S&P reafirma rating de Vale e Petrobras e corta de 4 grandes bancos; veja mais 30 revisões

Além de Vale e Petrobras, ratings de Embraer e Hypermarcas também foram reafirmados, enquanto Ultrapar, Eletrobras, entre outras, tiveram ratings cortados

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Em seguida ao corte de rating soberano de BB para BB-, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou a nota de diversas companhias brasileiras, principalmente grandes bancos, enquanto reafirmou o rating de outras empresas, como Petrobras e Vale. 

Segundo a agência, a medida reflete a ação tomada em relação rating do Brasil. Na quinta-feira, 11, a S&P Global rebaixou o rating soberano do País de BB para BB-, com perspectiva estável. De acordo com a agência, o atraso em reformas fiscais e a incerteza política são as principais fraquezas da nota do Brasil.

Confira os rebaixamentos e os ratings que foram reafirmados. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A agência de classificação de risco S&P Global reafirmou o rating da Petrobras em BB- e manteve a perspectiva estável. A nota da estatal estava um degrau abaixo da soberana desde fevereiro de 2017, quando o rating foi elevado de “B+” para “BB-”. Agora, a agência decidiu manter a nota da estatal, refletindo o perfil de crédito individual, que é “BB-”.

Vale (VALE3)

A agência de classificação de risco S&P Global reafirmou o rating de longo prazo e em escala global da Vale em BBB-, com perspectiva positiva. “Isso ocorre porque acreditamos que existe ao menos uma chance única de elevação na nota, mesmo com a avaliação de transferência e conversibilidade (T&C) do Brasil em BB+”, disse a S&P.

A avaliação de T&C reflete a visão da S&P sobre a probabilidade de um governo soberano restringir o acesso de um não soberano à moeda estrangeira necessária para satisfazer as obrigações do serviço de dívida.

Para a agência, a receita da Vale fora do Brasil provavelmente continuará crescendo, potencialmente em um valor superior a 35% da receita consolidada. “Isso, em nossa opinião, poderia justificar notas duas vezes acima do T&C do Brasil”, disse a S&P.

Embraer (EMBR3)

A S&P Global também reafirmou o rating BBB da Embraer e manteve a perspectiva negativa da nota. De acordo com a S&P, a manutenção da nota ocorre porque se espera “que as instalações internacionais se tornem mais relevantes para a geração de fluxo de caixa do grupo”.

A S&P ponderou, no entanto, que a perspectiva negativa reflete a visão de que é necessário acompanhar “a força e a estabilidade da contribuição da receita dos ativos externos ao longo do tempo”.

Ambev (ABEV3)

A S&P Global rebaixou de BBB+ para BBB o rating em moeda estrangeira da AmBev e alterou a perspectiva da nota de negativa para estável.

O rebaixamento da AmBev, que ainda se mantém em grau de investimento pela S&P, ocorre na sequência do downgrade da nota soberana do Brasil. O rating do País passou de BB para BB- e a perspectiva passou de negativa para estável.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A S&P Global rebaixou o rating de longo prazo e em escala global da Eletrobras de BB para BB- e alterou a perspectiva de negativa para estável.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 12, a agência comentou que a nota de empresas como a Eletrobras e a Itaipu Binacional “refletem o rating soberano do Brasil”, que foi rebaixado de BB para BB- na noite de quinta-feira, 11. “Consideramos a probabilidade de o governo brasileiro oferecer apoio extraordinário oportuno e suficiente quase certo para a Eletrobras e extremamente alto para a Itaipu Binacional. Portanto, as classificações das duas companhias refletem o rating Brasil”, afirmou a S&P.

Entre outras companhias de energia, a S&P manteve inalterado o rating em escala nacional da CPFL Energia em brAA- e alterou a perspectiva de negativa para estável. Além disso, a agência rebaixou a nota da EDP Energias do Brasil de BB para BB- e alterou a perspectiva de negativa para estável.

Sabesp (SBSP3) e Cesp (CESP6)

A S&P Global rebaixou os ratings de longo prazo e em escala global da Sabesp e da Cesp de BB para BB- e alterou as perspectivas de estável para negativa.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a S&P comentou que o corte na nota soberana do Brasil de BB para BB-, realizado na quinta-feira, também alterou o rating do Estado de São Paulo de BB para BB-. “Como resultado, estamos atualizando as mesmas ações de rating na Sabesp e na CESP, empresas de serviços públicos controladas pelo Estado de São Paulo.”

BRF (BRFS3), Fibria (FIBR3), Gerdau (GGBR4), Klabin (KLBN11), Natura (NATU3) e Suzano (SUZB3)

A S&P Global manteve os ratings em moeda estrangeira de BRF, Fibria, Gerdau, Klabin, Natura e Suzano, apesar do rebaixamento da nota soberana do Brasil na véspera de BB para BB-.

