Petrobras corta gasolina em 3,8%; Sabesp lucra R$ 900 mi e outros 5 balanços, “Brazil Buy List” do Itaú BBA e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (16)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A volta do feriado é bastante movimentada no noticiário corporativo, com atenção para diversas notícias sobre Petrobras, a reta final da temporada de balanços, além de diversas recomendações no radar. Confira os destaques desta quinta-feira: 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse na quarta-feira que espera a aprovação do plano de privatização da Eletrobras pela Câmara ainda neste ano. Após ser apreciada pelos deputados, a proposta, conforme prevê o ministro, deve ser aprovada no Senado em fevereiro ou março. 

Depois disso, a assembleia dos acionistas da empresa sobre o processo que vai transferir a estatal à iniciativa privada será realizada entre junho e o início de agosto, adiantou. Ele ainda apontou que o modelo de privatização da estatal de energia será encaminhado na próxima semana à Casa Civil. 

O Congresso, disse, vai definir um novo contrato para tornar viável a capitalização da Eletrobras. Uma vez aprovada a privatização, caberá aos bancos decidir o melhor momento de capitalizar a empresa.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Em entrevista à Bloomberg, o CEO da Petrobras, Pedro Parente, apontou que o processo de venda de ativos da Petrobras está a toda velocidade e o ideal seria fechar a venda dos ativos até o fim do primeiro semestre de 2018, com uma meta de assinar venda de ativos totalizando US$ 21 bilhões. “Digo assinar, não concluir a venda”, afirmou Parente.

O governo trabalha com sete cenários para o acordo da cessão onerosa com a Petrobras, cinco dos quais são favoráveis à empresa, disse ele. O pior cenário para a companhia começa um pouco abaixo de zero e o melhor cenário é em torno de US$ 30 bilhões. “Não assino acordo sobre a cessão onerosa se a companhia tiver que pagar”, disse 

Já na noite de quarta-feira, a companhia informou que a produção total de petróleo e gás natural da estatal atingiu a marca de 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em outubro. Deste total, 2,67 milhões foram produzidos no Brasil e 104 mil no exterior. As informações foram divulgadas hoje (14) pela estatal.

De acordo com a Petrobras, a produção média de petróleo no Brasil foi de 2,16 milhões de barris por dia (bpd). A produção de gás natural no país, excluído o volume liquefeito, foi de 80,3 milhões de metros cúbicos por dia, representando uma diminuição de 1,5% em relação a setembro. A redução deveu-se às paradas para manutenção das plataformas Cidade de Anchieta e Cidade de Caraguatatuba. Na camada pré-sal, a produção de petróleo e gás natural operada pela Petrobras foi de 1,63 milhão de barris óleo equivalente por dia, volume 2,9% abaixo do mês anterior. Esse resultado também deveu-se às paradas para manutenção das mesmas plataformas.

Por fim, a Petrobras cortou o preço da gasolina em 3,8% e do diesel em 1,3%, válidos para as refinarias a partir de 17 de novembro. Na última terça-feira, os preços da commodity haviam caído cerca de 2%.  Os reajustes fazem parte da nova sistemática de formação de preços da companhia, em vigor desde o final de junho e que prevê reajustes quase que diários para as cotações.

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp teve lucro líquido de R$ 900,5 milhões no terceiro trimestre de 2017, 56,9% superior ao mesmo intervalo de 2016. Com a leitura de um resultado positivo, os ADRs da Sabesp subiram 5,5% na véspera em Nova York, dia de feriado no Brasil. 

A receita bruta da companhia teve alta de 5,1%, para R$ 2,99 bilhões, enquanto a receita operacional líquida caiu 5,6%, totalizando R$ 3,5 bilhões. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,456 bilhão de julho a setembro, alta de 8,9%. 

De acordo com o Credit Suisse, a Sabesp conseguiu entregar um trimestre bastante forte antes da efetivação das novas tarifas. Um dos destaque foi o crescimento de volume e redução de custos. Tambem vale destacar o efeito positivo da variação do câmbio para o lucro líquido da Sabesp. Contudo, alertam, vale ressaltar que estes ganhos podem ser ofuscados nos próximos meses caso o câmbio continue no nivel atual. 

Os volumes foram fortes em todas as frentes e a estrutura de custos mais enxuta ajudou bastante. O opex recorrente ficou cerca de 8% abaixo na base anual, principalmente em função de uma queda de custos com serviços de terceiros e despesas gerais. Para os analistas, o futuro para a empresa parece promissor e o impacto das novas tarifas deve ser bastante positivo e “turbinado” com a segunda parte da revisão. “Enxergamos a recente underperformance do papel como exagerada e reiteramos nosso Outperform e preço-alvo de R$ 42,00 por ação”, reforçam os analistas do banco.

