, maior alta desde 16 de novembro, após notícias de que a produção de implementos para transporte rodoviário subiu no primeiro trimestre.

A produção de implementos rodoviários saltou 53,3% nos três primeiros meses do ano, atingindo 17.581 unidades, segundo levantamento da Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), impulsionando os papéis. 

Copel (CPLE6)

O Governo do Paraná indicou o engenheiro Jonel Iurk para assumir a presidência da Copel  em substituição ao engenheiro Antonio Sergio de Souza Guetter, que voltará a ser diretor presidente da Copel Distribuição, cargo que ocupou até março de 2017.

CPFL (CPFE3)

No relatório encaminhado ao Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a área técnica da autarquia manteve a decisão de elevar o preço da oferta pública de ações da CPFL Renováveis para no mínimo R$ 16,69 (ante R$ 12,20 ofertado pela chinesa State Grid). O assunto deverá ser julgado na reunião do colegiado, possivelmente na próxima semana.

A briga bilionária entre a gigante State Grid e os minoritários da CPFL Renováveis, representados por grandes investidores, como Pátria e BTG, intensificou-se em fevereiro, quando a CVM recusou a oferta da chinesa e sugeriu uma nova faixa de preço. A empresa asiática recorreu da decisão no dia 7 de março e, no dia 21, o processo foi encaminhado ao Colegiado com recomendação para manter a decisão da área técnica. No relatório, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, os técnicos rebatem todas as informações referentes aos cálculos do preço das ações constantes no laudo de avaliação.

Em determinado trecho, a State Grid destaca que os técnicos discordaram das premissas de avaliação, mas que não demonstraram erros técnicos ou inconsistência por parte do avaliador, o que tornariam o relatório inútil. Os técnicos da CVM responderam que o laudo, nesse caso, “não vincula as conclusões da autarquia” sobre a demonstração de cálculo de preço. Ou seja, o órgão não precisa considerar o laudo para sua definição, apesar de o documento ser exigido dentro do processo.

A área técnica concluiu que o laudo não continha premissas razoáveis e, por isso, a decisão foi embasada nas competências do corpo técnico. Em nota à reportagem, semanas atrás, a State Grid afirmou que “cumpriu rigorosamente as normas locais e acompanhou cada passo do processo com transparência, boa fé e respeito com todos os acionistas”. A CPFL Renováveis disse que, por ser “objeto da transação” não iria se pronunciar.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.