O fluxo multibilionário que deve impulsionar ainda mais as ações brasileiras, segundo o BTG

"Para onde quer que você olhe, a exposição a ativos brasileiros segue muito baixa", apontam os estrategistas do banco, ao citar a baixa exposição de fundos em ações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta semana, o BTG Pactual fez relatório apontando que, dado o cenário de queda de juros (e, no melhor cenário, com a possível aprovação de reformas) o Ibovespa poderia chegar aos 100 mil pontos, em meio à queda do custo de capital e maior retorno do patrimônio.

Veja mais: Ibovespa acima dos 100 mil pontos? Sim, é possível, afirma BTG Pactual

Já em relatório desta quarta-feira, os estrategistas do BTG Pactual, Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, destacaram mais um ponto para ficar animado com uma possível alta do mercado nacional, também relacionado ao cenário de queda de juros.

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“Para onde quer que você olhe, a exposição a ativos brasileiros segue muito baixa”, apontam os estrategistas, apesar do aumento recente. Isso é verdade para todas as indústrias que Sequeira e Teixeira acompanham – fundos internacionais, locais e de pensão. 

Conforme apontam os estrategistas, os fundos locais mútuos tem uma alocação de apenas 8% em ações em uma indústria de R$ 4 trilhões, ainda perto dos níveis mais baixos em 17 anos. Contudo, com a expectativa de que a Selic chegue a 7% no final do ano (segundo os economistas consultados pelo relatório Focus), investir em ações se torna cada vez mais interessante. 

Assim, caso a alocação volte para os patamares de 12%, por exemplo, níveis obtidos logo antes da reeleição de Dilma Rousseff, o fluxo adicional para a bolsa seria de R$ 144 bilhões. Já no caso dos fundos de pensão, a exposição também está no menor nível desde 2000, a 17,1%, após já ter atingido 32,5% em 2010 e 24,7% em 2014. Caso o nível de alocação em ações chegue aos mesmos níveis de três anos atrás, a expectativa é de um fluxo extra de R$ 50 bilhões. No entanto, cabe lembrar que cerca de metade dos investimentos em fundos de pensões são feitos através de fundos mútuos, que já captariam esse potencial.

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Por fim, ao olhar para os fundos estrangeiros, mesmo estes já tendo colocado mais de US$ 8 bilhões em ações no Brasil esse ano (ante entrada de US$ 2,1 bilhões em 2016 e saída de US$ 13 bilhões entre 2013-2015), as suas alocações seguem em níveis muito baixos. Se a alocação desses fundos for normalizada para os níveis de 2014, o fluxo de estrangeiros poderia chegar a R$ 150 bilhões.

Se comparado a 2012 – quando 2,3% do dinheiro dos fundos globais e 16,3% do investido em emergentes eram alocados em Brasil, ante 0,7% e 7,8% em 2017 – o fluxo adicional pode chegar a R$ 337 bilhões. Ou seja, muito dinheiro ainda pode entrar na Bolsa nos próximos meses.

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.