Abaixo, a lista de ratings dessas companhias:

– BRF: BBB- e perspectiva estável

– Fibria Celulose: BBB- e perspectiva estável

– Gerdau: BBB- e perspectiva negativa

– Klabin: BB+ e perspectiva estável

– Natura Cosméticos: BB e perspectiva negativa

– Suzano Papel e Celulose: BB+ e perspectiva positiva

Hypermarcas (HYPE3)
A S&P Global manteve em BB+ o rating em moeda estrangeira da Hypermarcas, mas alterou a perspectiva da nota de positiva para estável.

De acordo com a S&P, esta revisão ocorreu porque o rebaixamento da nota do Brasil na véspera “limita o potencial de elevação do rating da companhia”.

Braskem (BRKM5)

A S&P Global reafirmou o rating de longo prazo e em escala global da Braskem em BBB-, com perspectiva negativa.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a S&P afirmou que “mudamos nossa visão da sensibilidade da Braskem quanto à economia brasileira porque a empresa conseguiu exportar uma parcela significativa de seus produtos”. Para a agência, embora a mudança para as exportações geralmente resulte em margens mais baixas, “essa possibilidade, em nossa visão, fortalece a resiliência dos negócios da Braskem a um cenário de sofrimento soberano”, dado que a nota do Brasil foi cortada, na quinta-feira, de BB para BB- e a perspectiva passou de negativa para estável.

De acordo com a S&P, a resiliência dos negócios da Braskem e as instalações de produção fora do Brasil “apoiam nossa decisão de reafirmar os ratings da companhia”. As classificações, portanto, são limitadas em até três pontos acima do rating em moeda estrangeira do Brasil e um ponto acima da avaliação de transferência e conversibilidade (T&C) do Brasil, que está em BB+.

A avaliação de T&C reflete a visão da S&P sobre a probabilidade de um governo soberano restringir o acesso de um não soberano à moeda estrangeira necessária para satisfazer as obrigações do serviço de dívida.

Ultrapar (UGPA3)

Apesar do rebaixamento do Brasil na véspera, a agência de classificação de risco manteve o rating BB+ da Ultrapar e alterou a perspectiva da nota de negativa para estável.

A S&P justifica a alteração da perspectiva à visão de que a Ultrapar está “resiliente às dificuldades do rating soberano”.

“Ainda que a natureza de negócio da Ultrapar esteja muito ligada à natureza da economia brasileira, há evidências nos últimos três anos de que as receitas estão mais resilientes”, comentou a S&P.

Cyrela (CYRE3) e Cosan (CSAN3)

A S&P rebaixou de BB para BB- e alterou a perspectiva de negativa para estável da Cyrela e da Cosan.

O rebaixamento da Cyrela e da Cosan ocorre na sequência do downgrade da nota soberana do Brasil. O rating do País passou de BB para BB- e a perspectiva passou de negativa para estável.

Bancos e demais instituições financeiras

A S&P rebaixou o rating de longo prazo e em escala global de 15 instituições de BB para BB- e adotou perspectiva estável. Já a classificação de longo prazo em escala nacional foi reafirmada em brAA-:

Banco do Brasil (BBAS3)

Banco Bradesco (BBDC4)

Banco Citibank

Itaú Unibanco Holding

Itaú Unibanco (ITUB4)

Banco ABC Brasil (ABCB4)

Banco do Nordeste do Brasil

Banco Santander (Brasil) (SANB11)

China Construction Bank (Brasil) Banco Multiplo

Banco Votorantim

Banco Safra

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Caixa Econômica Federal

B3 – Brasil, Bolsa, Balcão (BVMF3)

GP Investimentos (GPIV33)

A S&P também revisou a perspectiva em escala nacional de 14 instituições financeiras de negativa para estável e reafirmou o rating de longo prazo e em escala nacional em brAA-:

Ativos S.A. Securitizadora de Creditos Financeiros;

Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil

Banco Morgan Stanley;

Banco J.P. Morgan

Banco Toyota do Brasil

Banco BNP Paribas Brasil

Banco Volkswagen

Banco Ole Bonsucesso Consignado

BNDESPar – BNDES Participações

BV Leasing Arrendamento Mercantil

Bradesco Capitalização

Bradesco Seguros

Austral Seguradora

Austral Resseguradora

Por outro lado, o rebaixamento da nota soberana do Brasil não afetou outras 18 instituições financeiras e seguradoras do País, cujos ratings ficaram inalterados.  De acordo com a S&P, as notas não estão limitadas pelas classificações soberanas e, portanto, não são imediatamente afetadas pelo downgrade soberano.

Segue a lista das companhias não afetadas:

BRB – Banco de Brasília S.A.

Banco do Estado do Para S.A.

Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. – BDMG

Banco BTG Pactual S.A.

Banco Daycoval S.A.

Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.

Paraná Banco S.A

Banco Pan S.A.

Banco Paulista S.A.

Banco Inter S.A.

Banco Pine S.A.

Banco Mercantil Do Brasil S.A.

Banco Fibra S.A.

Haitong Banco de Investimento do Brasil S.A.

Caruana S.A. – Sociedade de Credito, Financiamento e Investimento

J. Malucelli Seguradora S.A.

J. Malucelli Resseguradora S.A.

Terra Brasis Resseguros S.A.

(Com Agência Estado) 

 

Quer investir em ações? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.