Senado derruba medida que beneficiaria aéreas, Temer avança sobre venda de ações da Banrisul, e mais 4 notícias

Confira os destaques do radar corporativo desta quarta-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As incertezas quanto à possibilidade de se avançar com a reforma previdenciária voltaram a impactar sobre o humor dos investidores no mercado acionário brasileiro, com o Ibovespa encerrando a quarta-feira (29) em queda de 1,94%, a 72.700 pontos, em seu quinto desempenho negativo em seis sessões. Em paralelo ao radar político, movimentado pelas especulações sobre as articulações do governo na proximidade do fechamento da última janela de oportunidade para se votar as mudanças nas regras das aposentadorias antes das eleições de 2018, o noticiário das empresas também trouxe informações importantes aos investidores. Nesta noite, seis novidades podem impactar no desempenho dos papéis na B3 no próximo pregão. Para evitar surpresas desagradáveis, confira os destaques:

Setor aéreo

O plenário do Senado rejeitou um projeto de resolução que propunha a redução de 25% para 12% da alíquota máxima do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do querosene usado na aviação. Para ser aprovada, a medida precisava contar com apoio de 54 parlamentares, o que não ocorreu por conta da falta de quórum e menor engajamento dos senadores em torno da matéria. Sendo assim, o texto foi derrubado mesmo com o maior número de favoráveis à sua aprovação: 43 contra 17.

A medida beneficiaria o setor aéreo como um todo e esse revés deve afetar os papéis das companhias Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), que possuem ações negociadas em bolsa. O resultado foi considerado uma vitória de São Paulo, dono da maior malha aérea do país, em contraste como os estados das regiões Norte e Nordeste.

Banrisul (BRSR6)
Em sua conta no microblog Twitter, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou, no início da noite desta quarta-feira, que o presidente Michel Temer assinou decreto que finaliza o processo que permite a venda de ações do Banrisul. Na última segunda-feira, o Conselho Monetário Nacional já havia aprovado o processo. O governo de José Ivo Sartori prevê vender 49% das ações ordinárias do banco, mantendo o controle do Estado, e os 14,2% das preferenciais que ainda detém.

Eternit (ETER3)
O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 7 votos a 2, proibir em todo o país o uso do amianto crisotila em construções. O material costuma ser utilizado na fabricação de telhas e caixas d’água. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o mineral é conhecido por causar doenças como câncer de pulmão e laringe. Uma das empresas afetadas negativamente pela decisão é a Eternit, cujos papéis fecharam em queda de 6,25% nesta quarta-feira, cotados a R$ 1,05. No ano, as ações da companhia acumulam perdas de 20,45%, contra alta de 20,71% do Ibovespa.

Copel (CPLE6)
A Copel informou o mercado que participará, como vendedora, de oferta pública de distribuição secundária de units da Sanepar (SAPR4). Também no noticiário da companhia, destaque para os resultados operacionais referentes ao terceiro trimestre. Entre julho e setembro deste ano, a Copel registrou uma receita líquida de R$ 3,64 bilhões e um lucro atribuído a controladores de R$ 383,3 milhões.

BTG Pactual (BPAC11)
O banco teve seu rating colocado em revisão para upgrade pela agência de classificação de risco Moody’s.

Multiplan (MULT3)
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou o rating da Multiplan em BB+ na escala global e brAAA na escala nacional. Os analistas esperam que a companhia apresente geração de fluxo de caixa operacional crescente nos próximos anos, como consequência de um plano de expansão e da incipiente recuperação econômica do país.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.