Natura (NATU3)

A fabricante de cosméticos Natura reportou lucro líquido de R$ 61 milhões no terceiro trimestre de 2017, recuo de 16,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano até setembro, a companhia registrou lucro de R$ 413,4 milhões, montante quatro vezes superior ao do mesmo período do ano passado. O lucro informado pela companhia considerada o resultado atribuível aos controladores.

O Ebitda consolidado do grupo entre julho e setembro foi de R$ 450,4 milhões, aumento de 40,8% ante os mesmos meses de 2016. Em nove meses, o Ebitda da companhia atinge R$ 1,113 bilhão, expansão de 26,3%.

A Natura apurou receita líquida consolidada de R$ 2,365 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 24,3% ante igual período do ano passado. De janeiro a setembro, a receita acumulada é de R$ 6,119 bilhões, elevação de 8,9% na comparação anual.

O Credit Suisse ressalta que a Natura divulgou pela primeira vez seu resultado com os números do The Body Shop, mostrando uma melhora nas vendas das operações no Brasil. No entanto, houve diversos não-recorrentes.

Os analistas destacam que a normalização dos impostos teve um papel importante na rentabilidade e crescimento do fluxo de caixa operacional (com alta de 60%), que deve continuar, enquanto a produtividade aumentou 15%. A empresa comentou ainda que recuperou sua liderança em categorias estratégicas e que as vendas online continuam crescendo 3 dígitos.  

Cemig (CMIG4)

A Cemig reportou prejuízo de R$ 83,6 milhões no terceiro trimestre, reversão de um lucro de R$ 433,5 milhões reportado no mesmo período do ano anterior. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a companhia registra lucro de R$ 397 milhões, queda de 38% na comparação anual.

O Ebitda atingiu R$ 100,6 milhões entre julho e setembro, recuo de 91,6% na comparação com os mesmos meses de 2016. Entre janeiro e setembro, o Ebitda acumulado é R$ 1,94 bilhão, 23% menor que em igual período do ano passado.

A Cemig apurou receita líquida de R$ 5,136 bilhões no terceiro trimestre de 2017, crescimento de 5% ante o mesmo trimestre de 2016. No ano até setembro, a receita acumulada é de R$ 15,154 bilhões, alta de 7% ante o ano anterior.

A dívida total consolidada da Cemig caiu 7,4% no fechamento de setembro em comparação com o registrado em dezembro de 2016, totalizando R$ 14,056 bilhões. A maior parte, 70%, está atrelada ao CDI e a parcela atrelada ao IPCA é de 28%.  Desse total, 54% se referia à dívidas de sua área de geração e transmissão, segmento em que o endividamento caiu 13% no período, alcançando R$ 7,5 bilhões. Outros 44% da dívida total estavam na distribuição, que elevou seu endividamento em 0,11%, para R$ 6,2 bilhões. Do total de dívidas, R$ 3,586 bilhões têm vencimento neste ano, outros R$ 3,898 bilhões vencem em 2018. Abatendo as disponibilidades, a dívida líquida alcançou, ao final de setembro, R$ 12,770 bilhões, o que corresponde a um recuo de 2,8% frente a dezembro.

 BR Malls (BRML3)

A BRMalls, líder no setor de shopping centers no País, teve lucro líquido de R$ 1,778 milhão no terceiro trimestre de 2017, redução de 95,0% em comparação com o mesmo período de 2016. Por sua vez, o lucro líquido ajustado alcançou R$ 110,085 milhões, um crescimento de 46,8% na mesma base de comparação. O Ebitda somou R$ 77,820 milhões, retração de 67,7%. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 206,981 milhões, queda de 15%. A receita operacional líquida totalizou R$ 322,423 milhões, baixa de 1,8%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado foi a R$ 114,398 milhões, alta de 43,2%. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 70,367 milhões, encolhimento de 43,4%. Os números ajustados da BRMalls incluem efeitos de variação cambial, swap a mercado, impactos não caixa de impostos, receitas de propriedades para investimento e participação de minoritários.

Direcional (DIRR3)

A Direcional teve prejuízo líquido de R$ 29,4 milhões no terceiro trimestre, acima da estimativa de prejuízo médio de R$ 18,8 milhões, segundo analistas consultados pela Bloomberg. Já a receita líquida foi de R$ 201,2 milhões, acima da estimativa de R$ 193,8 milhões. O Ebitda ajustado foi negativo em R$ 4,4 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustada foi negativa em 2,2%. 

“Apesar da receita fortalecida, lucro continua pressionado por margens fracas, resultado de um esforço da administração em tentar reduzir o nível dos estoques da companhia”, dizem analistas do Itaú BBA em relatório.

Metal Leve (LEVE3)

A Mahle Metal Leve fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 98,4 milhões, 94,9% superior ao ganho de R$ 50,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. 

A receita líquida de vendas subiu 12,5% na mesma base de comparação, chegando a R$ 596,5 milhões, enquanto o Ebitda totalizou R$ 132,6 milhões no trimestre, 56,9% superior na mesma base de comparação. A margem Ebitda teve alta de 6,3 pontos percentuais, para 22,2%.

As vendas em todos os segmentos tiveram crescimento expressivo na base anual, boa parte devido a um aumento em volumes e preços, dizem analistas do Itaú BBA em relatório. 

Recomendações

Em destaque,  o Banco do Brasil (BBAS3) e a Camil (CAML3) entraram em ‘Brazil Buy List’ do Itaú BBA, com a saída de Bradesco e Minerva. “Banco do Brasil é top pick no setor bancário, oferece bom ponto de entrada a um múltiplo atrativo”, apontam os analistas. Já a Camil tem múltiplo baixo, estabilidade de ganhos e posição sólida no mercado: “ação é a nossa ‘top pick’ no setor de alimentos e bebidas, negociada com um desconto P/E em relação aos pares com mesmo perfil de ROE”, apontam. 

Ainda em destaque, a Alliar (AALR3) teve a cobertura iniciada como ‘compra’ por BTG Pactual e preço-alvo de R$ 19,50, enquanto a Eneva (ENEV3) foi reiniciada com recomendação de compra pelo Goldman Sachs e preço-alvo de R$ 17,00. 

Fibria (FIBR3)

A Fibria anunciou novo aumento de preço de US$30 a tonelada de celulose, válido para todas as regiões, a partir de 1º de dezembro de 2017. Com isso, a nova lista de preços por região é: de US$ 1,000 a tonelada na Europa, US$ 1.180 na América do Norte e US$ 810 na Ásia. 

O Bradesco BBI aponta que  a Fibria está voltando a liderar movimentos de preços de celulose, como fez no mês passado com um movimento similar. “Na nossa visão, a combinação de (i) interrupções do fornecimento na indústria de celulose (CMPC Guaiba II e Daishowa Marubeni), (ii) demanda global saudável, (iii) baixos níveis de estoque, particularmente na China e (iv) preços elevados de papel e margens na Ásia, continua a criar um ambiente positivo para celulose, permitindo que os produtores continuem a aumentar os preços. Além disso, as restrições da China contra as importações de mixed paper e regras mais rigorosas em relação às importações globais de papel reciclado podem aumentar significativamente a situação de escassez de fibra no país”, apontam os analistas. A ação FIBR3 é a top pick do banco no setor. 

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Vale (VALE3;VALE5)

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais, responsável por licenciar o plano da Samarco de usar uma cava para resíduos de rejeitos, pode votar a proposta ainda este mês, de acordo com Rodrigo Ribas, superintendente de projetos prioritários da Secretaria de Meio Ambiente do Estado. A Samarco é uma joint venture entre a Vale e a BHP Billiton. O Comitê irá revisar o plano de uso da área de Alegria Sul no dia 24/novembro e pode exigir que a Samarco esclareça questões ou forneça mais informações.

Cielo (CIEL3)

A agência de classificação de risco Fitch elevou na noite de terça-feira o rating atribuído à Cielo , de BB+ para BBB-, com perspectiva negativa. “Dada a contínua manutenção de quantidade substancial de caixa em moeda forte e títulos negociáveis pela Cielo, a Fitch
elevou o rating em um nível, de acordo com a “classificação acima dos critérios do teto do país”, informou a agência. 

CCR (CCRO3)

A CCR assumiu a dianteira na disputa pela Invepar em proposta que prevê a incorporação da concessionária carioca por meio de operação que combinaria troca de ações e injeção de capital, diz O Globo, citando fontes a par das conversas que se intensificaram nas últimas semanas.

Com isso, os fundos de pensão Previ, Funcef e Petros, que detêm cada um 25% da Invepar, passariam a ser sócios da CCR. A Invepar precisa de cerca de R$ 800 mi para resolver seus problemas de caixa, diz o jornal; Invepar, CCR, Funcef, Previ, Petros não fizeram comentários, diz o jornal. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.